terça-feira, 10 de março de 2020

Adição , Subtração e Multiplicação de Polinômios aula 9

Equações Binômiais e Trinômiais aula 4

Logaritmo

Definição

Dados a e b números reais e positivos, com a diferente de 1, definimos logaritmo de b na base a, o número x, cuja potência de grau x de a é igual a b. Ou seja:
Definição de Logaritmo
Observações e consequências da definição:
  1. Na expressão a esquerda a é denominado a base do logaritmo, b o logaritmando e x o logaritmo;
  2. Como a e b são ambos positivos e a é diferente de 1, existe um único valor de x que satisfaz a primeira igualdade na expressão acima;
  3. Decorre da definição de logaritmo que loga1 = 0, pois a0 = 1. Em outras palavras, que o logaritmo de 1 em qualquer base é igual 0;
  4. Do mesmo modo, observe que logaa = 1, uma vez que a potência de grau 1 de a é o próprio a. Ou seja, que o logarítmo da base, qualquer que seja a base satisfazendo, claro, as condições da definição, é igual a 1;
  5. Substituindo o valor de x da primeira igualdade na segunda, obtemos que alogab = b;
  6. logab = logac <=> b = c. Decorrência direta da definição (b = alogac) e do fato acima (alogac = c). Traduzindo: dois logaritmos em um mesma base são iguais se e somente se os logaritmandos são iguais;
  7. Note que de 6. pode-se afirmar, ainda, que em uma igualdade ao se aplicar o logaritmo aos seus membros essa igualdade não se altera;
  8. Ao conjunto de todos os logaritmos dos números reais positivos em uma base a (a > 0 e diferente de 1), denominamos de sistema de logaritmos de base a;
  9. Entre a infinidade de sistemas de logaritmos de base a, dois são particularmente importantes: o sistema de logaritmo decimais ou de base 10 e o sistema de logaritmo neperiano (também chamado de sistema de logaritmos naturais) ou de base e (e = 2,71828…, irracional);
  10. O logaritmo decimal é representado pela notação log10x ou simplesmente log x. E o neperiano por logex ou ln x;
  11. Fato histórico 1: Henry Briggs, Matemático Inglês (1561-1630) foi quem primeiro destacou a vantagem dos logaritmos de base 10, publicando a primeira tabela (ou tábua) de logaritmos de 1 a 1000 em 1617;
  12. Fato histórico 2: O nome neperiano vem de John Neper, Matemático Escocês (1550-1617), autor do primeiro trabalho publicado sobre a teoria dos logaritmos. O nome natural é devido ao fato de que no estudo dos fenômenos naturais geralmente aparece uma lei exponencial de base e.
Exemplos:
Exemplos da Definição de Logaritmo

Antilogaritmo

Sejam a e b dois números reais positivos com a diferente de 1. Se o logaritmo de b na base a é igual a x, então b é o antilogaritmo de x na base a. Em símbolos:
Definição de Antilogaritmo
Exemplos:
Exemplos de Antilogaritmo

Propriedades dos Logaritmos

L1. O logaritmo do produto de dois fatores reais e positivos em qualquer base a (a > 0 e diferente de 1) é igual a soma dos logaritmos dos fatores. Isto é:
Propriedade L1
Demonstração:
Fazendo z = loga(b.c) temos, usando a definição de logaritmo, que:
az = b.c
Daqui, obtemos pela observação 5. acima:
az = alogab.alogac => az = alogab+logac => z = logab + logac
Substituindo z na última igualdade fica concluída a demonstração.
Uma outra forma, também simples e similar a anterior, de demonstrar a propriedade L1 é esboçada a seguir. Fazendo:
z = loga(b.c), x = logab e y = logac
vamos provar que z = x + y.
Aplicando a definição de logaritmo nas expressões acima obtemos, respectivamente:
az = bc, ax = b e ay = c
Substituindo b e c na primeira igualdade vem que:
az = axay => az = ax+y => z = x + y
A propriedade L1 é válida para o logaritmo do produto de n fatores (n > 2) reais e positivos, ou seja:
loga(b1.b2. … .bn) = logab1 + logab2 + … + logabn
A prova pode ser feita utilizando-se o método de indução sobre n, que consiste em:
  • demonstrar que é verdadeira para n = 2 – já feita;
  • supor que é válida para n = p > 2 e demonstrar que é verdadeira para n = p + 1.
Deixo para vocês a demonstração com a seguinte dica: agrupar como produto de dois fatores de modo a aplicar L1 e após utilizar a hipótese para n = p.
L2. O logaritmo do quociente de dois números reais e positivos em qualquer base a (a > 0 e diferente de 1) é igual ao logaritmo do dividendo menos o logaritmo do divisor nessa mesma base. Em símbolos:
Propriedade Logaritmos - L2
Demonstração:
De maneira semelhante à adotada na propriedade L1, fazendo z = loga(b/c) obtemos:
Demonstração Propriedade L1 - Logaritmos
Como consequência direta da propriedade L2 temos que:
Corolário Propriedade L2

Cologaritmo

Dados a e b dois números reais positivos, com a diferente de 1, define-se cologaritmo de b na base a ao oposto do logaritmo de b nessa base a. Ou seja:
cologab = -logab = loga(1/b)
L3. O logaritmo da potência de grau x de b em qualquer base a (a, b reais positivos, x real e a diferente de 1) é igual ao produto do expoente x pelo logaritmo de b na base a. Em símbolos:
Propriedade L3 do Logaritmo
Demonstração:
Novamente fazemos uso do procedimento utilizado na demonstração das propriedades anteriores:
Propriedade L3 - Logaritmo
Fica como exercício a demonstração das propriedades L2 e L3 com o uso da segunda técnica adotada para provar a propriedade L1.
Como consequência da propriedade L3 temos que: o logaritmo da raiz de índice n de b na base a é igual ao produto do inverso do índice n pelo logaritmo do radicando na base a, i.e.:
Logaritmo - Corolário Propriedade L3

Observações sobre as Propriedades L1, L2 e L3

  • São válidas somente quando temos expressões logarítmicas que envolvam as operações de multiplicação, divisão e potenciação;
  • Essas propriedades não permitem obter o logaritmo de uma soma ou diferença [loga(b + c) ou loga(b - c)]. Nestes casos, será necessário primeiro obter o valor da soma ou da diferença.

Mudança de Base

É muito comum, e você já deve ter se deparado com o fato, ter expressões ou equações logarítmicas em que seus membros estejam em bases diferentes.
Como na aplicação das propriedades operatórias, os logaritmos devem estar todos em uma mesma base é fundamental saber como isto é feito.
Você deve se lembrar (se não, volte às observações) que no início deste artigo mencionei como importante o sistema de logaritmo decimais ou de base 10, para o qual foi construída, pelo matemático Henry Briggs, uma tábua de logaritmos que possibilita determinar o seu valor para qualquer número real positivo.
Não abordaremos aqui os conceitos de mantissa e característica do logaritmo decimal utilizados para determinar seu valor com o auxílio da tabela. Fica apenas o registro de sua importância no uso das propriedades de mudança de base que apresentamos a seguir.
L4. Dados a, b e c números reais positivos, com a e c diferentes de 1, tem-se que:
Logaritmo -  Propriedade L4
Demonstração:
Fazendo logab = x, logcb = y e logca = z provemos que x = y/z (note que z é diferente de zero, pois por definição a é diferente de 1). De fato:
Demonstração Propriedade L4
Como consequência da propriedade L4 temos:
  1. logab = logcb.logac: a demonstração é feita transformando logcb para a base a no segundo membro da igualdade;
  2. logab = 1/logba: transforme logab para a base b.

Exercícios Resolvidos

1. Resolver a equação 3x = 7 (lembra-se, a do início do artigo):
Aplicando o logaritmo na base 10 aos dois membros da equação temos:
log 3x = log 7
Pela propriedade L3:
x.log 3 = log 7 => x = log 7/log 3 = 0,845/0,477 = 1,771
2. Um capital de R$50.000,00 foi aplicado a uma taxa de juros compostos de 5% ao ano, e o capital de R$45.000,00 a 6% ao ano. Em quanto tempo os montantes estarão iguais?
Um uso muito comum das propriedades de logaritmo para resolver equações exponencias é no cálculo de juros compostos cuja fórmula é:
Juros Compostos
onde M é o montante, C o capital, i a taxa de juros e t o tempo.
Solução:
Sejam M1 e M2 os montantes correspondentes aos capitais aplicados. Usando a fórmula, temos que:
M1 = 50000(1 + 0,05)t e M2 = 45000(1 + 0,06)t
Temos que determinar o tempo para que M1 = M2. Assim:
Solução Exercício 2
Referência:
  1. Fundamentos de Matemática Elementar, Gelson Iezzi, Osvaldo Dolce & Carlos Murakami, São Paulo, Atual Editora Ltda, edição 1977.

Equações exponenciais

Equações são expressões algébricas matemáticas que possuem um sinal de igualdade entre duas partes. A intenção de resolver uma equação é determinar o valor da incógnita (valor desconhecido), aplicando técnicas resolutivas. Veja exemplos:

2x + 9 = 5
4x + 10 = 3x – 45
x + 6 = 2x + 12
2*(x + 2) = 3*(x – 3)

Equações exponenciais são aquelas em que a incógnita se encontra no expoente de pelo menos uma potência. A forma de resolução de uma equação exponencial permite que as funções exponenciais sejam também resolvidas de forma prática. Esse tipo de função apresenta características individuais na análise de fenômenos que crescem ou decrescem rapidamente. Elas desempenham papéis fundamentais na Matemática e nas ciências envolvidas com ela, como: Física, Química, Engenharia, Astronomia, Economia, Biologia, Psicologia entre outras.

Exemplos de equações exponenciais:

10x = 100
2x + 12 = 20
9x = 81
5x+1 = 25

Para resolvermos uma equação exponencial precisamos aplicar técnicas para igualar as bases, assim podemos dizer que os expoentes são iguais. Observe a resolução da equação exponencial a seguir:

3x = 2187 (fatorando o número 2187 temos: 37)
3x = 37
x = 7

O valor de x na equação é 7.


Vamos resolver mais algumas equações exponenciais:


2x + 12 = 1024
2x + 12 = 210
x + 12 = 10
x = 10 – 12
x = – 2





2 4x + 1 * 8 –x + 3 = 16 –1
2 4x + 1 * 2 3(–x + 3) = 2 -4
2 4x + 1 * 2 –3x + 9 = 2-4
4x + 1 – 3x + 9 = – 4
4x – 3x = –1 – 4 – 9
x = – 14




5 x + 3 * 5 x + 2 * 5 x = 125
5 x + 3 * 5 x + 2 * 5 x = 5 3
x + 3 + x + 2 + x = 3
3x = 3 – 5
3x = – 2
x = –2/3


2 3x – 2 * 8 x + 1 = 4 x – 1
2 3x – 2 * 2 3(x + 1) = 2 2(x – 1)
3x – 2 + 3(x + 1) = 2(x – 1)
3x – 2 + 3x + 3 = 2x – 2
3x + 3x – 2x = – 2 + 2 – 3
4x = – 3
x = –3/4



2 2x + 1 * 2 x + 4 = 2 x + 2 * 32
2 2x + 1 * 2 x + 4 = 2 x + 2 * 2 5
2x + 1 + x + 4 = x + 2 + 5
2x + x – x = 2 + 5 – 1 – 4
2x = 2
x = 1
fonte: http://matematicarev.blogspot.com

Tipos de Ácidos


Os ácidos se dividem fundamentalmente em orgânicos e inorgânicos ou minerais. Os ácidos orgânicos são compostos que contêm em sua estrutura o grupamento carboxila, composto por um átomo de carbono ligado a um átomo de oxigênio por ligação dupla e a um grupo de hidroxila, por ligação simples. Entre os milhares de ácidos orgânicos conhecidos, alguns são de enorme importância para o homem.

O ácido fórmico, primitivamente obtido de certa espécie de formiga, é atualmente produzido a partir da reação do monóxido de carbono com hidróxido de sódio sob pressão (sete atmosferas), na temperatura de 120 a 150o C, obtendo-se formiato de sódio, que, tratado por ácidos minerais, libera o ácido fórmico. É usado em corantes de tecidos, para formar a solução ácida, sendo que, no final do processo, o ácido que fica na fazenda se evapora. Preferido para a coagulação do látex de borracha, é também usado na neutralização da cal, que é empregada no processamento do couro.

O ácido acético, o mais importante dos ácidos carboxílicos, forma-se a partir de soluções diluídas de etanol por ação de microrganismos, sendo esse o processo de preparação de vinagre de vinho; é utilizado em grandes quantidades como solvente e como meio não aquoso, em reações. Tem também uso importante na neutralização ou acidulação, quando não são aplicáveis ácidos minerais (por exemplo, no processamento de filmes e papéis fotográficos).

Os ácidos graxos, presentes nas gorduras animais e vegetais, ocorrem, normalmente, combinados com glicerina ou glicerol, sob a forma de triésteres chamados glicerídeos, dos quais são obtidos por saponificação. São utilizados na produção industrial de ceras, cosméticos e pinturas.

Os ácidos inorgânicos são de origem mineral e dividem-se em hidrácidos, quando não apresentam oxigênio em sua combinação, e oxiácidos, quando esse átomo faz parte de sua estrutura. Entre eles, os mais utilizados industrialmente são o ácido clorídrico, o nítrico, o fosfórico e o sulfúrico. O ácido clorídrico ou cloreto de hidrogênio é um gás incolor, de odor irritante e tóxico. Tem ponto de fusão -112o C e de ebulição -83,7o C. É muito solúvel em água, solução chamada de ácido clorídrico. Ácido forte é quase totalmente ionizado, e emprega-se na síntese de diversos compostos orgânicos de interesse.

O ácido nítrico é um líquido incolor, de cheiro irritante e tóxico; tem ponto de ebulição 86o C e ponto de fusão -41,3o C. É miscível com a água em todas as proporções. Suas soluções aquosas são incolores, mas se decompõem com o tempo, sob a ação da luz. É utilizado como matéria-prima na indústria de plásticos, fertilizantes, explosivos e corantes.

O ácido ortofosfórico é um sólido incolor, muito higroscópico e muito solúvel em água. Aplica-se na indústria de fertilizantes, nos processos de estamparia nas indústrias têxteis e na síntese de inúmeros compostos de interesse.

O ácido sulfúrico é um líquido oleoso, com densidade de 1,84g/cm3. Tem ponto de fusão de 10o C e de ebulição de 338o C. Embora muito estável quando aquecido, sua solução diluída perde água, gradualmente, com o aquecimento. Durante o aquecimento, o ácido puro perde SO3. É utilizado como matéria-prima na produção do sulfato de amônio, intermediário da elaboração de fertilizantes, de detergentes, explosivos, pigmentos e corantes, entre outros produtos.

Autoria: Jorge Luiz de Melo Borges

Menstruação

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A menstruação é a fase do ciclo menstrual caracterizada pelo sangramento através do canal vaginal. Ocorre, em média, a cada 28 dias, durante a vida fértil de uma mulher. A cada ciclo menstrual o útero se prepara para uma possível gravidez.

Isso é feito por meio do desenvolvimento e do espessamento de sua parede interna, o endométrio, que, após a fertilização, participa da formação da placenta. Caso a gravidez não ocorra, as células endometriais se desprendem da parede uterina, provocando o rompimento de pequenos vasos sanguíneos - o que origina o sangue da menstruação.

A menstruação costuma durar de 3 a 6 dias. Mas esse período, assim como a quantidade de sangue expelido, varia de mulher para mulher.

Menarca e menopausa
A primeira menstruação (também chamada de menarca) ocorre na puberdade, geralmente entre os 10 e os 17 anos. A puberdade tem início com a secreção de dois hormônios por uma pequena glândula - a hipófise, também conhecida como pituitária - localizada sob o encéfalo: o hormônio luteinizante, comumente chamado de LH, e o hormônio folículo estimulante, ou simplesmente FSH. Esses hormônios são chamados genericamente de gonadotrofinas, uma vez que atuam sobre as gônadas, tanto as femininas quanto as masculinas.

No corpo feminino, as gonadotrofinas atuam sobre os ovários, estimulando-os a produzir os principais hormônios femininos: o estrógeno e a progesterona. Esses hormônios são responsáveis pelo desenvolvimento das características femininas secundárias, como os pêlos pubianos, o desenvolvimento das mamas, um maior acúmulo de gordura na região dos quadris e coxas, o surgimento do interesse sexual, o amadurecimento do sistema reprodutor, incluindo o aumento do útero e dos ovários, e, por fim, a primeira menstruação e o início do período fértil feminino.

Após a primeira menstruação, a produção de hormônios sexuais femininos se mantém constante por cerca de 40 anos. Passado esse período, ou seja, por volta dos 50 anos de idade, começa a ocorrer uma diminuição na produção de estrógeno e de progesterona, até que o corpo pára de produzi-los. A esta fase de transição é dado o nome de climatério. E o período após a última menstruação é chamado de menopausa.

Durante o climatério, é comum que a mulher apresente alguns sintomas, provocados pela alteração hormonal que está ocorrendo em seu organismo. Entre eles, podemos citar as ondas de calor repentinas, alterações de humor e a diminuição do desejo sexual.

O ciclo menstrual e os hormônios
O ciclo menstrual dura cerca de 28 dias e é controlado pela secreção das gonadotrofinas (FSH e LH), secretadas pela hipófise, e do estrógeno e da progesterona, produzidos pelos ovários. O primeiro dia do ciclo corresponde ao primeiro dia da menstruação.

Durante a menstruação, os níveis de hormônios sexuais no sangue estão baixos. Por volta do sexto dia, a hipófise volta a secretar uma maior quantidade do hormônio folículo estimulante (FSH).

Portanto, nessa primeira fase da menstruação, a hipófise secreta o hormônio FSH, que, como o nome já diz, irá estimular o desenvolvimento dos folículos ovarianos. Por sua vez, os folículos produzem o estrógeno, que estimula o crescimento das células da parede interna do útero, o endométrio, que se torna mais espesso e bem vascularizado. Estas são mudanças que preparam o útero para o caso da implantação de um embrião, ou seja, de uma gravidez.

A alta concentração de estrógeno no sangue estimula a secreção do hormônio luteinizante (LH). O LH induz a ovulação, que ocorre por volta do 14º dia do ciclo. Em seguida, o LH induz o rompimento do folículo ovariano e a conseqüente liberação do óvulo, além de levar ao desenvolvimento do corpo lúteo. O corpo lúteo produz a progesterona, que irá auxiliar na manutenção do endométrio até o final do ciclo menstrual.

Por fim, caso não ocorra fecundação, a alta concentração de progesterona na corrente sanguínea passa a inibir, num processo chamado de feedback negativo, a produção de FSH e LH pela hipófise. Com isso, o corpo lúteo regride e as concentrações de progesterona e estrógeno diminuem.

A queda nos níveis de estrógeno e progesterona faz com que as células endometriais se desprendam da parede uterina. Essas células são expulsas do corpo - juntamente com o sangue dos pequenos vasos que se rompem - através do canal vaginal, causando o sangramento característico da menstruação e fechando o ciclo.

Cólica e tensão pré-menstrual
Muitas vezes, o ciclo menstrual pode ser acompanhado por cólicas e pela tensão pré-menstrual. Cerca de 50% das mulheres apresentam cólica menstrual, também chamada de dismenorréia, de maior ou menor intensidade durante a menstruação ou nos dias que a precedem.

O sintoma típico da cólica são as dores na região do baixo abdome. A dismenorréia pode ser classificada em dois tipos: primária e secundária. Na dismenorréia primária, a dor tem origem na alta produção de prostaglandinas, substâncias produzidas pelo endométrio e que levam à contração do útero, o que provoca a dor.

Já na dismenorréia secundária, a dor é provocada por doenças do sistema reprodutor ou pelo uso de alguns métodos contraceptivos, como o dispositivo intra-uterino (DIU). De qualquer maneira, é importante consultar um médico para que ele verifique a origem da dor.

A tensão pré-menstrual, ou TPM, ocorre alguns dias antes da menstruação e termina ao fim desta. A TPM corresponde a uma série de sintomas provocados pelas alterações hormonais que ocorrem no organismo feminino durante o ciclo menstrual. Alguns dos sintomas da TPM são as alterações de humor, a irritabilidade, dor de cabeça e nas mamas.

É recomendável procurar ajuda médica sempre que a intensidade desses sintomas influenciar na vida cotidiana da mulher. Dependendo do caso, o tratamento pode ser feito por meio de medicamentos específicos ou da adoção de alguns hábitos de vida, como a prática de exercícios físicos, alimentação adequada e controle do estresse e da ansiedade.

Reprodução
Aparelho reprodutor feminino e microscopia eletrônica de um óvulo. Adaptado de: http://www.pgr.mpf.gov.br/pgr/saude/sa/rfeminino.htm e
http://www.morning-earth.org

*Alice Dantas Brites é graduada em ciências biológicas pela Universidade de São Paulo - USP.

Hepatite Vírus atacam células do fígado


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Hepatovírus atacam as células do fígado provocando a hepatite
O nome "hepatite" é utilizado para designar processos degenerativos no fígado, que podem ter diversas origens. A hepatite pode ser causada por patógenos, como os vírus, ou por agentes tóxicos, como o álcool e alguns medicamentos. Dependendo do tipo de hepatite, ela pode representar uma ameaça maior ou menor à saúde humana.

A seguir, trataremos dos tipos mais comuns de hepatites virais, as hepatites A, B e C. Os vírus que atacam o fígado são chamados de hepatovírus. Eles se reproduzem no interior de células do fígado, chamadas de hepatócitos. O sistema imunológico do indivíduo contaminado passa a atacar e a destruir os hepatócitos contendo o vírus, dando início a um processo de inflamação no órgão.

Hepatite A
A hepatite do tipo "A" é transmitida pelo "vírus da hepatite A", ou HAV (da sigla em inglês para hepatitis A vírus). O contágio se dá através de água ou alimentos contaminados, ou do contato com fluídos de indivíduos doentes. Em regiões com condições precárias de saneamento básico, a hepatite A pode se tornar epidêmica.

O HAV pode se manter incubado por um período que varia de 10 a 50 dias. Neste período, apesar de o portador não apresentar sintomas, ele pode transmitir o vírus.

Os principais sintomas da hepatite A são: pele e olhos amarelados, vômitos, cansaço, urina com coloração escura e fezes esbranquiçadas. A hepatite A é considerada uma forma branda de hepatite e não resulta em consequências mais graves.

Não existe tratamento específico para a hepatite A. Este é realizado apenas com repouso e alimentação balanceada. Geralmente, o organismo se recupera após 4 a 15 semanas. O tempo de recuperação depende de características pessoais do indivíduo contaminado e da quantidade de vírus presente no organismo.

A prevenção da hepatite A inclui, principalmente, medidas de higiene pessoal, como lavar as mãos antes das refeições, e a ingestão de água e alimentos de origem confiável.

Hepatite B
A hepatite do tipo "B" é provocada pelo "vírus da hepatite B" ou HBV. O contágio se dá através do contato com sangue contaminado. Assim, a transmissão pode ocorrer, por exemplo, através de relações sexuais sem proteção, da transfusão de sangue contaminado e da utilização de materiais cirúrgicos e odontológicos não esterilizados. O HBV é resistente e pode sobreviver por até uma semana fora do hospedeiro, o que torna as chances de contágio ainda maiores.

A hepatite B pode levar a consequências graves, como insuficiência hepática, cirrose ou até mesmo câncer de fígado. O indivíduo portador pode passar anos sem apresentar sintomas, podendo, no entanto, transmitir o vírus.

A hepatite B pode ser aguda, fulminante ou crônica. A aguda refere-se às primeiras manifestações da doença. Os sintomas podem ser semelhantes aos da hepatite A, ou podem estar ausentes.

Em alguns casos, a reação do sistema imunológico é tão intensa que provoca a rápida destruição de uma grande quantidade de células do fígado. É a chamada hepatite B fulminante. Esta manifestação da hepatite B pode ser fatal se não for tratada a tempo.

Não existe tratamento específico para a hepatite B aguda. Assim como na hepatite A, a maioria dos pacientes adultos e sem outras doenças se recupera totalmente. A recuperação está relacionada com características individuais, como idade e estado de saúde, bem como com a quantidade de vírus presente no organismo.

No entanto, algumas pessoas não conseguem liquidar completamente o HBV e passam a ser portadoras crônicas da doença. É nestes casos que se corre o risco do desenvolvimento de doenças potencialmente fatais, como a cirrose e o câncer.

Segundo estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS), ocorrem cerca de 1 milhão de mortes em decorrência das complicações da hepatite B crônica ao redor do mundo. O tratamento da hepatite B crônica é realizado por meio de medicamentos que dificultam a replicação viral.

A prevenção da hepatite B é realizada por meio de medidas que evitem o contato com o sangue contaminado, mas também utilizando uma vacina. A vacinação é recomendada para todas as crianças e adolescentes. Adultos que atuam em profissões nas quais entram em contato frequente com sangue - como médicos, dentistas, manicures e tatuadores - também devem ser vacinados.

Hepatite C
A hepatite do tipo "C" é provocada pelo "vírus da hepatite C" ou HCV. O contágio se dá através do contato com sangue contaminado pelo HCV. Suas formas de transmissão e sintomas são similares aos da hepatite B.

No entanto, a chance de desenvolvimento da forma crônica da hepatite C é muito maior do que na do tipo B. Assim, a probabilidade de consequências graves, como cirrose e câncer de fígado, são maiores neste tipo de hepatite.

Para a hepatite C ainda não existe vacina, pois o HCV apresenta uma alta taxa de mutação. Portanto, neste caso, a prevenção é a única forma de controle. O tratamento da hepatite C, assim como a da B, é realizado utilizando-se medicamentos que impedem a replicação viral.

Diagnóstico
O diagnóstico da hepatite é realizado principalmente através de exames laboratoriais. Alguns destes exames detectam a presença de enzimas hepáticas no sangue. A presença destas enzimas na corrente sanguínea indica que os hepatócitos estão sendo destruídos.

Porém, para avaliar se a hepatite é realmente viral, é indicada a realização de exames sorológicos. Esses exames detectam a presença no sangue de anticorpos anti-HAV, anti-HBV e anti-HCV. Em alguns casos, realiza-se a biópsia de fragmentos de tecido do fígado, a fim de se analisar o grau dos danos causados ao órgão.
*Alice Dantas Brites é professora de biologia.