terça-feira, 17 de setembro de 2019

Taxa Nominal e Taxa Real de Juros

Um dos elementos principais em Matemática Financeira são as taxas de juros que correspondem à taxa de remuneração do capital no determinado tempo. As taxas de juros são classificadas de formas diferentes de acordo com o tipo de avaliação percentual que está sendo feita. Enfatizaremos nosso estudo nas taxas nominais e taxas reais.
A taxa nominal de juros é usada para demonstrar os efeitos da inflação no período analisado, tendo por base os fundos financeiros (empréstimos). Por exemplo, vamos supor que um empréstimo no valor de R$ 5 000,00 seja pago ao final de seis meses com o valor monetário de R$ 7 000,00. O cálculo da taxa nominal de juros será feita da seguinte forma: juros pagos / valor nominal do empréstimo.

Juros 7 000 – 5 000 = 2 000

Taxa nominal de juros 2 000 / 5 000 = 0,4 → 40%

Portanto, a taxa nominal de juros de um empréstimo de R$ 5 000,00 que teve como quitação o valor de R$ 7 000, teve uma taxa nominal de juros de 40%.


No caso da taxa real de juros, o efeito inflacionário não existe, por isso ela tende a ser menor que a taxa nominal. Isso ocorre porque ela é formada através da correção da taxa efetiva pela taxa de inflação do período da operação. A taxa real pode ser calculada pela seguinte expressão matemática: (1 + in) = (1 + r) * (1 + j), onde:

in = taxa de juros nominal
j = taxa de inflação do período
r = taxa real de juros


Podemos notar que se a taxa de inflação for nula (igual a 0) as taxas de juros nominal e real serão coincidentes.

Acompanhe o exemplo:
Um banco, ao realizar um empréstimo, oferece taxas pré-estabelecidas, emprestando R$ 10 000,00 receberá, no prazo máximo de um ano, o valor de R$ 13 000,00. Se a inflação do período foi de 3%. Determine a taxa real de juros do empréstimo?

Calculando a taxa nominal de juros 13 000 – 10 000 = 3 000
3 000 / 10 000 = 0,3 → 30%
Taxa nominal (in) = 30%


Determinando a taxa real de juros utilizando a expressão (1 + in) = (1 + r) * (1 + j).
in = 30% = 0,3
j = 3% = 0,03
r = ?

(1 + 0,3) = (1 + r) * (1 + 0,03)
1,3 = (1 + r) * (1,03)
1,3 = 1,03 + 1,03r
1,3 – 1,03 = 1,03r
0,27 = 1,03r
r = 0,27/1,03
r = 0,2621
r = 26,21%

A taxa real de juros do empréstimo é de aproximadamente 26,21%.
Por Marcos Noé

Porcentagem

Vários assuntos ligados a Matemática financeira requerem o uso de porcentagem. Por exemplo: cálculo de juros em compras financiadas, financiamentos de carros, casas, apartamentos, empréstimo bancários entre outras situações.

Exemplo 1

O preço de custo de uma mercadoria é de R$ 210,00. Para que se tenha um lucro de 20% na venda dessa mercadoria, por quanto devo vendê-la?

Cálculo
20% = 20/100 = 0,2
20% de 210
0,2 x 210 = 42

210 + 42 = 252

Devemos vendê-la por R$ 252,00 para que se tenha um lucro de 20%.

Exemplo 2

Uma calça custa R$ 82,00. O desconto para pagamento à vista e no dinheiro de 15%. Qual é o preço da calça dentro dessa condição?

Cálculo
15% = 15/100 = 0,15
15% de 82
0,15 x 82 = 12,3

82 – 12,3 = 69,7

O preço da calça para pagamento à vista e no dinheiro é de R$ 69,70.

Exemplo 3

Quanto devo pagar por um terreno a prazo se comprando à vista ganho um desconto de 4% equivalente a R$ 1.600,00?

Cálculo
4% = 4/100


Exemplo 4

O preço de uma televisão à vista é de R$ 825,00. Em quatro prestações mensais iguais ela sofre um aumento de 8%. Qual o valor de cada prestação e quanto pagará de juros uma pessoa que decidir comprar a prazo?

Resolução
8% = 8/100 = 0,08
8% de 825
0,08 x 825 = 66

825 + 66 = 891

Preço a prazo R$ 891
Dividido em 4 vezes (891 / 4)
Cada prestação terá o valor de R$ 222,75

A pessoa que decidir comprar a prazo pagará R$ 66,00 de juros.

Exemplo 5

Numa promoção o preço de um objeto foi reduzido de R$ 112,00 para R$ 84,00. De quantos por cento foi redução?

Resolução
112 – 84 = 28

28 em 112
28/112 = 0,25
0,25*100 = 25%

A redução foi de 25%.

Objeto Direto e Objeto Indireto

O objeto direto e o indireto são termos integrantes da oração que completam o sentido dos verbos transitivos.

Objeto direto

- vem sempre associado a um verbo transitivo;
- liga-se ao verbo sem preposição, exigida por este;
- indica o paciente, o alvo ou o elemento sobre o qual recai a ação verbal.

Ex.: Maria vendia doces.
sujeito v.trans. direto obj.direto
As crianças esperavam os pais.
sujeito v. trans.direto obj.direto

Objeto direto preposicionado
O objeto direto pode vir precedido de preposição: é chamado objeto direto preposicionado. Tal preposição ocorre por razões várias e não pela exigência obrigatória do verbo.

Ex.: Estimo aos meus colegas. ( estimar: verbo transitivo direto, a preposição surge como um recurso enfático e não porque o verbo a exija.)

Objeto indireto

- vem sempre associado a verbo transitivo;
- liga-se ao verbo através de preposição exigida por este;
- indica o paciente ou o destinatário da ação verbal.

Ex.: Davi gosta de música.
sujeito v.trans. indireto obj.indireto

A professora não confia em seus alunos.
sujeito v.trans. indireto obj.indireto


Núcleo do objeto

O núcleo do objeto é representado por um substantivo (ou palavra com valor de substantivo).

a) substantivo: Ana comprou chocolate.
sujeito v. trans. direto obj.direto

b) pronome substantivo: O chefe confia em nós.
sujeito v. trans.indireto obj.indireto

c) palavra substantivada: Ele esperava um tchau.
sujeito v. trans.direto obj. direto

O objeto pode ser constituído por pronome oblíquo:

- os pronomes o, a, os, as atuam como objeto direto.
v.trans.direto
Ex.: O pai deixou-as na escola.
obj.direto
- os pronomes lhe, lhes atuam como objeto indireto.
v.trans.indiretoEx.: A notícia interessava-lhes.
obj.indireto
Os pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos podem atuar como objetos diretos ou indiretos, de acordo com a transitividade verbal.

v.trans.diretoEx.: Elegeram-me representante da classe.
obj.direto
v. trans. direto e indiretoMostraram-nos um mundo inacreditável.
obj.indireto obj.direto
Por Marina Cabral
Especialista em Língua Portuguesa e Literatura

Resolução de Problemas

Em quase todo momento da nossa vida usamos números naturais para adicionar, subtrair, multiplicar ou dividir. E em várias situações vamos nos deparar com problemas matemáticos.

Você já sabe fazer corretamente as contas, mas só isso não é o suficiente. Antes de resolvermos situações-problema precisamos saber quais operações vamos usar.

Quando temos um problema ele deve ser lido com muita atenção e analisado, para podermos identificar o que é dado e o que é pedido.

Sugestão de planejamento para resolução de um problema

1º Ler atentamente o enunciado identificado: * os dados fornecidos
* o que é solicitado


2º Planejar o trabalho, observando: * os cálculos necessários para se chegar à resposta
* se necessário traçar algum esquema ou figura auxiliar


3º Executar cuidadosamente o planejamento estabelecido, sem esquecer nenhum detalhe.

4º Pensar se o caminho utilizado neste problema pode ser empregado em algum outro.


Acompanhe este problema:

1) Uma loja de roupa feminina colocou as blusas em promoção. Marcela vai aproveitar e comprar blusas para dar de presente para suas primas, tias, e irmãs e mãe. Ao todo Marcela vai ter que comprar 12 blusas, e cada blusa da promoção está custando R$ 25,00. Sendo assim, calcule quanto Marcela gastará comprando as blusas, e quantas notas de 50 ela usou para pagar esta compra.

Neste caso você terá que fazer duas contas, primeiro você precisa saber o valor da compra.

1

25
x12
____
1 50
25+
____
300

Marcela gastou R$ reais para fazer esta compra.

Agora que você já sabe o valor da compra você precisa saber, quantas notas de 50 Marcela gastou, então divida o valor da compra por 50.



Marcela usou notas de R$ 50,00 reais para fazer esta compra.

Agora faça você este problema:

1) Uma escola tem 330 alunos. Foi feita uma pesquisa com esses alunos, em relação à brincadeira que eles mais gostam, e foram adquiridos os seguintes dados:

* 110 gostam de brincar de esconde-esconde;
* 90 preferem brincar de pega-pega;
* O restante gosta de pular corda.


Sendo assim, calcule quantas crianças gostam de brincar de pular corda?

* Para resolver este problema você precisa primeiramente somar a quantidade de crianças que gostam de esconde-esconde com a quantidade que gosta de pega-pega.

110 + 90 =

* Depois você subtrai o total de alunos com o resultado da primeira conta.

330 - =

* O resultado será a quantidade de alunos que gostam de pular corda.

Resposta: crianças gostam de pular corda.

Pronomes Demonstrativos

Os pronomes demonstrativos demonstram a posição de um elemento qualquer em relação às pessoas do discurso, situando-os no espaço, no tempo ou no próprio discurso.
Eles se apresentam em formas variáveis (gênero e número) e não-variáveis.

Pronomes Demonstrativos
Primeira pessoa Este, estes, esta, estas, isto
Segunda pessoa Esse, esses, essa, essas, isso
Terceira pessoa Aquele, aqueles, aquela, aquelas, aquilo
- As formas de primeira pessoa indicam proximidade de quem fala ou escreve:

Este senhor ao meu lado é o meu avô.

Os demonstrativos de primeira pessoa podem indicar também o tempo presente em relação a quem fala ou escreve.
Nestas últimas horas tenho me sentido mais cansado que nunca.

- as formas de segunda pessoa indicam proximidade da pessoa a quem se fala ou escreve:
Essa foto que tens na mão é antiga?

- os pronomes de terceira pessoa marcam posição próxima da pessoa de quem se fala ou posição distante dos dois interlocutores.
Aquela foto que ele tem na mão é antiga.


Uso do pronome demonstrativo

Os pronomes demonstrativos, além de marcar posição no espaço, marcam posição no tempo.

- Este (e flexões) marca um tempo atual ao ato da fala.

Neste instante minha irmã está trabalhando.

- Esse (e flexões) marca um tempo anterior relativamente próximo ao ato da fala.

No mês passado fui promovida no trabalho. Nesse mesmo mês comprei meu apartamento.

- Aquele (e flexões) marca um tempo remotamente anterior ao ato da fala.

Meu avô nasceu na década de 1930. Naquela época podia-se caminhar à noite em segurança.

Os pronomes demonstrativos servem para fazer referência ao que já foi dito e ao que se vai dizer, no interior do discurso.

- Este (e flexões) faz referência àquilo que vai ser dito posteriormente.

Espero sinceramente isto: que seja muito feliz.

- Esse (e flexões) faz referência àquilo que já foi dito no discurso.

Que seja muito feliz: é isso que espero.

- Este em oposição a aquele quando se quer fazer referência a elementos já mencionados, este se refere ao mais próximo, aquele, ao mais distante.

Romance e Suspense são gêneros que me agradam, este me deixa ansioso, aquele, sensível.

- O (a, os, as) são pronomes demonstrativos quando se referem a aquele (s), aquela (s), aquilo, isso.

Recuso o que eles falam. (aquilo)

- Mesmo e próprio, pronomes demonstrativos, designam um termo igual a outro que já ocorreu no discurso.

As reclamações ao síndico não se alteram: são sempre as mesmas.

*são usados como reforço dos pronomes pessoais.

Ele mesmo passou a roupa.

*como pronomes, concordam com o nome a que se referem.

Ela própria veio à reunião.
Eles próprios vieram à reunião.
Por Marina Cabral
Especialista em Língua Portuguesa e Literatura

Parônimos e Homônimos

Parônimos: são palavras que apresentam significados diferentes embora sejam parecidas na grafia ou na pronúncia.
“Estória” é a grafia antiga de “história” e essas palavras possuem significados diferentes. Quando dizemos que alguém nos contou uma estória, nos referimos a uma exposição romanceada de fatos imaginários, narrativas, contos ou fábulas; já quando dizemos que fizemos prova de história, nos referimos a dados históricos, que se baseiam em documentos ou testemunhas.

Ambas as palavras constam no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa da Academia Brasileira de Letras. Porém, atualmente, segundo o Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, é recomendável usar a grafia “história” para denominar ambos os sentidos.
Outros exemplos:

Flagrante (evidente) / fragrante (perfumado)
Mandado (ordem judicial) / mandato (procuração)
Inflação (alta dos preços) / infração (violação)
Eminente (elevado) / iminente (prestes a ocorrer)
Arrear (pôr arreios) / arriar (descer, cair)
Homônimos: são palavras que têm a mesma pronúncia, mas significados diferentes.
Acender (pôr fogo) / ascender (subir)
Estrato (camada) / extrato (o que se extrai de)
Bucho (estômago) / buxo (arbusto)
Espiar (observar) / expiar (reparar falta mediante cumprimento de pena)
Tachar (atribuir defeito a) / taxar (fixar taxa)
Por Marina Cabral
Especialista em Língua Portuguesa e Literatura

Período Composto por Coordenação

Períodos compostos por coordenação são os períodos que, possuindo duas ou mais orações, apresentam orações coordenadas entre si. Cada oração coordenada possui autonomia de sentido em relação às outras, e nenhuma delas funciona como termo da outra.

As orações coordenadas, apesar de sua autonomia em relação às outras, complementam mutuamente seus sentidos. A conexão entre as orações coordenadas podem ou não ser realizadas através de conjunções coordenativas. Sendo vinculadas por conectivos ou conjunções coordenativas, as orações são coordenadas sindéticas. Não apresentando conjunções coordenativas, as orações são chamadas orações coordenadas assindéticas.

Orações Coordenadas Assindéticas

São as orações não iniciadas por conjunção coordenativa.

Ex. Cheguei, vi, venci. (Júlio César)

Orações Coordenadas Sindéticas

São cinco as orações coordenadas, que são iniciadas por uma conjunção coordenativa.

A) Aditiva: Exprime uma relação de soma, de adição.

Conjunções: e, nem, mas também, mas ainda.

Ex. Não só reclamava da escola, mas também atenazava os colegas.

B) Adversativa: exprime uma idéia contrária à da outra oração, uma oposição.

Conjunções: mas, porém, todavia, no entanto, entretanto, contudo.

Ex. Sempre foi muito estudioso, no entanto não se adaptava à nova escola.

C) Alternativa: Exprime idéia de opção, de escolha, de alternância.

Conjunções: ou, ou...ou, ora... ora, quer... quer.

Estude, ou não sairá nesse sábado.

D) Conclusiva: Exprime uma conclusão da idéia contida na outra oração.

Conjunções: logo, portanto, por isso, por conseguinte, pois - após o verbo ou entre vírgulas.

Ex. Estudou como nunca fizera antes, por isso conseguiu a aprovação.

E) Explicativa: Exprime uma explicação.

Conjunções: porque, que, pois - antes do verbo.

Ex. Conseguiu a aprovação, pois estudou como nunca fizera antes

A Fome atual


Criança africana com aspecto de profunda subnutrição.
A fome pode ser expressa de duas formas: aberta ou epidêmica; e oculta ou endêmica.

A fome aberta ocorre em períodos em que acontecem guerra em um determinado lugar, desastres ecológicos ou pragas que compromete drasticamente o fornecimento de alimentos, isso ocasiona a morte de milhares de pessoas.

Atualmente esse tipo de fome não tem ocorrido. Hoje existem vários organismos humanitários que fornecem alimentos às áreas afetadas por conflitos.

A fome oculta possui outra característica, é aquela no qual o indivíduo não ingere a quantidade mínima de calorias diárias, o resultado disso é a desnutrição ou subnutrição que assola 800 milhões de pessoas em todo mundo.

A subnutrição fragiliza a saúde, tornando a pessoa acessível a doenças. Houve uma diminuição relativa no mapa da fome, mas a realidade ainda é alarmante.

Observando esse panorama, nota-se que a fome ou subnutrição não é decorrente da produção insuficiente de alimentos, pelo contrário, ano após ano a produção tem aumentado o volume, e é fato que a produção de alimentos é mais do que suficiente para suprir as necessidades da população mundial.
Veja Mais!
Fome, miséria e altos impostosA elevada carga tributária pode contribuir para o aumento da forme.
Thomas Malthus
Teoria ligada ao equilíbrio entre produção de alimentos e população.
Fome oculta
Causada pela má alimentação do indivíduo.
Eduardo de Freitas

3ª encontro de articuladores do gestar parte 2

Hipertensão Aumento da pressão arterial traz riscos à saúde


Fazer exames de pressão regularmente é a maneira mais segura de se detectar a hipertensão
Para entender o que é a pressão arterial, precisamos conhecer um pouco do funcionamento do coração e do nosso sistema circulatório. O coração humano é um órgão musculoso que bombeia o sangue através de um intrincado sistema de vasos sanguíneos.

Existem três tipos principais de vasos sanguíneos: as artérias, as veias e os capilares. As artérias são vasos elásticos e com uma camada de tecido muscular bem desenvolvida. Elas conduzem o sangue do coração para o restante do corpo. As veias também são vasos elásticos, porém apresentam uma camada de tecido muscular menor. Elas conduzem o sangue de volta ao coração. Os capilares não possuem tecido muscular e são extremamente finos. Eles ligam os demais vasos aos tecidos.

Em média, o coração humano bate 70 vezes por minuto, bombeando aproximadamente 5 litros de sangue a cada minuto. Este número depende de vários fatores, como, por exemplo, condicionamento físico, idade, estado emocional e atividade que estamos realizando. O movimento de contração do coração é chamado de sístole, o seu relaxamento, de diástole.

Pressão arterial
O sangue que corre pelo sistema vascular, impulsionado pelos movimentos de sístole e diástole do coração, exerce pressão contra as paredes dos vasos sanguíneos. A pressão exercida na parede das artérias é chamada de pressão arterial. Devido a sua parede elástica e altamente muscular, as artérias são capazes de controlar a pressão do sangue circulante.

O sangue que deixa o coração durante a sístole dos ventrículos e penetra na artéria aorta ou pulmonar encontra-se sob grande pressão. Ao receber o sangue, as paredes das artérias se relaxam. Isso aumenta o diâmetro do vaso e diminui sua pressão interna, permitindo que o sangue flua livremente. Ao contrário, quando ocorre a diástole, as paredes arteriais se contraem, diminuindo de volume e impulsionando o sangue.

A pressão arterial é controlada por impulsos nervosos e pela ação hormonal. A adrenalina, por exemplo, provoca a vasoconstrição e, consequentemente, o aumento da pressão arterial.

Desta forma, durante a sístole a pressão arterial é máxima - e durante a diástole, mínima. A medida da pressão arterial é realizada em milímetros de mercúrio (mmHg), sendo que os valores considerados normais são de 120 mmHg para a pressão máxima (ou sistólica) e 80 mmHg para a pressão mínima (ou diastólica).

Hipertensão
Quando a pressão arterial ultrapassa os limites considerados normais, as paredes das artérias começam a ser forçadas. A elevação anormal da pressão arterial é chamada de hipertensão ou simplesmente "pressão alta". Segundo a Sociedade Brasileira de Hipertensão, quando a pressão atinge níveis iguais ou superiores a 140/90 mmHg o indivíduo é considerado hipertenso.

A hipertensão aumenta o esforço realizado pelo coração e danifica as paredes arteriais. Ela aumenta o risco de doenças cardíacas, problemas renais, derrames e de se desenvolver arterosclerose.

A elevação da pressão arterial pode ser momentânea e ocorrer devido a causas naturais, como, por exemplo, após a prática de exercícios físicos ou em condições de estresse. Ou pode se manter em níveis constantemente altos devido a alguma disfunção do organismo, caracterizando a hipertensão.

No entanto, a origem da pressão alta nem sempre é detectada, e o indivíduo hipertenso pode não manifestar sintomas por muito tempo. Em casos nos quais a origem da hipertensão é desconhecida, o problema é chamado de hipertensão primária. Quando os motivos da pressão alta são conhecidos, fala-se em hipertensão secundária.

Possíveis causas
A seguir, veremos três possíveis origens da pressão alta.
Uma é o enrijecimento e estreitamento das artérias. Isso pode ocorrer, entre outros motivos, devido à deposição do colesterol ruim (LDL) nas paredes arteriais.

Outro motivo são problemas renais, que prejudicam a filtração de fluidos. Quando os rins não realizam a filtração de forma eficiente, o resultado é um maior volume de líquido circulando pelos vasos sanguíneos. Consequentemente, a pressão sobre as paredes arteriais será maior.

Mas a hipertensão também pode estar relacionada a problemas de origem genética, que levam a anormalidades morfológicas nas artérias.

Estas são apenas algumas das possibilidades que podem levar ao aumento anormal da pressão sanguínea.

A hipertensão pode atingir qualquer um, inclusive crianças. No entanto, estudos indicam que ela é mais comum em indivíduos com taxas de colesterol altas, do sexo masculino, acima dos 35 anos, sedentários, portadores de doenças renais ou diabete.
A hipertensão pode surgir também durante a gravidez, principalmente nos últimos três meses de gestação. Neste caso, é chamada de pré-eclampsia e pode representar riscos tanto para a mãe quanto para o bebê. Na maioria dos casos, os níveis de pressão voltam ao normal após o parto.

Diagnóstico e tratamento
Como os sintomas da hipertensão são, geralmente, imperceptíveis, a única maneira segura de detectar o problema é realizando exames de pressão regularmente. Recomenda-se que indivíduos saudáveis meçam a pressão a cada seis - ou no máximo doze meses. Para aqueles já diagnosticados como hipertensos este intervalo deve ser menor.

Na maioria dos casos, a hipertensão pode ser controlada, mas não curada. Isso porque, na maioria das vezes, sua origem é desconhecida. Assim, o controle é realizado com o auxílio de remédios e com a adoção de hábitos de vida saudáveis.

Os medicamentos utilizados para controlar a hipertensão atuam, basicamente, de duas formas. Os medicamentos diuréticos diminuem a quantidade de fluído circulante no sangue e, consequentemente, levam à diminuição da pressão arterial. Outra classe de remédios provoca o relaxamento das paredes arteriais, este é o caso dos medicamentos chamados de alfa ou beta-bloqueadores.

A adoção de hábitos de vida saudáveis também contribui para o controle da pressão arterial. Assim, não fumar, praticar exercícios de forma regular, controlar o peso e adotar uma alimentação balanceada, ajudam a prevenir e a controlar a hipertensão.

Alguns pontos importantes quanto à alimentação são o controle da ingestão de gorduras e de alimentos com alto teor de colesterol ruim - e a redução da ingestão de sal. O sal provoca a retenção de líquidos no organismo, aumentando o volume de líquido circulante e elevando a pressão arterial.
*Alice Dantas Brites é professora de biologia.