Pular para o conteúdo principal

centro histórico de Salvador

Colégio Estadual Dinah Gonçalves
email accbarroso@hotmail.com
www.youtube.com/accbarroso1        

Salvador foi fundada em 1549 sobre uma colina, dominando uma imensa baía, segundo velha tradição portuguesa. Primeira capital do País, a cidade logo incorporou duas outras funções: a de porto de apoio às rotas do Oriente e a de grande centro de exportação de açúcar. Estas duas atividades iriam contribuir para a formação de uma população mestiça de portugueses e escravos africanos, importados em grande escala para o cultivo da cana. A esses se somaram outros contingentes étnicos, a partir do final do século XIX, dando origem a uma cultura popular muito rica, na qual se misturam traços ocidentais, africanos e, em menor escala, orientais.

Não menos original é a cidade de dois pisos criada por essa gente. Sobressaíam sobre a colina as torres das igrejas, as moles dos edifícios públicos e os grandes sobrados dos senhores de engenho, negreiros e exportadores. Pelas encostas escorria o casario de gente miúda. No porto, trapiches, sobrados de escritórios e casas de pescadores e marinhantes. A primeira muralha não foi capaz de conter a cidade por muito tempo e ainda no século XVI foi estendida para proteger o Colégio dos Jesuítas, o Convento Franciscano e o bairro que se formara à sua volta. Extramuros ficavam dois outros grandes conventos e bairros: Carmo, ao norte, e São Bento, ao sul.

Um dos espaços públicos mais representativos dessa cidade era o que antecedia as Portas do Carmo, o Pelourinho. As ruas que convergiam para aquelas portas deram origem a um largo de forma triangular e em declive, que continuava na ladeira do Carmo. Seu nome decorria da presença nesse espaço de um padrão de pedra, símbolo na Metrópole da justiça e da autonomia municipal, mas que na Colônia se transformaria em instrumento de discriminação e tortura. Esse largo, que é um misto de praça e belvedere mediterrâneos e terreiro africano, emprestaria o nome ao que se conservou do centro histórico de Salvador, declarado Patrimônio da Humanidade pela Unesco, em 1985.

A descoberta de ouro e pedras preciosas no Planalto Central, no início do século XVIII, trouxe mais riqueza à cidade e muitos edifícios foram construídos ou refeitos com maior luxo. São dessa época a maioria das igrejas de irmandades, com seus retábulos dourados e notável coleção de imagens barrocas.

Até o final do século XIX, quando a economia açucareira entrou em crise, a cidade se conservou intacta. Na segunda década deste século, a ampliação do porto de Salvador e o alargamento de seus acessos deflagrariam um processo de modernização da metade sul da cidade colonial. A parte norte, não contemplada com os novos meios de comunicação, se conservaria, mas entraria em um processo lento de empobrecimento, com a fuga de seus primitivos moradores para os novos bairros periféricos burgueses. Nos anos 30, à pobreza se somaria a maldição, com a segregação, no bairro, da prostituição da cidade.

As primeiras ações de recuperação do bairro datam de 1967, com a criação de uma fundação para este fim. Quinze anos de ações tópicas voltadas para o turismo e o assistencialismo não resolveriam o problema. Durante os difíceis anos 80, o Estado deixou de investir na área e o bairro entrou em processo acelerado de degradação física e social. Mas a retomada da tradicional bênção de São Francisco e os ensaios e " shows" de grupos musicais e coreógrafos negros, como Os Filhos de Gandhi, o Olodum e a Levada do Pelô, passaram a atrair grande número de populares para o bairro, despertando a atenção de outros setores da sociedade.

A partir de 1992, o governo do estado da Bahia iniciou um grande projeto de recuperação do bairro, incluindo a renovação de sua infra-estrutura e a consolidação e adaptação de seus edifícios a funções turísticas. O projeto Recuperação do Centro Histórico de Salvador é o maior programa do gênero realizado no País, com a particularidade de ter sido totalmente financiado por um governo estadual. Até meados de 1996, foram investidos a fundo perdido pelo estado da Bahia cerca de US$ 24 milhões, fora os financiamentos concedidos a comerciantes para se instalarem no bairro. Com esse recurso foram recuperados 334 casarões e reconstruídas nove ruínas. Mas essa ação implicou, também, em elevado custo social. Mais de 500 moradores tiveram de abandonar suas casas e os novos comerciantes queixam-se da sazonalidade do turismo.

A população de Salvador e os turistas jovens redescobriram o bairro, atraídos por seus bares e um programa intensivo de animação cultural. Valores culturais tradicionais estão sendo revividos pelos antigos moradores da cidade e descobertos pelas novas gerações. A avaliação dessa experiência e de seus resultados será fundamental para a definição de uma política para o complexo problema dos centros históricos, no Brasil e na América Latina. Não obstante todas as vicissitudes por que tem passado, o Pelourinho continua a ser uma festa de gente, cor, música e magia.

Autoria: Josemar Franco

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

EQUAÇÃO DE 1° GRAU

EQUAÇÃO DE 1° GRAU SENTENÇAS Uma sentença matemática pode ser verdadeira ou falsa exemplo de uma sentença verdadeira a) 15 + 10 = 25 b) 2 . 5 = 10 exemplo de uma sentença falsa a) 10 + 3 = 18 b) 3 . 7 = 20 SENTEÇAS ABERTAS E SENTENÇAS FECHADAS Sentenças abertas são aquelas que possuem elementos desconhecidos. Esses elementos desconhecidos são chamados variáveis ou incógnitas. exemplos a) x + 4 = 9 (a variável é x) b) x + y = 20 (as variáveis são x e y) Sentenças fechada ou são aquelas que não possuem variáveis ou incógnitas. a) 15 -5 = 10 (verdadeira) b) 8 + 1 = 12 (falsa) EQUAÇÕES Equações são sentenças matemáticas abertas que apresentam o sinal de igualdade exemplos a) x - 3 = 13 ( a variável ou incógnita x) b) 3y + 7 = 15 ( A variável ou incógnita é y) A expressão à esquerdas do sinal = chama-se 1º membro A expressão à direita do sinal do igual = chama-se 2º membro RESOLUÇÃO DE EQUAÇÕES DO 1º GRAU COM UMA VARIÁVEL O processo de res

VALOR NÚMERICO DE UMA EXPRESSÃO ALGÉBRICA

Para obter o valor numérico de uma expressão algébrica, você deve proceder do seguinte modo: 1º Substituir as letras por números reais dados. 2º Efetuar as operações indicadas, devendo obedecer à seguinte ordem: a) Potenciação b) Divisão e multiplicação c) Adição e subtração IMPORTANTE! Convém utilizar parênteses quando substituímos letras por números negativos Exemplo 1 Calcular o valor numérica de 2x + 3a para x = 5 e a = -4 2.x+ 3.a 2 . 5 + 3 . (-4) 10 + (-12) -2 Exemplo 2 Calcular o valor numérico de x² - 7x +y para x = 5 e y = -1 x² - 7x + y 5² - 7 . 5 + (-1) 25 – 35 -1 -10 – 1 -11 Exemplo 3 Calcular o valor numérico de : 2 a + m / a + m ( para a = -1 e m = 3) 2. (-1) + 3 / (-1) + 3 -2 + 3 / -1 +3 ½ Exemplo 4 Calcular o valor numérico de 7 + a – b (para a= 2/3 e b= -1/2 ) 7 + a – b 7 + 2/3 – (-1/2) 7 + 2/3 + 1 / 2 42/6 + 4/6 + 3/6 49/6 EXERCICIOS 1) Calcule o valor numérico das expressões: a) x – y (para x =5 e y = -4) (R:

OPERAÇÕES COM RADICAIS

RADICAIS SEMELHANTES Radicais semelhantes são os que têm o mesmo índice e o mesmo radicando Exemplos de radicais semelhantes a) 7√5 e -2√5 b) 5³√2 e 4³√2 Exemplos de radicais não semelhantes a) 5√6 e 2√3 b) 4³√7 e 5√7 ADIÇÃO E SUBTRAÇÃO 1º CASO : Os radicais não são semelhantes Devemos proceder do seguinte modo: a) Extrair as raízes (exatas ou aproximadas) b) Somar ou subtrair os resultados Exemplos 1) √16 + √9 = 4 + 3 = 7 2) √49 - √25 = 7 – 5 = 2 3) √2 + √3 = 1,41 + 1,73 = 3,14 Neste último exemplo, o resultado obtido é aproximado, pois √2 e √3 são números irracionais (representação decimal infinita e não periódica) EXERCÍCIOS 1) Calcule a) √9 + √4 = 5 b) √25 - √16 = 1 c) √49 + √16 = 11 d) √100 - √36 = 4 e) √4 - √1 = 1 f) √25 - ³√8 = 3 g) ³√27 + ⁴√16 = 5 h) ³√125 - ³√8 = 3 i) √25 - √4 + √16 = 7 j) √49 + √25 - ³√64 = 8 2º CASO : Os radicais são semelhantes. Para adicionar ou subtrair radicais semelhantes, procedemos como na redução de