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sexta-feira, 12 de junho de 2020

Concordância Verbal


Regra geral, o verbo deve concordar com o sujeito em número e pessoa. Exemplos:

O gerente falou com a secretária
A secretária e suas auxiliares não compareceram à reunião.

Os casos mais interessantes são expostos a seguir.

Sujeito coletivo

Se o sujeito for um coletivo do singular seguindo de um complemento no plural, o verbo pode ir para o plural ou permanecer no singular:

A série de notas fiscais referentes ao pagamento das mercadorias adquiridas no mês de março próximo passado está sendo enviada a V.Sa. através de nosso representante.
A série de notas fiscais está...
O conjunto de duplicatas é...
O número de papéis e documentos é inferior...
A multidão foi levada...
A maioria das notas fiscais é tirada no computador.

Há casos, porém, em que o redator percebe a fraqueza gramatical diante da idéia que quer transmitir:

A maior parte dos executivos lêem jornais pela manhã.

Um coletivo geral determina que o verbo permaneça no singular:

O povo queria eleições diretas para presidência da República.
O exército não se conformou com o papel que lhe reservou a nova Constituição.

A tendência hoje é pela concordância com a expressão utilizada. Da mesma forma, uma expressão partitiva tanto pode levar o verbo para o plural, como admitir o uso do singular:

A maior parte dos funcionários conseguiu...
Uma porção de notas promissórias vence...
Um grupo de notas promissórias estão rasuradas.

Há outras expressões cujo procedimento quanto ao uso de singular e plural é semelhante; são elas: uma porção de, o grosso de, o resto de.

Sujeito - Pronome Relativo

Sou uma pessoa que não ofende ninguém.
Sou uma pessoa que não ofendo ninguém.

O segundo caso é mais enérgico e afetivo que o primeiro, pois o verbo na terceira pessoa (ofende) é quase indeterminada, sem nenhuma intensidade afetiva, é plano. A segunda frase é muito mais carregada de sentimento, muito mais viva e eficaz.
Se o verbo tiver com sujeito o pronome relativo que, ele concordará em número e pessoa com o antecedente deste pronome:

Fui eu que lhe remeti os documentos.
És tu, Deolindo, que vais ao escritório do Sr. Xavier?
Foram as garotas da promoção que me disseram...

Se, no entanto, o relativo que vier antecedido da expressão um dos, o verbo vai para a 3ª pessoa do plural, raramente para a 3ª pessoa do singular:

Bartolo é um dos gerentes que têm conseguido prestígio.

Sujeito é o pronome QUEM

Fui eu que lhe escreveu semana passada.
És tu quem me remeterá os relatórios?

Mas é também possível admitir a concordância com o pronome pessoal:

Fui eu quem lhe escrevi semana passada.
És tu quem me remeterá o relatório.

Sujeito com o verbo no infinitivo

As secretárias parece terem gostado do estagiário.
As secretárias parecem ter gostado do estagiário.

É indiferente gramaticalmente o uso do singular ou do plural. A diferença é semântica e estilística. Estilisticamente, o emprego do verbo parecer no singular entorpece a construção, tira-lhe a graça, tornado-a rasa e artificial. Quando se diz "as secretárias... ter" a frase ganha mais vida e intensidade afetiva.

Sujeito com o verbo pronominal

Não se pode realizar esses projetos.
Não se podem realizar esses projetos.

No primeiro casa chama-se a atenção para a ação: realizar, ou seja, "não é possível realizar esses projetos". No segundo, em virtude da concordância, a atenção concentra-se em projetos. Gramaticalmente, pode-se considerar realizar como sujeito e projetos como objeto e pode-se também considerar projetos como sujeito e então o verbo vai para o plural. Em geral prefere-se a concordância no plural.

Sujeitos de pessoas gramaticais diferentes

Se houver dois ou mais sujeitos de pessoas gramaticais diferentes, o verbo irá para o plural, concordando com a pessoa que tem precedência na ordem gramatical.

Eu e tu=nós
Eu e ele=nós
Eu, tu e ele=nós
Tu e ele=vós
Você e ela=eles

Marcos e tu fizestes o que havia sido recomendado?
Eu e tu estivemos a semana toda estudando, e agora não há o que reclamar.
Tu e eu redigiremos o relatório.
Eu e o vendedor fizemos um acordo.
Tu e o diretor já conhecíeis a política da empresa.
Você e a secretária não sabiam que decisão tomar?

Portanto o verbo vai para a 1ª pessoa do plural se entre os sujeitos houver um da 1ª pessoa. Irá para a 2ª pessoa do plural se, não havendo sujeito da 1ª pessoa, houver um da 2ª. Somente irá para a 3ª pessoa do plural se os sujeitos forem da 3ª pessoa.

Verbo antecedido de vários sujeitos

Se houver mais de um sujeito singular antecedendo um verbo, este ficará no singular ou irá para o plural:

A nota fiscal e a duplicata registram informações importantes.
Registram informações importantes a nota fiscal e a duplicata.
Registra informações importantes a nota fiscal e a duplicata.

No caso de sujeito de números diversos (singular e plural) precedendo o verbo, este vai para o plural. Se estes sujeitos estiverem depois dele, o verbo poderá ficar no singular se o sujeito mais próximo estiver no singular:

O funcionário e os clientes reconheceram-se culpados.
Reconhecera-se culpado o funcionário e os clientes.
Reconheceram-se culpados os clientes e o funcionário.

Sujeito composto + palavra que os resuma

Se o sujeito for composto e houver palavras que os resuma, o verbo concordará com esta palavra.

Relatório, correspondências, memorandos nada o levava a tomar uma atitude diferente.
Clientes, fornecedores de serviços, vendedores, ninguém queria visitá-lo durante a semana Santa.
Datilografias esmeradas, estética apurada, asseio, tudo contribui para uma apresentação agradável.

Sujeitos ligados por como, bem como...

Dois sujeitos do singular ligados por como, bem como, assim como, do mesmo modo que, tanto...como, não só... mas também requerem análise: se se tratar de adição, coloca-se o verbo no plural; se se tratar de comparação, coloca-se o verbo no singular:

O reajuste salarial de junho, da mesma forma que o de março, não alterou seu padrão de vida.
A disciplina, assim como o arrojo, fizeram dele profissional invejável.

Sujeito constituído por cerca de, mais de, menos de

Sujeito constituído por expressões que indicam quantidade aproximada determina que a concordância se faça com o complemento dessas expressões:

Cerca de cem estudantes adquiriam os livros.
Menos de dez pessoas entraram na loja.

A expressão mais de um determina o verbo no singular:

Mais de um executivo viajou para o Rio de Janeiro

Se essas expressões se repetirem, o verbo irá para o plural.

O Sujeito é um pronome interrogativo, demonstrativo ou indefinido plural

Se o sujeito for constituído pelos pronomes indicados, o verbo pode permanecer na 3ª pessoa do plural ou concordar com o pronome pessoal que indica o todo:

Quantos, entre os empregados, estariam dispostos a participar dos festejos?
Quantos, entre vós, estaríeis dispostos...

Se o interrogativo estiver no singular, o verbo ficará no singular.
Nas orações interrogativas que utilizam quem ou o que, faz-se a concordância com o substantivo ou pronome que vier depois do verbo:

Quem são os clientes?
Quem és tu, ó Florentina?
Quem sois vós que tanto me aperreias?
Que será isso que aconteceu?
O que são estragos, defeitos?

Sujeitos ligados por ou e por nem

Se ligados por essas conjunções, o verbo tanto pode ir para o plural como ficar no singular, conforme se queira ou não atribuir a ação a todos os sujeitos:

Ou o Departamento de Vendas ou o de Promoção terá de alterar o comportamento...
Nem o Departamento de Vendas nem o de Promoção tiveram de alterar o comportamento.

Se a ação só pode ser atribuída a um deles, o verbo ficará no singular:

Ou o gerente ou o diretor será responsável.

As expressões um ou outro ou nem um nem outro admitem o verbo no singular.

Um ou outro teria de digitar o relatório.
Nem uma nem outra respondeu acertadamente à questão.

Já a locução um e outro leva, com freqüência, o verbo no plural:

Um e outro auxiliar de escritório admitiam estar enganados.

Sujeitos ligados por com

Regra geral, o verbo vai para o plural quando a idéia que se quer transmitir é de soma:

O chefe da seção com o gerente recorreram a argumentos de força para estimular seus funcionário.
Se se desejar realçar um dos elementos, o verbo poderá ficar no singular.
O office-boy, com todos os jovens da empresa, resolveu formar um time de basquete.

Sujeitos ligados por conjunção comparativa

Admitem o verbo tanto no singular como no plural:

Tanto João Crisótomo como Benedito participaram...
O serviço, como qualquer produto, deve ter preço justo.

Observe-se que o primeiro elemento foi destacado.

Sujeito expresso por horas

Se aparecer na frase a palavra relógio como sujeito, o verbo ficará no singular:

O relógio deu 15 horas.

O verbo dar deve concordar regularmente com o sujeito expresso:

Deram 10 horas no relógio da matriz.
Iam dar 18 horas, quando o diretor reuniu todos os gerentes.

Concordância com o verbo "ser"

Se o sujeito do verbo ser ou parecer for constituído pelos pronomes: isto, isso, aquilo, tudo e o predicativo estiver no plural, o verbo irá para o plural:

Isto são ossos duros de roer.
Aquilo pareciam-me bisbilhotices...
Eram tudo falcatruas de profissional incompetente.

Se o sujeito designar pessoa, o verbo concordará com ele:

Ela era as alegrias da casa.
Jaime foi os terrores de seu bairro.

Se o sujeito é constituído de um substantivo e o verbo ser vem seguido de pronome pessoal, o verbo concordará com o pronome:

Os funcionários mais aplicados somos nós.
Os maiores diretores sois vós.
Os verdadeiros profissionais são eles.

Nas orações interrogativas com utilização de quem, o verbo concorda com o substantivo ou pronome que lhe segue:

Quem são os profissionais dessa organização?
Quem és tu?
Quem sós vós?
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Pronomes Possessivos

Pronome possessivo é o tipo de pronome que indica a que pessoa do discurso pertence o elemento ao qual se refere.

Meu carro está estragado.

Quadro dos pronomes possessivos
Número Pessoa Pronomes possessivos
singular primeira meu, minha, meus, minhas
segunda teu, tua, teus, tuas
terceira seu, sua, seus, suas
plural primeira nosso, nossa, nossos, nossas
segunda vosso, vossa, vossos, vossas
terceira seu, sua, seus, suas
Os pronomes possessivos concordam em gênero e número com a coisa possuída, e em pessoa com o possuidor.

(eu) Vendi minha moto.
(tu) Releste tua prova?
(nós) Compramos nosso carro.

Quando o pronome possessivo determina mais de um substantivo, ele deverá concordar em gênero e número com o substantivo mais próximo.

Vou lavar minhas sandálias e tênis.


Emprego dos pronomes possessivos

- seu:
a utilização do pronome seu (e flexões) pode gerar frases ambíguas, podemos ter dúvidas quanto ao possuidor.

A menina disse ao colega que não concordava com sua reprovação.
(reprovação de quem? Da menina ou do colega?)

Para evitar esse tipo de ambigüidade, usa-se dele (dela, deles, delas)

A menina disse ao colega que não concordava com a reprovação dela.
• A reprovação dela (da aluna)

A menina disse ao colega que não concordava com a reprovação dele.
• A reprovação dele (do colega)

- existem casos em que o pronome possessivo não exprime propriamente idéia de posse. Ele pode ser utilizado para indicar aproximação, afeto ou respeito.Aquele museu deve ter seus cem anos. (aproximação)

Meu
caro amigo, cuide melhor de sua saúde. (afeto)Sente-se aqui minha senhora. (respeito)

- seu: anteposto a nomes próprios não é possessivo, mas uma alteração fonética de Senhor.

Seu José, o senhor poderia emprestar-me seu celular?
Por Marina Cabral
Especialista em Língua Portuguesa e Literatura
Equipe Brasil Escola

quinta-feira, 4 de junho de 2020

Período Composto

É o período constituído de duas ou mais orações, sabendo-se que cada oração é, obrigatoriamente, estruturada em torno de um verbo.
"Traziam / não sei / que fluido misterioso e enérgico, uma força / que arrastava para dentro,/ como a vaga / que se retira da praia, nos dias de ressaca. (M. Assis).


I - ORAÇÕES SUBORDINADAS
São orações dependentes sintaticamente de outra. Exercem uma função sintática correspondente ao substantivo, adjetivo ou advérbio.
Exemplo:
Os credores internacionais esperavam / que o Brasil suspendesse o pagamento dos juros.
Nesse exemplo, a segunda oração está subordinada à primeira, pois exerce função sintática de objeto direto do verbo esperar.


  • Orações subordinadas substantivas
São aquelas que exercem função sintática própria de um substantivo, a saber: sujeito, objeto direto, objeto indireto, complemento nominal, predicativo do sujeito, aposto ou agente da passiva. Assim temos:

a) Subjetiva
Função de sujeito em relação ao verbo da principal.
Exemplos:
É importante / que tenhamos o equilíbrio da balança comercial.
Ainda se espera / que o governo mude as normas do imposto de renda.
Ainda era esperado / que a equipe palmeirense se reabilitasse.
Consta / que haverá mudanças no ministério, caso o presidente seja reeleito.


b) Objetiva direta
Função de objeto direto em relação ao verbo da principal.
Exemplo:
Os contribuintes esperam / que o governo altere as normas do imposto de renda.


c) Objetiva indireta
Função de objeto indireto em relação ao verbo da principal.
Exemplo:
O país necessita / de que se faça uma melhor distribuição de renda.


d) Completiva nominal
Função sintática de complemento nominal em relação a um substantivo, adjetivo ou advérbio da principa
Exemplos:
O país tem necessidade / de que se faça uma reforma social.
O governador era contrário / a que mudassem as regras do jogo.
Percebia-se que agia favoravelmente / a que mudassem as regras do jogo.


e) Predicativa
Função de predicativo do sujeito em relação à principal.
Exemplo:
O medo dos empresários era / que sobreviesse uma violenta recessão.


f) Apositiva
Função de aposto em relação a um termo da principal.
Exemplo:
O receio dos jogadores era esse: / que o técnico não os ouvisse.


g) Agente da passiva
Função de agente da passiva em relação à principal.
Exemplo:
O assunto era explicado / por quem o entendia profundamente.
  • Orações subordinadas adjetivas
São aquelas que exercem função sintática própria de um adjetivo:


a) Restritivas
Restringem, limitam o sentido de um termo da oração principal. Não são isoladas por vírgulas.
Exemplo:
A doença que surgiu nestes últimos anos pode matar muita gente.


b) Explicativas
Explicam, generalizam o sentido de um termo da oração principal. São isoladas por vírgulas.
Exemplo:
As doenças, que são um flagelo da humanidade, já mataram muita gente.


Observação:
As orações subordinadas adjetivas são introduzidas por pronomes relativos: que, quem, o qual, a qual, cujo, onde, como, quando etc.
Os pronomes relativos exercem funções sintáticas, a saber:


a) Sujeito
Exemplo:
Os trabalhadores que fizeram greve exigiam aumento salarial.
(= Os trabalhadores fizeram greve.)


b) Objeto direto
Exemplo:
As reivindicações que os trabalhadores faziam preocupavam os empresários.
(= Os trabalhadores faziam as reivindicações.)


c) Objeto indireto
Exemplo:
O aumento de que todos necessitavam proveria o sustento da casa.
(= Todos necessitavam do aumento.)


d) Complemento nomina
Exemplo:
O aumento de que todos tinham necessidade proveria o sustento da casa.
(= Todos tinham necessidade do aumento.)


e) Predicativo do sujeito
Exemplo:
O grande mestre que ele sempre foi agradava a todos.
(= Ele sempre foi o grande mestre.)


f) Adjunto adnominal
Exemplo:
Os peregrinos de cujas contribuições a paróquia dependia retornaram à sua cidade.
(= A paróquia dependia de suas contribuições.)


g) Adjunto adverbial
Exemplo:
Observem o jeitinho como ela se requebra.
(= Ela se requebra com jeitinho.)
  • Orações subordinadas adverbiais
São aquelas que exercem função sintática própria de advérbio, ou seja, adjunto adverbial em relação à principal.


a) Causal
Exemplo:
Todos se opuseram a ele, porque não concordavam com suas idéias.


b) Condicional
Exemplo:
Se houvesse opiniões contrárias, o acordo seria desfeito.


c) Temporal
Exemplo:
Assim que chegou a casa, resolveu os problemas.


d) Proporcional
Exemplo:
Quanto mais obstáculos surgiam, mais ele se superava.


e) Final
Exemplo:
O pai sempre trabalhou para que os filhos estudassem.


f) Conformativa
Exemplo:
Os jogadores procederam segundo o técnico lhes ordenara.


g) Consecutiva
Exemplo:
Suas dívidas eram tantas que vivia nervoso.


h) Concessiva
Exemplo:
Embora enfrentasse dificuldades, procurava manter a calma.


i) Comparativa
Exemplo:
Ele sempre se comportou tal qual um cavalheiro.


II - ORAÇÕES COORDENADAS
As orações coordenadas são independentes sintaticamente. Não exercem nenhuma função sintática em relação a outra dentro do período.
Quando não são introduzidas por conjunções (conectivos), são classificadas como assindéticas.
Exemplo:
"No alto da figueira estava, / no alto da figueira fiquei." (J. C. de Carvalho)
Se introduzidas por conjunções (conectivo), classificam-se como sindéticas, recebendo o nome da conjunção que as introduzem, assim:


a) aditivas (e, nem, mas também...)
Exemplo:
O ministro não pediu demissão e manteve sua posição anterior.


b) adversativa (mas, porém, todavia, contudo, entretanto)
Exemplo:
O ministro pediu demissão, mas o presidente não a aceitou.


c) explicativas (que, porque, e a palavra pois antes do verbo)
Exemplo:
Peçam a demissão dos seus assessores, pois eles pouco fazem para o bem do povo.


d) conclusivas (logo, portanto, por conseguinte, por isso, de modo que e a palavra pois após o verbo)
Exemplo:
Os assessores pouco fazem pelo povo; devem, pois, deixar seus cargos.


e) alternativas (ou, ou ... ou, ora ... ora, quer ... quer, seja ... seja, já ... já, talvez ... talvez)
Exemplo:
O Congresso deve ser soberano, ou perderá a legitimidade.


III - ORAÇÕES REDUZIDAS
Não são introduzidas por conjunção e possuem verbo em uma das formas nominais (infinitivo, particípio ou gerúndio).


a) Infinitivo (pessoal ou impessoal)
Exemplos:
Todos sabiam ser impossível a manutenção da política econômica.
O.S.S.Objetiva Direta reduzida de infinitivo.


Seria bom manteres a calma nesse momento.
O.S.S. Subjetiva reduzida de infinitivo.
b) Gerúndio
Exemplos:

Entrando na sala de aula, foi recebido com frieza.
O.S. Ad. Temporal reduzida de gerúndio.

Vencendo seus adversários futuros, o clube ganhará o campeonato.
O.S. Adv. Condicional reduzida de gerúndio.


c) Particípio
Exemplos:

Realizado o congresso internacional, percebeu-se a gravidade da moléstia.
O.S. Ad. Temporal reduzida de particípio.

Encontrado o autor dos assaltos, a população ficará aliviada.
O.S. Condicional reduzida de particípio.

Entristecido com a campanha do seu clube, não mais discutia futebol.
O.S. Adv. Causal reduzida de particípio.

Análise Sintática e Análise Morfológica

Antes de iniciarmos nossos estudos sobre estes dois temas é importante sabermos o conceito de Morfologia e Sintaxe.

A Morfologia é a parte da gramática que estuda as palavras de acordo com a classe gramatical a que ela pertence. Quando nos referimos às classes gramaticais, logo sabemos que se refere àquelas dez, que são: substantivos, artigos, pronomes, verbos, adjetivos, conjunções, interjeições, preposições, advérbios e numerais.

A Sintaxe é a parte que estuda a função que as palavras desempenham dentro da oração.
Agora, referimo-nos a sujeito, adjunto adverbial, objeto direto e indireto, complemento nominal, aposto, vocativo, predicado, entre outros.
Para melhor entendermos o que foi dito, tomemos como exemplo as seguintes orações:

A manhã está ensolaradaAgora faremos a análise morfológica de todos os seus termos:

A - artigo
Manhã - substantivo
Está - verbo (estar)
Ensolarada - adjetivo

Quanto à análise sintática, temos:

A manhã - Sujeito simples
Está ensolarada - predicado nominal, pois o verbo proposto denota estado, logo é um verbo de ligação.
Ensolarada - predicativo do sujeito, pois revela uma característica (qualidade) sobre o mesmo.

Marcos e Paulo gostam de estudar todos os dias.

Morfologicamente temos:

Marcos - substantivo próprio
Paulo - substantivo próprio
Gostam- verbo (gostar)
De - preposição
Estudar - verbo no infinitivo (forma original)
Todos- pronome indefinido
Os- artigo definido
Dias- substantivo simples

E sintaticamente:

Marcos e Paulo - sujeito composto (dois núcleos)
Gostam de estudar todos os dias- predicado verbal
De estudar - objeto indireto (complementa o sentido do verbo)
Todos os dias - adjunto adverbial de tempo
Podemos perceber que quando se trata da análise morfológica, os termos da oração são analisados passo a passo, já na análise sintática, eles são analisados de acordo com a posição desempenhada.

Por Vânia Duarte
Graduada em Letras

Filosofia: um Pensamento Sistemático


A filosofia não é um “eu acho que” ou um “eu gosto de”. Não é pesquisa de opinião à maneira dos meios de comunicação de massa. Não é pesquisa de mercado para conhecer preferências dos consumidores e criar uma propaganda.

As indagações filosóficas se realizam de modo sistemático.
Que significa isso?

Significa que a filosofia trabalha com enunciados precisos e rigorosos, busca encadeamentos lógicos entre os enunciados, opera com conceitos ou idéias obtidos por procedimentos de demonstração e prova, exige a fundamentação racional do que é enunciado e pensado. Somente assim a reflexão filosófica pode fazer com que nossa experiência cotidiana, nossas crenças e opiniões alcancem uma visão crítica de si mesmas. Não se trata de dizer “eu acho que”, mas de poder afirmar “eu penso que”.

O conhecimento filosófico é um trabalho intelectual. É sistemático porque não se contenta em obter respostas para as questões colocadas, mas exige que as próprias questões sejam válidas e, em segundo lugar, que as respostas sejam verdadeiras, estejam relacionadas entre si, esclareçam umas às outras, formem conjuntos coerentes de idéias e significações, sejam provadas e demonstradas racionalmente.

Quando o senso comum diz “esta é minha filosofia” ou “isso é a filosofia de fulana ou de fulano”, engana-se e não se engana.

Engana-se porque imagina que para “ter uma filosofia” basta alguém possuir um conjunto de idéias mais ou menos coerentes sobre todas as coisas e pessoas, bem como ter um conjunto de princípios mais ou menos coerentes para julgar as coisas e as pessoas. “Minha filosofia” ou a “filosofia de fulano” ficam no plano de um “eu acho” coerente.

Mas o senso comum não se engana ao usar essas expressões porque percebe, ainda que muito confusamente, que há uma característica nas idéias e nos princípios que nos leva a dizer que são uma filosofia: a coerência, as relações entre as idéias e entre os princípios. Ou seja, o senso comum pressente que a filosofia opera sistematicamente, com coerência e lógica, que a filosofia tem uma vocação para formar um todo daquilo que aparece de modo fragmentado em nossa experiência cotidiana.
Bibliografia
PRÉ-SOCRÁTICOS, Col. “Os Pensadores”, vol. 1, seleção de textos e supervisão do prof. Dr. José Cavalcante de Souza, São Paulo,
Abril Cultural, 1978.
Bibliografia Complementar
CHAUI, M. Filosofia, Série Novo Ensino Médio, Volume Único, São Paulo, Editora Ática, 2004.
CHAUI, M. Introdução à História da Filosofia – dos pré-socráticos a Aristóteles, Volume 1, São Paulo, Cia. das Letras, 2002.
COTRIM, G. Fundamentos da Filosofia: História e Grandes Temas, São Paulo, Ed. Saraiva, 7a tiragem, 2005.
KIRK, G.S., RAVEN, J. E. & SCHOFIELD, M. Os filósofos pré-socráticos, Lisboa, Fund. Calouste Gulbenkian, 1994.

Pronomes

Os pronomes indefinidos São aqueles que se referem à terceira Pessoa do discurso de forma vaga, imprecisa e genérica.

Alguem deixou o cachorro fugir.

Pronomes Indefinidos
Variaveis Invariáveis
(Referem-se a Coisas)
Algums, algums, alguns, algums algo
Nenhum, nenhuma Tudo
Nenhuns, nenhumas
Tudo, toda, todos, todas Nada
Outro, outra, outros, outras
Muito, Muita, muitos, Muitas
(Referem-se a Pessoas)
Pouco, pouca, poucos, poucos Quem
Certo, certo, certos, certas Alguem
Várias, várias, vários, vários Ninguém
Quanto, quanta, quantos, quanto Outrem
Tanto, tanto, tantos, tantos
Qualque, quaisquer
(Referem-se a Coisas e Pessoas)
Qual, Quai Cada
Um, UMA, uns, umas Que

Os pronomes indefinidos tambem Podem aparecer sob a forma de locução pronominal:

Cada Qual, Quem quer que, qualque um, quem, tudo o mais

Emprego dos pronomes indefinidos

- O indefinido algums , adiado para o substantivo Assum sentido negativo.

Motivo algums me fará desistir de vocês. (Negativo)

- O indefinido cada Não Deve ser utilizado desacompanhada de substantivo ou numeral.

Ganhamos duas casas cada UM .

- O indefinido verdade , antes de substantivo é pronome indefinido, depois do substantivo é adjetivo.

Não compreendi algumas Pessoa. (Pronome indefinido)
Escolha a Pessoa certa para casar. (Adjetivo)

- O indefinido todos e todas (singular), Quand desacompanhado de artigo, significam qualque .

Todo Homem é desonesto. (Qualque Homem)

Quand acompanhados de artigo Dão ideia de totalidade.

Ela comeu toda a pizza.

Qualque (plural = quaisquer): vieram Pessoas de quaisquer origens.


Pronomes interrogativos

É UM tipo de pronome indefinido com que se introduzem frases interrogativas (direta ou indiretas).

Variaveis Invariáveis
Qual, quanto Quem que

Quantos Irão viajar nas férias? (Direta)
Quero saber quantos Irão viajar nas férias. (Indireta)

quarta-feira, 20 de maio de 2020

Semântica

Semântica é o estudo do sentido das palavras de uma língua.

Família de idéias


São palavras que mantêm relações de sinonímia e que representam basicamente uma mesma idéia.

Veja a relação a seguir:

* casa, moradia, lar, abrigo
* residência, sobrado, apartamento, cabana

Todas essas palavras representam a mesma idéia: lugar onde se mora. Logo, trata-se de uma família de idéias.

Observe outros exemplos:

* revista, jornal, biblioteca, livro
* casaco, paletó, roupa, blusa, camisa, jaqueta
* serra, rio, montanha, lago, ilha, riacho, planalto
* telefonista, motorista, costureira, escriturário, professor

Sinonímia


É a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais que apresentam significados iguais ou semelhantes - SINÔNIMOS.

Ex.: Cômico - engraçado
Débil - fraco, frágil
Distante - afastado, remoto

Antonímia

É a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais que apresentam significados diferentes, contrários - ANTÔNIMOS.

Ex.: Economizar - gastar
Bem - mal
Bom - ruim

Homonímia


É a relação entre duas ou mais palavras que, apesar de possuírem significados diferentes, possuem a mesma estrutura fonológica - HOMÔNIMOS.

As homônimas podem ser:

* Homógrafas heterofônicas ( ou homógrafas) - são as palavras iguais na escrita e diferentes na pronúncia.
Ex.: gosto ( substantivo) - gosto (1.ª pess.sing. pres. ind. - verbo gostar)
Conserto ( substantivo) - conserto (1.ª pess.sing. pres. ind. - verbo consertar)

* Homófonas heterográficas ( ou homófonas) - são as palavras iguais na pronúncia e diferentes na escrita.
Ex.: cela (substantivo) - sela ( verbo)
Cessão (substantivo) - sessão (substantivo)
Cerrar (verbo) - serrar ( verbo)

* Homófonas homográficas ( ou homônimos perfeitos) - são as palavras iguais na pronúncia e na escrita.
Ex.: cura (verbo) - cura ( substantivo)
Verão ( verbo) - verão ( substantivo)
Cedo ( verbo ) - cedo (advérbio)

Paronímia

É a relação que se estabelece entre duas ou mais palavras que possuem significados diferentes, mas são muito parecidas na pronúncia e na escrita - PARÔNIMOS.

Ex.: cavaleiro - cavalheiro
Absolver - absorver
Comprimento - cumprimento

Polissemia

É a propriedade que uma mesma palavra tem de apresentar vários significados.

Ex.: Ele ocupa um alto posto na empresa.
Abasteci meu carro no posto da esquina.

Os convites eram de graça.
Os fiéis agradecem a graça recebida.

Conotação e Denotação


Conotação é o uso da palavra com um significado diferente do original, criado pelo contexto.
Ex.: Você tem um coração de pedra.

Denotação é o uso da palavra com o seu sentido original.
Ex.: Pedra é um corpo duro e sólido, da natureza das rochas.
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Ortoépia e Prosódia

Ortoépia

Ortoépia é a correta pronúncia dos grupos fônicos.

A ortoépia está relacionada com: a perfeita emissão das vogais, a correta articulação das consoantes e a ligação de vocábulos dentro de contextos.

Erros cometidos contra a ortoépia são chamados de cacoepia. Alguns exemplos:

a- pronunciar erradamente vogais quanto ao timbre:

pronúncia correta, timbre fechado (ê, ô): omolete, alcova, crosta...

pronúncia errada, timbre aberto (é, ó):omelete, alcova,crosta...

b- omitir fonemas: cantar/ canta, trabalhar/trabalha, amor/amo, abóbora/abóbra,prostrar/ prostar, reivindicar/revindicar...

c- acréscimo de fonemas: pneu/peneu, freada/ freiada,bandeja/ bandeija...

d- substituição de fonemas: cutia/cotia, cabeçalho/ cabeçário, bueiro/ boeiro

e- troca de posição de um ou mais fonemas: caderneta/ cardeneta, bicarbonato/ bicabornato, muçulmano/ mulçumano

f- nasalização de vogais: sobrancelha/ sombrancelha, mendigo/ mendingo, bugiganga/ bungiganga ou buginganga

g- pronunciar a crase: A aula iria acabar às cinco horas./ A aula iria acabar àas cinco horas

h- ligar as palavras na frase de forma incorreta:

correta: A aula/ iria acabar/ às cinco horas.

exemplo de ligação incorreta: A/ aula iria/ acabar/ às/ cinco horas.


Prosódia

A prosódia está relacionada com a correta acentuação das palavras tomando como padrão a língua considerada culta.

Abaixo estão relacionados alguns exemplos de vocábulos que freqüentemente geram dúvidas quanto à prosódia:

1) oxítonas:
cateter, Cister, condor, hangar, mister, negus, Nobel, novel, recém, refém, ruim, sutil, ureter.

2) paroxítonas:
avaro, avito, barbárie, caracteres, cartomancia,ciclope, erudito, ibero, gratuito, ônix, poliglota, pudico, rubrica, tulipa.

3) proparoxítonas:
aeródromo, alcoólatra, álibi, âmago,antídoto, elétrodo, lêvedo, protótipo, quadrúmano, vermífugo, zéfiro.

Há algumas palavras cujo acento prosódico é incerto, oscilante, mesmo na língua culta. Exemplos:

acrobata e acróbata / crisântemo e crisantemo/ Oceânia e Oceania/ réptil e reptil/ xerox e xérox e outras.

Outras assumem significados diferentes, de acordo a acentuação:

Exemplo: valido/ válido

Vivido /Vívido

Autoria: Célia Mayumi Trentini

Concordância Verbal

Língua Portuguesa alguns verbos que exigem atenção especial quanto à concordância, são eles: ser, haver e fazer. A expressão “haja vista” também causa certas dúvidas.

Vejamos, separadamente, a concordância verbal dos verbos e expressão citados acima.

O verbo ser
A concordância pode ser feita com o sujeito ou com o predicativo do sujeito, contudo, na maioria das vezes é optativa.

a) Se o sujeito ou o predicativo for nome de pessoa ou pronome pessoal, o verbo concorda com a pessoa.

Exemplos: João é as alegrias de sua mãe.
Os mais conformados somos nós.

b) O verbo ficará no plural se o sujeito for representado por um dos pronomes (isso, aquilo, tudo) e se o predicativo estiver no plural.

Exemplos: Isso são idéias concretizadas.

c) Se o sujeito for uma expressão que indica quantidade, medida, preço, peso, o verbo ficará no singular.

Exemplo: Acredito que sete quilos de carne é o bastante para nós.

d) Quando indicar hora ou distância, o verbo concordará com o valor numérico.

Exemplos: São onze horas da manhã.
De Goiânia a Caldas Novas são praticamente 150 quilômetros.

e) Quando indicar o dia do mês o verbo pode ficar ou no singular ou no plural.

Exemplos: Hoje é 21 de novembro. (Refere-se ao dia)
Hoje são 21 de novembro. (Refere-se aos dias transcorridos até a data)

O verbo haver e fazer

O verbo haver e fazer são impessoais, portanto, não admitem sujeito e são flexionados na terceira pessoa do singular.

O verbo haver é impessoal quando tem sentido de existir e também de tempo decorrido.

Exemplo: Havia uma cadeira vaga na sala de aula.
Há uma semana que não vejo minha irmã.

O verbo fazer é impessoal quando indica tempo decorrido ou fenômeno natural.

Exemplos: Faz sete dias que não vejo minha irmã.
Faz muito calor na sala ao lado.

A expressão "haja vista"
O verbo haver na expressão “haja vista” pode ser empregado ou no singular ou no plural. Contudo, a palavra “vista” é invariável.

Exemplos: Haja vista a quantidade de palavras empregadas, conseguimos atingir a meta.
Hajam vista a quantidade de palavras empregadas, conseguimos atingir a meta.

terça-feira, 19 de maio de 2020

Autores do Romantismo


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O Romantismo foi o estilo literário que perdurou no Brasil desde 1836 até 1881 (ano da publicação de O Mulato e Memórias Póstumas de Brás Cubas). O primeiro poeta romântico brasileiro foi Gonçalves de Magalhães, que publicou Suspiros Poéticos e Saudades em 1836. Era marcado por grande subjetividade, idealização (da mulher e do amor) e sentimentalismo. Foi a primeira tentativa consciente de se produzir literatura verdadeiramente brasileira.

Gonçalves Dias

Orgulhoso de ter o sangue de índios, negros e brancos em seu corpo, Antônio Gonçalves Dias nasceu a 10 de agosto de 1823 no Maranhão e morreu a 3 de novembro de 1864. Gonçalves Dias foi um poeta romântico indianista e bacharel em Direito pela universidade de Coimbra. Sua poesia trouxe a admiração da crítica e do rei, que o nomeou para vários cargos públicos e lhe permitiu viver mais confortavelmente, tendo viajado pelo Norte do Brasil a serviço da corte. Também fez teatro. Recusado pela família de sua amada, casou-se com outra e, doente, viajou a Europa para se tratar. Quando o governo cortou o subsídio que lhe concedia em 1864, decidiu voltar ao Brasil. Na volta, morre no naufrágio do "Ville de Boulogne" por estar doente, já que foi abandonado de cama em estado deplorável enquanto todos os outros se salvaram. Alguns de seus poemas indianistas mais famosos são I-Juca Pirama e Os Timbiras.

"Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá." Canção do Exílio

"Eu vi o brioso no largo terreiro,
Cantar prisioneiro
Seu canto de morte, que nunca esqueci:
Valente como era, chorou sem ter pejo;
Parece que o vejo,
Que o tenho nest'hora diante de mi." I-Juca Pirama

"Por onde quer que fordes de fugida
Vai o fero Itajuba perseguir-vos
Por água ou terra, ou campos, ou florestas;
Tremei!..." Os Timbiras

Álvares de Azevedo

Manuel Antônio Álvares de Azevedo nasceu em 1831, um gênio precoce que já falava francês, inglês e latim aos 10 anos de idade. Estudava Direito e participava de altas orgias em reuniões com outros grandes escritores românticos como seu amigo Bernardo de Guimarães. Além do maior poeta da tendência Mal do Século no Brasil, Álvares de Azevedo também escreveu contos e uma peça de teatro (Macário). Quando entrou na faculdade de Direito teve um pressentimento que não completaria o curso ao ver dois estudantes do quinto ano morrerem na sua frente. A morte foi uma constante em sua obra, já que o irmão morreu prematuramente e ele sentia fortes dores no peito. De fato, morreu meses após completar o quarto ano, com prematuros 20 anos de idade, de um tumor na fossa ilíaca descoberto após um acidente de equitação. Dois anos depois sua obra romântica, dividida entre Ariel (o bem) e Caliban (o mal), passou a ser publicada. Foi o maior poeta brasileiro da tendência do Mal do Século. Seguem passagens do livro de contos (Caliban) Noite na Taverna, uma amostra da poesia Se eu morresse amanhã (composta dias antes do acidente) e do livro de poesias Lira dos Vinte Anos.

"Mas essa dor da vida que devora
A ânsia de glória, o dolorido afã...
A dor no peito emudecera ao menos
Se eu morresse amanhã!"

" Quando falo contigo, no meu peito
esquece-me esta dor que me consome:
Talvez corre o prazer nas fibras d'alma:
E eu ouso ainda murmurar teu nome!" Lira dos Vinte Anos

"Pois bem, dir-vos-ei uma história. Mas quanto a essa, podeis tremer a gosto, podeis suar a frio da fronte grossas bagas de terror. Não é um conto, é uma lembrança do passado." Noite na Taverna

"A mulher recuava... Recuava. O moço tomou-a nos braços, pregou os lábios nos dela... Ela deu um grito, e caiu-lhe das mãos. Era horrível de ver-se. O moço tomou o punhal, fechou os olhos, apertou-os no peito, e caiu sobre ela. Dois gemidos sufocaram-se no estrondo do baque de um corpo..." Noite na Taverna

"Mais claro que o dia. Se chamas o amor a troca de duas temperaturas, o aperto de dois sexos, a convulsão de dois peitos que arquejam, o beijo de duas bocas que tremem, de duas vidas que se fundem tenho amado muito e sempre! Se chamas o amor o sentimento casto e poro que faz cismar o pensativo, que faz chorar o amante na relva onde passou a beleza, que adivinha o perfume dela na brisa, que pergunta às aves, à manhã, à noite, às harmonias da música, que melodia é mais doce que sua voz, e ao seu coração, que formosura há mais divina que a dela-eu nunca amei. Ainda não achei uma mulher assim. Entre um charuto e uma chávena de café lembro-me às vezes de alguma forma divina, morena, branca, loira, de cabelos castanhos ou negros. Tenho-as visto que fazem empalidecer-e meu peito parece sufocar meus lábios se gelam, minha mão se esfria..." Macário

"Esse amor foi uma desgraça. Foi uma sina terrível. Ó meu pai! ó minha segunda mãe! ó meus anjos! meu céu! minhas campinas! É tão triste morrer!" Macário

Junqueira Freire

O monge beneditino Luís José Junqueira Freire (1832-1855) permaneceu enclausurado até 1854, atormentado pela falta de vocação e com uma sexualidade latente e reprimida. Seus poemas mostram um jovem angustiado, incapaz de seguir a vida religiosa e que vê na morte a única fuga (Evasão na Morte, característica típica da poesia Mal do Século).

"Eis a descrença e a crença,
Eis o absinto e a flor,
Eis o amor e o ódio,
Eis o prazer e a dor!"

Joaquim de Sousândrade

Joaquim de Sousa Andrade (1833-1902) era um republicano e abolicionista convicto e militante, que morou em NY e mais tarde foi professor. Morto, sua obra foi esquecida e só na década de 1960 foi resgatada. Usou inovações como a criação de neologismos e metáforas, valorizadas só mais tarde. Segue aqui uma citação deste que é um dos menos conhecidos dos poetas românticos brasileiros, apesar de segundo apenas a Castro Alves na poesia social.

"Desde a noite funérea de tristeza
Heleura está doente. Ara, morrendo,
Nunca perdera as cores do semblante,
Um formoso defunto: "Vivo! Vivo!"
Gritava a filha p'ra que não o levassem:
"Vivo! Vivo!" Prenúncios maus, diziam."

Casimiro de Abreu

Comerciante, Casimiro José Marques de Abreu nasceu em 4 de Janeiro de 1839 no município de Barra de São João (que atualmente leva seu nome), levou vida boêmia e morreu tuberculoso em 18 de outubro de 1860, três anos após voltar de Portugal, onde estava a negócios. Sua poesia não foi muito inovadora, sendo considerado mais ingênuo dos românticos. Conhecido como "poeta da infância", fala muito da inocência perdida, como mostra a passagem abaixo. Um dos motivos de sua nostalgia era a intransigência do pai, que o obrigou a se tornar comerciante ao invés de lhe permitir ser poeta.

"Oh! Que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!"

Fagundes Varela

Luís Nicolau Fagundes Varela (1841-1875) foi um poeta romântico inspirado pelo byronismo. Boêmio, este estudante de direito que nunca conclui o curso perdeu seu filho ainda novo e da esposa o leva mais fundo à boêmia. Casando-se de novo, muda-se para Niterói e falece, alcoólatra e mentalmente desequilibrado. Considerado o menos ingênuo dos românticos, a perda do filho influenciou muito sua obra, sendo o Cântico do Calvário indicação disto. Segue uma passagem.

"Eras na vida a pomba predileta
Que sobre um mar de angústia conduzia
O ramo da esperança. - Eras a estrela
Que entre as névoas do inverno cintilava
Apontando o caminho ao pergueiro."

Castro Alves

Antônio Frederico de Castro Alves nasceu a 14 de março de 1847 na cidade que hoje leva seu nome e morreu tuberculoso a 6 de julho de 1871. Tinha 15 anos quando se matriculou no curso de Direito em Recife, onde iniciou sua carreira poética, escrevendo poesia lírica e social (a social sendo a que mais o consagrou) a favor da abolição da escravatura, sendo por isso chamado de Poeta dos Escravos. Sua poesia lírica era menos idealizada que a de seus contemporâneos românticos, apresentando uma mulher mais sensual menos idealizada. Entusiasmou-se pelo teatro e casou-se com uma atriz chamada Eugênia Câmara, dez anos mais velha, que o abandonou mais tarde. Tempos depois do casamento, atira contra o próprio pé em uma caçada e tem o membro amputado. As caçadas tiveram sua origem justamente como escapatória das constantes brigas que o casal tinha começado a ter quando se mudaram para São Paulo. Mas após este infeliz acidente ainda pôde andar, ainda que com o auxílio de uma bengala e um pé de borracha. Em 1870 publica Espumas Flutuantes na Bahia, sua única obra poética publicada em vida. O que segue é uma passagem de seu célebre Navio Negreiro, parte de sua obra publicada postumamente em Os Escravos.

"Eras um sono dantesco... O tombadilho,
Que das luzernas avermelha o brilho,
Em sangue a se banhar,
Tinir de ferros... Estalar do açoite...
Legiões de homens negros como a noite
Horrendos a dançar" Os Escravos

Gonçalves de Magalhães

Domingos José Gonçalves de Magalhães (1811-1882) nasceu em Niterói, RJ, e morreu em Roma. Formou-se em Medicina, trouxe e divulgou o Romantismo no Brasil após sua viagem à Europa. Fez poesia religiosa e indianista (estas o últimas o levaram a grande polêmica com José de Alencar). Não era um grande poeta e é considerado um poeta importante apenas pela introdução do Romantismo com seu livro Suspiros poéticos e saudades.

Tobias Barreto

Tobias Barreto de Meneses (1839-1889), além de filósofo, ensaísta, jurista, crítico, polemista, educador e político foi também um dos maiores nomes da poesia social brasileira. Quando estudante, participava de polêmicas célebres com Castro Alves. Brilhante, aos 15 anos ensinava latim. Aos 20 ia tornar-se padre, mas foi expulso do seminário por boemia e indisciplina. No Recife onde morreu foi catedrático da Faculdade de Direito. Seu único livro de versos publicado foi Dias e Noites.

Martins Pena

Luís Carlos Martins Pena (5/11/1815 - 7/12/1848) morreu jovem em Lisboa, tendo escrito no período 28 peças teatrais. Quando jovem, estudou Belas Artes e aprendeu mais sobre o teatro. Mais tarde trabalhou como censor teatral, aprendendo ainda mais sobre sua arte. Apesar de ter escrito sua primeira peça, O Juiz de Paz da Roça, em 1833, ela só foi encenada 5 anos mais tarde, pela trupe de João Caetano, então um dos mais importantes atores brasileiros. Apesar de ter tentado fazer teatro histórico (gênero bem-sucedido no Romantismo europeu), foi como comediógrafo que mais se destacou; entre 1844 e 1846 escreveu 17 peças cômicas, criando o teatro de costumes brasileiro. É comparado por alguns críticos com Manuel Antônio de Almeida, por fazer algo próximo de um Realismo ingênuo. Sua obra mais importante é O Noviço.

"E vós, senhoras, esperai da justiça dos homens o castigo deste malvado (Para Carlos e Emília:) E vós, meus filhos, sede felizes, que eu pedirei para todos (ao público) indulgência!" O Noviço

Bernardo Guimarães

Mineiro, Bernardo Guimarães foi juiz, jornalista e professor. Atuou como juiz em Catalão, onde tomou a polêmica medida de libertar presos que abarrotavam a cadeia municipal. Vivia em um grande desleixo, como atestam pessoas que o visitavam. Como professor também não era competente, tendo sido despedido por sua falta de assiduidade e competência. Ele pretendia, junto com Álvares de Azevedo, instalar a boêmia byroniana em São Paulo. Tornou-se célebre principalmente por sua famosa obra A Escrava Isaura, que foi adaptada para filme, teatro e televisão.

"As linhas do perfil desenhavam-se distintamente entre o ébano da caixa do piano, e as bastas madeixas ainda mais negras do que ele. São tão puras e suaves estas linhas, que fascinam os olhos, enlevam a mente, e paralisam toda análise. A tez é como o marfim do teclado, alva que não deslumbra, embaraçada por uma nuança delicada, que não sabereis dizer se é leve palidez ou cor-de-rosa desmaiada. O colo donoso e do mais puro louvor sustenta com graça inefável o busto maravilhoso. Os cabelos soltos e fortemente ondulados se despenham caracolando pelos ombros em espessos e luzidios rolos, e como franjas negras escondiam completamente o dorso da cadeira, a que se achava recostada." A Escrava Isaura

"Pobre Isaura! - disse Álvaro com a voz comovida, estendendo os braços à cativa. - Chega-te a mim... Eu protestei no fundo de minha alma e por minha honra desafrontar-te do jugo opressor e aviltante, que te esmagava, porque via em ti a pureza de um anjo, e a nobre e altiva resignação de um mártir. Foi uma missão santa, que julgo ter recebido do céu, e que hoje vejo coroada do mais feliz e completo resultado. Deus enfim, por minhas mãos vinga a inocência e a virtude oprimida, e esmaga o algoz." A Escrava Isaura

Manuel Antônio de Almeida

Escritor romântico de transição para o Realismo, Manuel Antônio de Almeida (1831-1861) se formou em Medicina mas era jornalista por excelência. Um de seus empregos antes do jornalismo foi assistente de tipógrafo. Só escreveu uma obra, que foi em vida assinada anonimamente por ele apenas como "Um Brasileiro". Este pseudônimo indicava que ele possivelmente não continuaria a carreira literária. Morreu tragicamente aos 30 anos de idade, no naufrágio do navio Hermes, enquanto fazia campanha para deputação federal. Seguem algumas passagens desta obra, Memórias de um Sargento de Milícias.

"O compadre compreendeu tudo: viu que o Leonardo abandonava o filho, uma vez que a mãe o tinha abandonado, e fez um gesto como quem queria dizer: - Está bom, já agora... Vá; ficaremos com uma carga às costas." Memórias de um Sargento de Milícias

"Passado o tempo indispensável de luto, o Leonardo, em uniforme de Sargento de Milícias, recebeu-se na Sé com Luisinha, assistindo à cerimônia a família em peso." Memórias de um Sargento de Milícias

Joaquim Manuel de Macedo

Joaquim Manuel de Macedo (1820-1882) nasceu no RJ e formou-se médico. Fundou a revista Guanabara com Gonçalves Dias, foi redator de revista, secretário, orador do Instituto Histórico, político e professor. Amigo do imperador, tornou-se preceptor dos filhos da princesa Isabel. Um dos primeiros românticos, provavelmente o mais puramente romântico de todos na prosa, produziu diversos livros entre os quais os mais célebres são A Moreninha (que escreveu ainda muito jovem, com apenas 20, 21 anos de idade e lhe deu fama imediata), O Moço Loiro e A Luneta Mágica.

"No dia 20 de julho de 18... Na sala parlamentar da casa nº... Da rua de..., sendo testemunhas os estudantes Fabrício e Leopoldo, acordaram Felipe e Augusto, também estudantes, que, se até o dia de 20 de agosto do corrente ano, o segundo acordante tiver amado a uma só mulher durante quinze dias ou mais, será obrigado a escrever um romance em que tal acontecimento confesse; e, no caso contrário, igual pena sofrerá o primeiro acordante. Sala parlamentar, 20 de julho de 18... Salva a redação." A Moreninha

"Achei minha mulher!... Bradava Augusto; encontrei minha mulher!... Encontrei minha mulher!..." A Moreninha

Franklin Távora

João Franklin da Silveira Távora (1842-1888) nasceu no Ceará mas viveu em Pernambuco, onde se formou em Direito, e, a partir de 1874, viveu no Rio e Janeiro. Foi deputado estadual em Pernambuco e funcionário da Secretaria do Império no Rio. Foi além de contista e romancista um grande historiador, e como morreu pobre, o Instituo Histórico e Geográfico Brasileiro do qual fazia parte deu uma pensão a sua viúva e filho. Parte de sua obra de historiografia foi destruída no final de sua vida pelo próprio autor, que sentia-se abandonado e miserável. Franklin Távora criou a "literatura do Norte", como ele mesmo batizou no prefácio de O Cabeleira. Embora tenha atacado José de Alencar no começo da carreira, ele se arrependeu depois. Távora é um romântico pré-naturalista. mantendo poucas características do Romantismo mas não se desvencilhando totalmente deste. Entre as obras que fazem parte desta literatura do Norte destacam-se O Cabeleira e O Matuto.

"Pela sua organização, pelos seus predicados naturais, o Cabeleira não estava destinado a ser o que foi, nós o repetimos. Os maus conselhos e os péssimos exemplos que lhe foram dados pelos desnaturado pai converteram seu coração, acessível em começo, ao bem e ao amor, em um músculo bastardo que só pulsava por fim a paixões condenadas." O Cabeleira

"Morro arrependido de meus erros. Quando caí nos braços da justiça, meu braço era já incapaz de matar, porque eu já tinha entrado no caminho do bem." O Cabeleira

José de Alencar

Escritor, político e advogado, José Martiniano de Alencar nasceu a 1º de maio de 1829 no Ceará e morreu de tuberculose aos 48 anos no Rio de Janeiro, em 12 de dezembro de 1877. Fez curso de Humanidades no RJ e formou-se em Direito em SP, onde foi colega de aula de Álvares de Azevedo e Bernardo Guimarães. Foi ministro da Justiça (1868-1870) e Senador do Império. Um de seus descendentes foi o Presidente Humberto de Alencar Castelo Branco. É considerado o maior escritor romântico brasileiro, tendo criado obras regionalistas, sociais e indianistas. Neste último estilo, que criou junto com Gonçalves Dias, enquadra-se O Guarani, que inspirou a célebre ópera de Carlos Gomes. Alencar foi também poeta e teatrólogo. Entre seus maiores romances estão O Guarani, Ubirajara, Iracema, Senhora, A Pata da Gazela, Diva, Lucíola, As Minas de Prata, A Viuvinha, Cinco Minutos, Til, O Gaúcho, O Sertanejo, Encarnação, Sonhos d'Ouro e O Tronco do Ipê.

"Aurélia amava mais seu amor, do que seu amante; era mais poeta do que mulher; preferia o ideal ao homem." Senhora

"As cortinas cerraram-se, e as auras da noite, acariciando o seio das flores, cantavam o hino misterioso do santo amor conjugal." Senhora

"Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna, e mais longo que seu talhe de palmeira.
O favo da jati não era doce como sue sorriso; nem a baunilha recendia no bosque como seu hálito perfumado." Iracema

"Pousando a criança nos braços paternos, a desventurada mãe desfaleceu, como a jetica, se lhe arrancam o bulbo. O esposo viu então como a dor tinha consumido seu belo corpo; mas formosura ainda morava nela, como o perfume na flor caída do manacá." Iracema

"Poucos homens conheciam como Horácio o coração da mulher; porque bem raros o teriam estudados com tamanha assiduidade. O mais sábio professor ficaria estupefato da lucidez admirável, com que o leão costumava ler nesse caos da paixão, que a anatomia chamou coração de mulher." A Pata da Gazela

" É verdade! Murmurou soltando uma fumaça de charuto. O leão deixou que o cerceassem as garras; foi esmagado pela pata da gazela." A Pata da Gazela

"Podia dar-lhe outra resposta mais breve, e dizer-lhe simplesmente que tudo isto sucedeu porque me atrasei cinco minutos." Cinco Minutos

"Calando-me naquela ocasião, prometi dar-lhe a razão que a senhora exigia; e cumpro o meu propósito mais cedo do que pensava. Trouxe no desejo de agradar-lhe a inspiração; e achei voltando a insônia de recordações que despertara a nossa conversa. Escrevi as páginas que lhe envio, às quais a senhora dará um título e um destino que merecem. É um 'perfil de mulher' apenas esboçado." Lucíola

"Quis pintar-lhe o que vi: a incubação de uma alma violentamente comprimida por uma terrível catástrofe; a vegetação de um corpo vivendo apenas pela força da matéria e do instinto; a revelação súbita da sensibilidade embotada pelos choques violentos que partiram o estame de uma infância feliz; a floração tardia do coração confrangido pelo escárnio e pelo desprezo; finalmente a energia e o vigor do espírito que surgia, soltando por misteriosa coesão os elos partidos da vida moral, e continuando no futuro a adolescência truncada." Lucíola

"Porque nasci para esta vida nova. Oh! Tu não sabes... Depois que reabilitei o nome de meu pai e o meu, ainda me faltava uma condição para voltar ao mundo. [...] A tua felicidade, o teu desejo. Se tivesses esquecido do teu marido para amar-me sem remorso e sem escrúpulo, eu estava resolvido... a fugir-te para sempre!" A Viuvinha

" A Emília, de quem eu te falo, não existiu para ninguém mais senão para mim, em quem ela viveu e morreu. A Emília, que o mundo conhecera e já esqueceu talvez, foi a moça formosa, que atravessou os salões, como a borboleta, atirando às turbas o pó dourado de suas asas. A flor, de que ela buscava o mel, não viçava ali, nem talvez na terra." Diva

" Não sei!... Respondeu-me com indefinível candura. O que sei é que te amo!... Tu não é só o arbítrio supremo de minha alma, és o motor de minha vida, meu pensamento e minha vontade. És tu que deve pensar e querer por mim... Eu?... Eu te pertenço; sou uma cousa tua. Podes conservá-la ou destruí-la; podes fazer dela tua mulher ou tua escrava!... É o teu direito e o meu destino. Só o que tu não podes em mim, é fazer que eu não te ame!..." Diva

Visconde de Taunay

O Visconde Alfredo d'Escragnolle Taunay foi um militar e político, tendo escrito o romance de transição para o Naturalismo Inocência e a obra em francês Retirada de Laguna. Foi também um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras; quando aconteceu a proclamação da República tomou desgosto da política e retirou-se da vida pública.

"À medida que as suspeitas sobre as intenções do inocente Meyer iam tomando vulto exagerado, nascia ilimitada confiança naquele outro homem que lhe era também desconhecido e que a princípio lhe causara tanta prevenção quanto o segundo." Inocência.

"Inocência, coitadinha...
Exatamente neste dia fazia dois anos que o seu gentil corpo fora entregue à terra, no imenso sertão de Santana do Paranaíba para aí dormir o sono da eternidade." Inocência
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