terça-feira, 10 de março de 2020

Menstruação

Colégio Estadual Dinah Gonçalves
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A menstruação é a fase do ciclo menstrual caracterizada pelo sangramento através do canal vaginal. Ocorre, em média, a cada 28 dias, durante a vida fértil de uma mulher. A cada ciclo menstrual o útero se prepara para uma possível gravidez.

Isso é feito por meio do desenvolvimento e do espessamento de sua parede interna, o endométrio, que, após a fertilização, participa da formação da placenta. Caso a gravidez não ocorra, as células endometriais se desprendem da parede uterina, provocando o rompimento de pequenos vasos sanguíneos - o que origina o sangue da menstruação.

A menstruação costuma durar de 3 a 6 dias. Mas esse período, assim como a quantidade de sangue expelido, varia de mulher para mulher.

Menarca e menopausa
A primeira menstruação (também chamada de menarca) ocorre na puberdade, geralmente entre os 10 e os 17 anos. A puberdade tem início com a secreção de dois hormônios por uma pequena glândula - a hipófise, também conhecida como pituitária - localizada sob o encéfalo: o hormônio luteinizante, comumente chamado de LH, e o hormônio folículo estimulante, ou simplesmente FSH. Esses hormônios são chamados genericamente de gonadotrofinas, uma vez que atuam sobre as gônadas, tanto as femininas quanto as masculinas.

No corpo feminino, as gonadotrofinas atuam sobre os ovários, estimulando-os a produzir os principais hormônios femininos: o estrógeno e a progesterona. Esses hormônios são responsáveis pelo desenvolvimento das características femininas secundárias, como os pêlos pubianos, o desenvolvimento das mamas, um maior acúmulo de gordura na região dos quadris e coxas, o surgimento do interesse sexual, o amadurecimento do sistema reprodutor, incluindo o aumento do útero e dos ovários, e, por fim, a primeira menstruação e o início do período fértil feminino.

Após a primeira menstruação, a produção de hormônios sexuais femininos se mantém constante por cerca de 40 anos. Passado esse período, ou seja, por volta dos 50 anos de idade, começa a ocorrer uma diminuição na produção de estrógeno e de progesterona, até que o corpo pára de produzi-los. A esta fase de transição é dado o nome de climatério. E o período após a última menstruação é chamado de menopausa.

Durante o climatério, é comum que a mulher apresente alguns sintomas, provocados pela alteração hormonal que está ocorrendo em seu organismo. Entre eles, podemos citar as ondas de calor repentinas, alterações de humor e a diminuição do desejo sexual.

O ciclo menstrual e os hormônios
O ciclo menstrual dura cerca de 28 dias e é controlado pela secreção das gonadotrofinas (FSH e LH), secretadas pela hipófise, e do estrógeno e da progesterona, produzidos pelos ovários. O primeiro dia do ciclo corresponde ao primeiro dia da menstruação.

Durante a menstruação, os níveis de hormônios sexuais no sangue estão baixos. Por volta do sexto dia, a hipófise volta a secretar uma maior quantidade do hormônio folículo estimulante (FSH).

Portanto, nessa primeira fase da menstruação, a hipófise secreta o hormônio FSH, que, como o nome já diz, irá estimular o desenvolvimento dos folículos ovarianos. Por sua vez, os folículos produzem o estrógeno, que estimula o crescimento das células da parede interna do útero, o endométrio, que se torna mais espesso e bem vascularizado. Estas são mudanças que preparam o útero para o caso da implantação de um embrião, ou seja, de uma gravidez.

A alta concentração de estrógeno no sangue estimula a secreção do hormônio luteinizante (LH). O LH induz a ovulação, que ocorre por volta do 14º dia do ciclo. Em seguida, o LH induz o rompimento do folículo ovariano e a conseqüente liberação do óvulo, além de levar ao desenvolvimento do corpo lúteo. O corpo lúteo produz a progesterona, que irá auxiliar na manutenção do endométrio até o final do ciclo menstrual.

Por fim, caso não ocorra fecundação, a alta concentração de progesterona na corrente sanguínea passa a inibir, num processo chamado de feedback negativo, a produção de FSH e LH pela hipófise. Com isso, o corpo lúteo regride e as concentrações de progesterona e estrógeno diminuem.

A queda nos níveis de estrógeno e progesterona faz com que as células endometriais se desprendam da parede uterina. Essas células são expulsas do corpo - juntamente com o sangue dos pequenos vasos que se rompem - através do canal vaginal, causando o sangramento característico da menstruação e fechando o ciclo.

Cólica e tensão pré-menstrual
Muitas vezes, o ciclo menstrual pode ser acompanhado por cólicas e pela tensão pré-menstrual. Cerca de 50% das mulheres apresentam cólica menstrual, também chamada de dismenorréia, de maior ou menor intensidade durante a menstruação ou nos dias que a precedem.

O sintoma típico da cólica são as dores na região do baixo abdome. A dismenorréia pode ser classificada em dois tipos: primária e secundária. Na dismenorréia primária, a dor tem origem na alta produção de prostaglandinas, substâncias produzidas pelo endométrio e que levam à contração do útero, o que provoca a dor.

Já na dismenorréia secundária, a dor é provocada por doenças do sistema reprodutor ou pelo uso de alguns métodos contraceptivos, como o dispositivo intra-uterino (DIU). De qualquer maneira, é importante consultar um médico para que ele verifique a origem da dor.

A tensão pré-menstrual, ou TPM, ocorre alguns dias antes da menstruação e termina ao fim desta. A TPM corresponde a uma série de sintomas provocados pelas alterações hormonais que ocorrem no organismo feminino durante o ciclo menstrual. Alguns dos sintomas da TPM são as alterações de humor, a irritabilidade, dor de cabeça e nas mamas.

É recomendável procurar ajuda médica sempre que a intensidade desses sintomas influenciar na vida cotidiana da mulher. Dependendo do caso, o tratamento pode ser feito por meio de medicamentos específicos ou da adoção de alguns hábitos de vida, como a prática de exercícios físicos, alimentação adequada e controle do estresse e da ansiedade.

Reprodução
Aparelho reprodutor feminino e microscopia eletrônica de um óvulo. Adaptado de: http://www.pgr.mpf.gov.br/pgr/saude/sa/rfeminino.htm e
http://www.morning-earth.org

*Alice Dantas Brites é graduada em ciências biológicas pela Universidade de São Paulo - USP.

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