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Anelídeos


Reprodução

Um exemplar de poliqueta tubícola
No filo Annelida encontram-se alguns animais que você conhece bem, como as minhocas e as sanguessugas. E outros que, embora não sejam tão famosos, são os mais numerosos em termos de espécies: os poliquetas.

O nome annelida, ou simplesmente anelídeos, vem do latim annulus que significa anel. Este nome faz referência a uma das principais características do grupo: o corpo segmentado numa série de anéis chamados de metâmeros.

Os anelídeos são animais celomados, ou seja, a cavidade de cada metâmero é totalmente revestida por um tecido mesodérmico. Entre as principais funções do celoma estão o transporte e a excreção de substâncias, o alojamento dos órgãos internos e a manutenção da forma do animal através da pressão dos fluídos celomáticos contra a parede do corpo.

Existe uma grande diversidade de espécies de anelídeos marinhos, de água doce e terrestres. Alguns são microscópicos, enquanto outros podem atingir até 3 metros de comprimento.

O sistema circulatório da maioria dos anelídeos é do tipo fechado, portanto, o sangue circula no interior de vasos condutores. Em algumas espécies pequenas, bem como em algumas sanguessugas, a circulação ocorre através das cavidades celomáticas. Em muitas espécies os vasos condutores são pulsáteis, e, através de contrações, impulsionam o sangue pelo corpo.

A excreção é realizada através de estruturas filtradoras chamadas nefrídios, presentes aos pares em cada segmento do corpo. Os nefrídios filtram os líquidos circulantes e eliminam as excretas para fora do corpo.

O sistema digestório é completo, ou seja, existe boca e ânus. A digestão é extracelular, portanto, ocorre fora das células, através da ação de enzimas digestivas.

Em muitas espécies, as trocas gasosas são realizadas através da superfície da pele. Porém, existem espécies que apresentam brânquias. Em muitos anelídeos a hemoglobina é a proteína que facilita o transporte do oxigênio pelo sangue.

O sistema nervoso é ganglionar, composto basicamente por um conjunto de nervos na região dorsal anterior e uma série de cordões nervosos que seguem para as demais regiões do corpo.

Os anelídeos podem ser hermafroditas ou apresentar sexos separados. A fecundação pode ser externa, com liberação dos gametas na água, ou interna. O desenvolvimento pode ser indireto, ou seja, apresentar uma fase larval, ou direto, quando do ovo já eclode forma jovem.

Classe Polychaeta
Já foram descritas cerca de 8.000 espécies de poliquetas, a maioria marinha. Existem espécies de vida livre e outras que vivem fixas a substratos. Estes animais possuem estruturas chamadas de parapódios, que ocorrem aos pares em cada segmento do corpo. Cada parapódio é recoberto por uma série de cerdas, vindo dai o nome poliqueta (do grego polys, muito; chaeta, cerda).

Os poliquetas de vida livre possuem parapódios bem desenvolvidos que auxiliam na locomoção e nas trocas gasosas. São em geral predadores, alimentando-se de outros pequenos invertebrados. A cabeça é bem diferenciada e possui olhos e tentáculos sensoriais.

As espécies fixas vivem no interior de tubos, por isso são também chamadas de tubícolas. Os parapódios auxiliam na fixação do animal ao tubo e não são tão desenvolvidos como nos de vida livre. Geralmente se alimentam de partículas orgânicas filtradas da água circulante.

Os poliquetas, em sua maioria, possuem sexos separados e a fecundação é externa. Dos ovos fecundados eclode uma larva que se desenvolverá no adulto. Portanto, o desenvolvimento é indireto. Algumas espécies possuem reprodução assexuada, realizada através do processo do brotamento ou da fragmentação do corpo.

Classe Oligochaeta
Existem mais de 3.000 espécies de oligoquetas, entre elas encontram-se os anelídeos mais conhecidos por todos nós, as minhocas. São, em sua maioria, animais terrestres de ambientes úmidos. Os oligoquetas possuem cerdas mais curtas e em menor quantidade, quando comparados aos poliquetas (do grego oligos, pouco; chaeta, cerda).

As minhocas possuem grande importância ecológica. Isso porque, ao se alimentar de micropartículas orgânicas existentes no solo, este anelídeo revolve o substrato, arejando e drenando a terra. Além disso, a grande quantidade de matéria orgânica presente em suas fezes produz um composto rico em nutrientes, o húmus, que contribui para a adubação do solo.

As trocas gasosas são realizadas através da superfície do corpo. Por isso, a epiderme deve ser mantida constantemente úmida e as minhocas apresentam comportamento fotofóbico. Ou seja, procuram sempre se afastar de áreas muito iluminadas e secas.

A grande maioria das espécies é hermafrodita e apresenta fecundação cruzada. Na época de acasalamento, dois oligoquetas se unem ventralmente e trocam espermatozóides. Os gametas masculinos são armazenados no interior de uma estrutura chamada de receptáculo seminal. Numa região chamada de clitelo, os óvulos são liberados no interior de um casulo. O casulo desliza até a região do receptáculo seminal, onde são liberados os espermatozóides que estavam armazenados. Após a fecundação, o casulo é liberado numa região de solo úmido. Na maioria das espécies, dos ovos eclodem jovens semelhantes aos adultos, portanto, o desenvolvimento é dito direto.

Classe Hirudínea
Este grupo engloba os anelídeos popularmente conhecidos como sanguessugas. É a menor classe em termos diversidade de espécies, até o momento, foram descritas cerca de 500 sanguessugas. A grande maioria vive em ambientes de água doce, no entanto, existem algumas espécies marinhas e terrestres.

As florestas tropicais são regiões que abrigam grande diversidade destes anelídeos. A maioria das sanguessugas são parasitas externas (ectoparasitas), e alimentam-se de sangue e fluídos de outras espécies.

Diferentemente das duas classes anteriores, as sanguessugas não apresentam cerdas. Possuem uma ventosa em cada extremidade do corpo. Estas auxiliam na movimentação e fixam o anelídeo no corpo do hospedeiro ou no substrato. Na região da cabeça encontram-se os olhos e a boca; esta é dotada de pequenos dentes, com os quais espécies ectoparasitas raspam o tecido do hospedeiro.

Essas espécies parasitas produzem uma substância anestésica e anticoagulante, chamada hirudina, secretada junto à saliva no local de fixação no hospedeiro.

Grande parte das sanguessugas é hermafrodita e apresenta fecundação cruzada com desenvolvimento direto.

Desde a Antiguidade as sanguessugas são utilizadas pela medicina. No passado, era comum realizar sangrias utilizando esses animais para a retirada do sangue. As sanguessugas também são utilizadas até os dias de hoje para sugar o sangue coagulado de ferimentos, estimular a circulação após pequenas operações e, também, no caso de doenças ou problemas circulatórios.
*Alice Dantas Brites é professora de biologia.

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