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terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

20 de novembro - Dia da Consciência Negra

Comemora-se no dia 20 de novembro, o "Dia Nacional da Consciência Negra". Nessa data, em 1695, foi assassinado Zumbi, um dos últimos líderes do Quilombo dos Palmares. A escolha do 20 de novembro foi muito mais do que uma simples oposição ao 13 de maio: "Os movimentos sociais escolheram essa data para mostrar o quanto o país está marcado por diferenças e discriminações raciais. Foi também uma luta pela visibilidade do problema. Isso não é pouca coisa, pois o tema do racismo sempre foi negado, dentro e fora do Brasil. Como se não existisse".( Flávio Gomes )


Pela Lei nº10.639 toda instituição de ensino fundamental e médio, pública e particular, deve incluir o assunto Cultura Negra no currículo. Contudo, em muitos lugares, após quatro anos de sua aprovação, a lei é ainda ignorada. Muitas vezes simplesmente por falta de capacitação de professores.


As mudanças não estão ocorrendo apenas na parte estrutural, mas também são sentidas na pele por alunos e professores. Estes, agora, têm de buscar atualizações, cursos de extensão e etc; aqueles, terão que se acostumar a conhecer novas culturas e histórias diferentes das quais estamos expostos todos os dias.

NAS ESCOLAS: MUITA PROPOSTA E POUCA MUDANÇA




No início de seu mandato o presidente Lula aprovou a inclusão do Dia Nacional da Consciência Negra no calendário escolar e tornou obrigatório o ensino de história da África nas escolas públicas e particulares do país. Embora a decisão tenha sido comemorada, alguns pesquisadores ressaltam que existem obstáculos a serem ultrapassados para que a proposta se transforme em realidade. "Em geral, a história dada segue o livro didático e ele é insuficiente para dar conta de uma forma mais ampla e crítica de toda a história", ressalta Vasconcelos. Essa avaliação da historiadora é confirmada pela professora de história Ivanir Maia, da rede estadual paulista. "A maioria dos professores se orienta pelo livro didático para trabalhar os conteúdos em sala de aula. Nos livros de história, por exemplo, o negro aparece basicamente em dois momentos: ao falar de abolição da escravatura e do apartheid".



Campos destaca que alguns livros didáticos de história têm sido mais generosos ao retratar a "história dos vencidos", mas ressalta que a maioria, inclusive os livros ligados a sua área - a geografia -, continua a veicular os fatos sociais de forma depreciativa, seja referente ao Brasil ou a África. "Encontramos com fartura os elementos de modo civilizatório ocidental como a única verdade que merece maiores considerações", exemplifica. Uma iniciativa importante que ocorreu nesse período foi o controle dos livros didáticos distribuídos pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC), visando evitar a distribuição de livros contendo erros conceituais e representações negativas sobre determinados indivíduos e grupos. Mas, na opinião de Garcia, seria necessário exigir uma maior revisão nessas obras: "os livros didáticos precisariam abordar a participação do povo negro na construção do país, na construção da riqueza nacional, na acumulação do capital e também as suas batalhas, rebeliões, quilombos e suas lutas mais contemporâneas".



Paula Cristina da Silva Barreto, professora da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal da Bahia, destaca que, além dos livros didáticos, outro foco importante são as propostas de mudança na formação dos professores. "Foi tímido o trabalho feito pelo MEC nessa direção até o momento", critica a pesquisadora. Na avaliação dela, sem professores bem preparados para abordar temas complexos, como os abordados nos PCNs, "é muito difícil obter sucesso com a alteração curricular e existe uma grande probabilidade de que as escolas não coloquem em prática o que foi proposto". Os baixos salários pagos e as condições de trabalho desanimadoras nas escolas são fatores também destacados pelos pesquisadores como possíveis responsáveis pelo pequeno envolvimento dos professores com propostas que visam abordar a diversidade étnica e problematizar a questão do negro no Brasil no interior das escolas.


"É preciso entender que a desigualdade no Brasil tem cor, nome e história. Esse não é um problema dos negros no Brasil, mas sim um problema do Brasil, que é de negros, brancos e outros mais".




DICAS:



A cultura africana oferece elementos relacionados a todas as áreas do conhecimento. Se a escola não inclui esses conteúdos no planejamento, cada professor pode colocar um pouco de África em seu plano de ensino:



Língua Portuguesa:



- Para mostrar a influência dos falares africanos no Brasil, você pode usar as palavras de origem banta já incorporadas ao nosso vocabulário.



- Leve para sala de aula lendas africanas e histórias que tratem de diversidade.



- Use livros como Menina Bonita do Laço de Fita, de Ana Maria Machado, O Pássaro-da-Chuva, de Kersti Chaplet, e o gibi Zumbi dos Palmares (produzido em 2001 pela Editora Lake é distribuído gratuitamente) para atividades de leitura e escrita.



- Familiares dos alunos afro-descendentes podem ser convidados para contar histórias de sua vida, informações que serão transformadas em texto.



Artes:



- Podem ser trabalhados conceitos de arte abstrata e geometrismo, danças, mitos e adereços e máscaras, relacionando essas produções às manifestações artísticas do continente europeu.



O desafio é não resvalar no preconceito nem cair no encantamento do exótico.



Educação Física:



- Usar o iitop, o mbube-mbube (ou o tigre e o impala) e a mamba, e jogos como o yote e a mancala. Iniciar contando a história do jogo e os valores da cultura africana presentes em cada um.



Língua Estrangeira:



- Mesmo quando o idioma a ser aprendido é o inglês ou o espanhol, é possível inserir a cultura africana e afro-descendente.Uma boa idéia é levar para suas turmas letras de músicas do afro-descendente jamaicano Bob Marley e de outros cantores negros e textos em inglês sobre a vida de lideranças como os americanos Malcom X e Martin Luther King.



Ciências:



- Mencionar a evolução das espécies, esclarecendo que biologicamente todos os seres humanos são parecidos e que as pequenas diferenças físicas não interferem na capacidade intelectual.



História:



- É fundamental fazer a comparação com o modo de vida do negro no nosso país, na época da escravidão, nos quilombos e nos dias de hoje.



Atualidade:



- Miséria, epidemias e guerras civis existem hoje nos diversos países da África.Mas também estão presentes em outros lugares. Usando notícias de jornal e livros, dicutir com as turmas as guerras civis em Angola e em Ruanda, a fome e a epidemia de Aids.



Geografia:



- Localize em mapas os diversos povos que vieram para o Brasil e as riquezas de cada região, principalmente as minas de ouro e diamantes, para a turma entender os motivos da exploração.



- Ao falar sobre os diversos povos, é possível destacar as contribuições de cada um para a economia do Brasil Colônia.



Educação Infantil:



- Pesquisa em jornais e revistas das palavras: Trabalho, escravo, Brasil, Portugal e África.

- Identificação de palavras pesquisadas através de caça-palavras

- Leitura do texto “Zumbi pensava diferente”

- Observação do mapa mundi para localização do Brasil, África, Portugal.

- Decomposição da palavra PALMARES para formação de novas palavras.

- Roda de conserva enfocando a diferença entre o dia 13 de maio e o dia 20 de novembro

- Tentativa de escrita de palavras

- Registro de numerais comparando quantidades

- Exploração do calendário mensal

- Exploração do calendário anual com observação de datas que marcam a história de negro

- Construção de um glossário com palavra de origem africana

- Rodas de conversa enfocando a irmandade dos homens, que todos somos iguais.

- Exposição de ervas presentes principalmente na cultura afro

- Contagem de número de letras das palavras

- Localização identificando distâncias: Perto longe a partir da fala do narrador ao afirmar que os negros cativos vinham de muito longe.

- Pesquisa de gravuras ou fotos que demonstrem atos fraternos entre brancos e negros.

- Audição da música “O conto das três Raças” (Clara Nunes) entre outras.

- Exploração de sons afros: tambor, atabaque, berimbau.

- Ilustração da História Tempo de Escravidão (através de pintura com guache)

- Confecção de fantoches com perfil afro;

- Construção de retrato étnico da turma: produção de mural com fotos e frases que traduzem as características étnicas e culturais das crianças;

- Formação de painel coletivo com personalidades negras que alcançaram a fama;

- Construção de maquete de um quilombo;

- Confecção de chocalhos, atabaque e berimbau.



Literatura: Sugerimos as histórias: O ratinho branco e o grilo sem Asas; Menina bonita do laço de fita e a lenda Negrinho do Pastoreio.



"A prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei".

Fonte:http://bancodeatividades.blogspot.com.br

quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

Região Centro- oeste


O segundo maior complexo regional do Brasil
Formado pelos estados de Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, além do Distrito Federal, o Centro-Oeste é uma das cinco Regiões do Brasil. Sua extensão territorial é de 1.604.850 quilômetros quadrados, correspondendo a 18,8% da área brasileira, sendo a segunda maior Região do país.

O relevo do Centro-Oeste caracteriza-se por terrenos antigos (do período pré-cambriano e paleozoico) e aplainados pela erosão, processo que proporcionou o surgimento dos chapadões na região. O clima é tropical semiúmido e úmido, as chuvas ocorrem na estação de verão. A vegetação predominante é o cerrado. Mato Grosso e Mato Grosso do Sul possuem, além do cerrado, o pantanal como bioma.

Conforme contagem populacional realizada em 2010 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população total do Centro-Oeste é de 14.050.340, o que corresponde a apenas 7,25% da população total do Brasil. Essa é a Região brasileira menos populosa. A densidade demográfica é de 8,7 habitantes por quilômetro quadrado; o crescimento demográfico é de 2,4% ao ano. A maioria da população reside em áreas urbanas - 87%, apenas 13% moram na zona rural. Ao todo, o Centro-Oeste possui 446 municípios.

A primeira atividade econômica de destaque no Centro-Oeste foi o garimpo de ouro e diamantes, no entanto, ele foi gradativamente sendo substituído pela pecuária e pela agricultura.

Atualmente, com cerca de 70 milhões de cabeças de gado, o rebanho bovino do Centro-Oeste é o maior do país. Na agricultura, destaca-se o cultivo de algodão, cana-de-açúcar, milho, sorgo e, principalmente, a soja, cuja produção é responsável por mais da metade da plantação nacional.

O turismo no Centro-Oeste é proporcionado em razão de suas belezas naturais. Os principais destinos são o Pantanal, Chapada dos Guimarães, Chapada dos Veadeiros, Parque Nacional das Emas, Bonito, Caldas Novas, Pirenópolis, Cidade de Goiás, além de Brasília.
A participação do Centro-Oeste no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro é de 8,9%.

Dados dos Estados do Centro-Oeste:

Goiás
Extensão territorial: 340.103,467 km².
Capital: Goiânia.
Número de municípios: 246.
População: 6.004.045.
Participação no PIB regional: 27,6%.

Mato Grosso
Extensão territorial: 903.329,700 km².
Capital: Cuiabá.
Número de municípios: 141.
População: 3.033.991.
Participação no PIB regional: 18,1%.

Mato Grosso do Sul
Extensão territorial: 357.145,836 km².
Capital: Campo Grande.
Número de municípios: 78.
População: 2.449.341.
Participação no PIB regional: 11,9%.

Distrito Federal
Extensão territorial: 5.787,784 km².
Capital: Brasília.
População: 2.562.963.
Participação no PIB regional: 42,4%.
http://www.alunosonline.com.br

Região Nordeste


Estados e capitais da Região Nordeste
Formada pelos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe, a Região Nordeste possui extensão territorial de 1.554.257,0 quilômetros quadrados, sendo a terceira maior Região do país, correspondendo a 18,2% do território nacional. Essa Região apresenta elementos físicos e socioeconômicos diversificados ao longo da sua área, fato que proporcionou a criação das sub-regiões do Nordeste, que é composta por: Meio-Norte, Zona da Mata, Agreste e Sertão.

O Nordeste é a segunda Região mais populosa do Brasil; conforme contagem populacional realizada em 2010 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sua população totaliza 53.078.137 habitantes, correspondendo a 28% da população brasileira, menor apenas que a população do Sudeste (80.353.724 habitantes). Sua densidade demográfica é de 34,1 habitantes por quilômetro quadrado; o crescimento demográfico é de 1,3% ao ano.

A participação nordestina no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil é de 13,1%. Sua economia vem apresentando desenvolvimento e tem, graças a políticas de incentivos fiscais, apresentado significativo processo de industrialização.

A exploração de petróleo nessa Região é outro fator essencial para a economia local. O Nordeste se destaca no cenário nacional por ser o segundo maior produtor de petróleo do país, além de ser o maior produtor brasileiro de petróleo em terra.

A agropecuária nordestina é extremamente prejudicada pela irregularidade das chuvas. A cana-de-açúcar é o principal produto cultivado na Região, no entanto, as lavouras irrigadas de frutas tropicais têm se destacado e recebido investimentos para sua expansão.

As belezas naturais e históricas da Região Nordeste atraem milhões de turistas, as cidades que recebem mais visitantes são: Salvador (BA), Fortaleza (CE), Recife (PE), Natal (RN), João Pessoa (PB) e Maceió (AL).

O Nordeste brasileiro é a Região que possui o menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do país: 0,608. Com média de 34,4 óbitos a cada mil crianças nascidas vivas, sua taxa de mortalidade infantil é a maior do país. Outro grande problema social nessa Região refere-se ao saneamento ambiental – aproximadamente 55% das residências não possuem esse serviço. A realização de políticas públicas eficazes no Nordeste é necessária para proporcionar condições dignas de moradia, saúde, educação, emprego, entre outros fatores elementares, reduzindo a disparidade social no território nacional.

Dados dos estados do Nordeste:

Alagoas:
Extensão territorial: 27.779,343
População: 3.120.922
Capital: Maceió

Bahia:
Extensão territorial: 564.830,859
População: 14.021.432
Capital: Salvador

Ceará:
Extensão territorial: 148.920,538
População: 8.448.055
Capital: Fortaleza

Maranhão:
Extensão territorial: 331.935,507
População: 6.569.683
Capital: São Luis

Paraíba:
Extensão territorial: 56.469,466
População: 3.766.834
Capital: João Pessoa

Pernambuco:
Extensão territorial: 98.146,315
População: 8.796.032
Capital: Recife

Piauí:
Extensão territorial: 251.576,644
População: 3.119.015
Capital: Teresina

Rio Grande do Norte:
Extenso territorial: 52.810,699
População: 3.168.133
Capital: Natal

Sergipe:
Extensão territorial: 21.918,354
População: 2.068.031
Capital: Aracaju
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quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

Tocantins


Bandeira do Tocantins
Significado da bandeira: o azul e o amarelo representam, respectivamente, os rios e as riquezas do estado. O sol sobre uma faixa branca significa que ele nasce para todos os cidadãos tocantinenses.
Criado em 1988, após a fragmentação do estado de Goiás, o Tocantins é a unidade federativa mais nova do país. Está localizado na Região Norte e possui fronteiras com estados do Nordeste (Bahia, Piauí e Maranhão), do Centro-Oeste (Goiás e Mato Groso) e do Norte (Pará).
A extensão territorial do Tocantins é de 277.621,858 quilômetros quadrados, cuja população total é de 1.383.453 habitantes, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse contingente populacional está distribuído em 139 municípios; e Palmas é a capital estadual.

Localização do Tocantins no mapa do Brasil
O estado apresenta uma grande diversidade de biomas, abrigando áreas de cerrado, Floresta Amazônica e floresta tropical. O clima predominante é o tropical, com duas estações bem definidas, sendo uma seca e a outra chuvosa. O relevo é marcado por depressão na maior parte e planaltos e planícies. A rede hidrográfica é composta pelos rios Araguaia, das Balsas, do Sono, Miguel Aves, Paranã, Tocantins, entre outros.
Na economia, Tocantins tem a agropecuária como uma importante atividade econômica, visto que ela responde por mais de 95% das exportações estaduais. Os grandes destaques desse setor são a pecuária bovina de corte, os cultivos de soja, milho, mandioca e arroz. A agroindústria é o principal segmento industrial.
Com relação aos aspectos sociais, o Tocantins, apesar de estar apresentando redução na taxa de mortalidade infantil, continua com esse indicador elevado – 26,4 óbitos para cada mil nascidos vivos. Outro grande problema é com relação aos serviços de saneamento ambiental, visto que apenas 32% das residências têm acesso à rede de esgoto.
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Sociedade açucareira

Sociedade açucareira

Rainer Sousa




A economia açucareira engendrou uma organização social peculiar.
Mais que uma atividade econômica exploratória, podemos ver que o açúcar foi responsável pela instalação de uma das primeiras hierarquias sociais reconhecidas na colônia. Com o passar do tempo, vemos que a composição da sociedade colonial se tornou cada vez mais complexa. No entanto, muitas das práticas e posições sociais vistas na formação da sociedade açucareira, marcaram profundamente as relações sociais e culturais vivenciadas em terras brasileiras.

No topo desta sociedade encontramos a figura do senhor de engenho. Sua condição abastada é explicada pelo fato de esse, ser o grande possuidor de terras sob o contexto da sociedade açucareira. Além de ter a posse da terra, este senhor de terras vivenciava uma condição política privilegiada ao ser declarado como um “homem bom”. Na época, tal título era de suma importância para que a Coroa Portuguesa pudesse reconhecer aqueles que estavam em consonância com o seu projeto de exploração colonial.

Vale aqui destacar que a posse de terras e a posse das instalações do engenho açucareiro eram elementos de importante distinção social. Nessa época, os chamados lavradores de cana não tinham o mesmo prestígio de um senhor de engenho, mesmo ele sendo possuidor de terras e escravos. Afinal de contas, ele dependia de um senhor de engenho para transformar sua lavoura de cana, em açúcar. De tal modo, ele ocupava uma posição subalterna no interior da elite colonial.

Admitindo aqui a presença de uma classe social intermediaria, a sociedade açucareira contava com os serviços dos feitores, mestres de açúcar e outros agregados que exerciam diversas atividades remuneradas. Girando em torno do poder do senhor de engenho, essa leva de funcionários vivia uma condição de vida intermediária ao servir de suporte no desenvolvimento da produção açucareira. Não raro, poderiam se retirar de tal contexto para buscarem outras formas de vida.

Na posição menos privilegiada dessa sociedade bastante rígida, temos a figura do escravo. A maioria deles vivia as duras condições de vida do trabalho nas lavouras, enfrentando duras jornadas de trabalho que poderiam variar entre 15 e 18 horas. No interior da casa do senhor de engenho, observávamos uma pequena quantidade de escravos domésticos que usufruíam de uma vida um pouco mais confortável.

Em termos gerais, vemos que a sociedade açucareira era marcada por um forte traço patriarcal, onde o homem exercia os principais espaços de atuação econômica e política. Ao mesmo tempo, essa mesma sociedade podia ser considerada como um tipo de sociedade estratificada, por não permitir nenhum meio de ascensão social mais significativo. De fato, vemos que esse modelo de sociedade imperou durante várias décadas em várias regiões do espaço colonial brasileiro.

Cerrado

Colégio Estadual Dinah Gonçalves
email accbarroso@hotmail.com
       

Cerrado

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Ipê, uma árvore do cerrado.
O cerrado é o segundo maior bioma do Brasil, sendo encontrado nos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Tocantins, Bahia, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Piauí e no Distrito Federal. Também ocorre no Paraguai e Bolívia, sendo chamado de chaco.

Tal bioma possui uma grande biodiversidade. A vegetação é semelhante à da savana, com árvores de trocos retorcidos e cobertos com uma casca grossa. As folhas dessas árvores normalmente são grandes e rígidas. Suas raízes são profundas, visto que precisam absorver a água dos lençóis freáticos nos períodos da seca. O solo do cerrado é pobre em nutrientes e rico em ferro e alumínio.

O clima predominante nesse bioma é o tropical sazonal, apresentando temperaturas médias de 25ºC. As máximas temperaturas podem chegar a 40ºC e as mínimas, a 10ºC. Os meses mais chuvosos são os de março e outubro.
O cerrado possui uma grande diversidade biológica. Sua vegetação é composta por gramíneas, ciperáceas, arbustos, etc., como o Ipê, Pata-de-vaca, Gameleira, Embaúba, etc. São conhecidas cerca de 1500 espécies de animais do cerrado, formando o segundo maior conjunto animal do planeta. Alguns exemplos de espécies do cerrado: lobo-guará, tamanduá-bandeira, tatu-bola, ariranha, etc.

Mesmo abrigando uma riquíssima biodiversidade, vários fatores, principalmente o avanço das atividades agrícolas e da pecuária, tem degradado o cerrado gradativamente. Entre os biomas brasileiros, o cerrado é considerado o que mais sofreu alterações até hoje.

terça-feira, 21 de janeiro de 2020

Estados Brasileiros

Colégio Estadual Dinah Gonçalves
email accbarroso@hotmail.com



Bandeiras dos estados do Brasil
Conforme a Constituição Federal de 1988, a República Federativa do Brasil compõe-se de 27 unidades políticas, sendo 26 Estados e um Distrito Federal, distribuídos numa área de 8.514.876 Km2. Essas 27 unidades estão distribuídas em cinco macrorregiões: Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul.
A divisão regional com os Estados e suas respectivas capitais são:

Região Norte

Acre - Capital: Rio Branco
Amapá - Capital: Macapá
Amazonas - Capital: Manaus
Pará - Capital: Belém
Rondônia - Capital: Porto Velho
Roraima - Capital: Boa Vista
Tocantins - Capital: Palmas

Região Nordeste

Alagoas - Capital: Maceió
Bahia - Capital: Salvador
Ceará - Capital: Fortaleza
Maranhão - Capital: São Luis
Paraíba - Capital: João Pessoa
Pernambuco - Capital: Recife
Piauí - Capital: Teresina
Rio Grande do Norte - Capital: Natal
Sergipe - Capital: Aracajú

Região Centro-Oeste

Goiás - Capital: Goiânia
Mato Grosso - Capital: Cuiabá
Mato Grosso do Sul - Capital: Campo Grande
Distrito Federal - Capital: Brasília

Região Sudeste

Espírito Santo - Capital: Vitória
Minas Gerais - Capital: Belo Horizonte
São Paulo - Capital: São Paulo
Rio de Janeiro - Capital: Rio de Janeiro

Região Sul

Paraná - Capital: Curitiba
Rio Grande do Sul - Capital: Porto Alegre
Santa Catarina - Capital: Florianópolis
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sábado, 18 de janeiro de 2020

Rio de Janeiro


Bandeira do Rio de Janeiro
Significado da bandeira: as cores azul e branca representam, respectivamente, o mar e a paz. No brasão, o café e a cana-de-açúcar simbolizam a importância da atividade agrícola no estado; as serras, o pico Dedo de Deus (formação geológica da Serra dos Órgãos) e a águia, o governo forte e honesto.
Com extensão territorial de 43.780,157 quilômetros quadrados, o Rio de Janeiro é o menor estado da Região Sudeste do Brasil. Possui fronteiras ao sul com São Paulo, ao norte com o Espírito Santo e a oeste com Minas Gerais, além de ser banhado a leste pelo Oceano Atlântico.
O relevo do Rio de Janeiro é marcado por planície litorânea com morros, várzeas e dunas e áreas de planalto na porção oeste. Os principais biomas são a Mata Atlântica, floresta tropical e mangues. A hidrografia é composta pelos rios Grande, Itabapoana, Macabu, Macaé, Muriaé, Paraíba do Sul, Piraí, Pomba, entre outros.

Localização do Rio de Janeiro no mapa do Brasil
Apesar da pequena extensão territorial, o estado apresenta o terceiro maior contingente populacional do país. De acordo com dados divulgados em 2010 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Rio de Janeiro possui 15.993.583 habitantes, que estão distribuídos em 92 municípios. A capital estadual é a cidade do Rio de Janeiro, que é considerada uma cidade global.
A economia é a segunda maior do país, respondendo por 11,2% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Entre as atividades de grande destaque estão a extração de minério, petróleo e gás natural, além do setor químico, petroquímico, automobilístico, siderúrgico, metalúrgico e alimentício. Outra importante fonte de receitas financeiras é o turismo, impulsionado pela beleza natural e a ótima estrutura hoteleira.
O Rio de Janeiro apresenta bons indicadores sociais, ocupando o 4° lugar no ranking nacional de Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Apenas 4% dos habitantes são analfabetos e a taxa de mortalidade infantil é de 18,9 para cada mil nascidos vivos. No entanto, a população sofre com a violência promovida pelos confrontos entre os grupos de narcotraficantes.
Confira nossa subseção sobre o Rio de Janeiro e obtenha maiores informações sobre os aspectos físicos, populacionais e econômicos desse estado do Sudeste brasileiro.
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quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

Tipos de relevo


Cadeia de montanhas andina.
A superfície do planeta Terra é constituída por irregularidades, que são chamadas de relevos. Existem irregularidades tanto no continente quanto no fundo dos oceanos, denominados respectivamente de relevo continental e submarino.
O relevo é um dos elementos naturais que mais se destacam na paisagem, embora uns mais do que outros. Diante das afirmações, os tipos de relevo são: planaltos, cadeias de montanhas, depressões e planícies.
Planaltos: relevo constituído por irregularidades (de forma ondulada), grande parte dos casos localizados em altitudes superiores a 300 metros acima do nível do mar. As serras escarpas e chapadas são consideradas planaltos. Um dos aspectos particulares desse tipo de relevo é que ele libera sedimentos para as áreas mais aplainadas ou baixas, favorecendo o surgimento de depressões e de planícies.
Cadeias de montanhas: são formadas por um conjunto de montanhas que se encontram aglomeradas em uma região. Elas possuem grandes altitudes, bem superiores em relação aos outros tipos de relevos continentais, além de serem bastante acidentadas com encostas íngremes. Em razão dessa característica, as cadeias de montanhas sofrem frequentemente com os processos erosivos proporcionados pela ação do vento, da água e do gelo. As cadeias de montanhas ou cordilheiras abastecem de sedimentos as áreas ao seu redor.
Depressões: relevo caracterizado pelo rebaixamento repentino do relevo, ou seja, corresponde a uma área com altitude mais baixa que as áreas que circunda. As depressões são classificadas em dois tipos: depressão relativa (que apresenta altitude mais baixa que as áreas ao redor, mas estão acima do nível do mar) e absoluta (se apresenta abaixo no nível do mar). As depressões geralmente são planas, em razão dos processos erosivos aos quais se sujeitaram ao longo de milhares de anos.
Planícies: tipo de relevo caracterizado por apresentar uma superfície bastante plana, oriunda da sedimentação provocada por processos erosivos ocorridos em pontos mais elevados. É bom ressaltar que existem planícies em diversas altitudes, no entanto, a maioria se encontra em elevações modestas em relação ao nível do mar.
Por Eduardo de Freitas

Grandes Navegações

No imaginário europeu da época das Grandes Navegações, o mundo desconhecido era habitado por criaturas bestializadas ou fantásticas, como os “homens com cabeça de cachorro” descritos na obra de Marco Polo.
Rotas comerciais das Grandes Navegações

1. Portugal e as Grandes Navegações

Para realizar as Grandes Navegações, os portugueses organizaram sucessivas expedições que devassaram o litoral atlântico africano. Depois, penetrando o Oceano Índico, navegaram até Calicute, na Índia.
Coube a Portugal o pioneirismo e a liderança inicial no processo de expansão mercantil européia, desenvolvendo o Ciclo Oriental de Navegações, isto é, um conjunto de expedições marítimas procurando chegar ao Oriente; navegando no sentido sul-oriental, o que implicou, inicialmente, o desenvolvimento do litoral africano.
O pioneirismo português nas Grandes Navegações deveu-se a um conjunto de fatores, tais como a centralização política, resultando na formação de uma monarquia nacional precoce. Esse processo iniciado ainda na dinastia de Avis, depois da Revolução de 1385. Os reis de Avis, aliados à dinâmica burguesia mercantil lusa, voltaram-se para a empresa náutica planejando as atividades do Estado no sentido de desenvolvê-la, a partir dos incentivos aos estudos e à arte náutica: estes ficaram a cargo do príncipe-infante D. Henrique – o Navegador – que em 1418 criou a “Escola de Sagres”, denominação figurada de um grande centro de estudos náuticos situado no promontório de Sagres. Portugal gozava nessa época de uma situação de paz interna: além disso, sua posição geográfica privilegiada – as terras mais a oeste da Europa – na rota Mediterrâneo-Atlântico possibilitou uma certa tradição ao comércio marítimo através de vários postos comerciais relativamente desenvolvidos.As Grandes Navegações e as conquistas portuguesas
Os portugueses lançaram-se aos mares, dando início ao “Ciclo Oriental”, e promovendo o devassamento do litoral africano. Neste ciclo, destacam-se as seguintes conquistas: em 1415, uma expedição militar tomou Ceuta (Noroeste da África), na passagem do Mediterrâneo para o Atlântico, uma cidade para onde convergiam as caravanas de mercadores mulçumanos transaarianos, e que dava a Portugal o controle político-militar do estreito de Gilbratar. Essa vitória, embora seja considerada o marco inicial da expansão marítima lusa, redundou em fracasso comercial, uma vez que as caravanas africanas desviaram o tráfico mercantil para outras praças ao norte do continente. Procurando atingir as regiões produtoras das mercadorias africanas, os portugueses passaram a contornar gradativamente a costa atlântica da África.
Em 1434, o navegador Gil Eanes atingiu o Cabo Bojador (à frente das Ilhas Canárias). Logo após, em 1445, os portugueses atingiram a região do Cabo Branco, onde fundaram a feitoria de Arguim. Paralelamente à conquista desses pontos no litoral africano, os portugueses foram conquistando e anexando as Ilhas Atlânticas: em 1419, o arquipélago da Madeira; em 1431, os Açores; e em 1445, as Ilhas de Cabo Verde. Nestas ilhas, foram introduzidas a lavoura canavieira e a pecuária, fundadas no trabalho do escravo africano, e sendo aplicado pela primeira vez o regimes de capitanias hereditárias.
Procurando um novo caminho para as Índias, em 1452, os navegadores lusitanos penetraram o Golfo da Guiné e atingiram o Cabo das Palmas; alguns anos mais tarde (1471), ultrapassaram a linha do Equador, penetrando no Hemisfério Sul. Em 1482, na costa sul da África, Diogo Cão atingiu a foz do Rio Congo e Angola, onde foram fundadas as feitorias de São Jorge da Mina; Luanda a Cabinda, locais em que se praticavam o comércio de especiarias e o tráfico negreiro.
Em 1488, Bartolomeu Dias atingiu o Cabo da Boa Esperança (Tormentas), completando o contorno do litoral atlântico da África (Périplo Africano). Dez anos mais tarde (1498) Vasco da Gama navegou pelo Índico e atingiu Calicute, na Índia. A partir daí, Portugal encetou sucessivas tentativas de formação do seu Império no Oriente. A primeira grande investida deu-se em 1500, com a organização de uma grande esquadra militar comandada por Pedro Álvares Cabral; desta expedição, temos a “descoberta” do Brasil e, depois, a tentativa cabralina de se fixar no Oriente.
Entre 1505 e 1515, Francisco de Almeida e Afonso de Albuquerque – este último, considerado o fundador do Império Português nas Índias – obtiveram sucessivas vitórias no Oriente, estendendo as conquistas lusas desde o Golfo Pérsico (Aden) à Índia (Calicute, Goa, Damão e Diu), ilha do Ceilão e alcançando a Indonésia, onde conquistaram a ilha de Java. Onde não foram obtidas conquistas militares, foram firmados acordos comerciais como é o caso da China (Macau) e Japão, entre 1517 e 1520. Mesmo baseados em um sistema de lucrativas feitorias, os gastos com as despesas militares e com a burocracia afligiam o Império Oriental Português. A partir de 1530, esses gastos, aliados à queda de preços das especiarias na Europa e à concorrência inglesa e holandesa, inviabilizaram sua sobrevivência. No século XVII, o vasto Império Luso já estava desmantelado.


2. As Grandes Navegações espanholas

Até 1942, os espanhóis lutavam contra os invasores mulçumanos. Nesse ano a vitória espanhola retomando Granada, o último reduto da península em poder dos invasores, assegurou a consolidação da monarquia nacional da Espanha, tornando possível o Ciclo Ocidental de Navegações.
A Espanha teve sua participação retardada no processo expansionista. A longa luta de reconquista contra os invasores mulçumanos que dominavam a península desde o século VIII e as lutas internas entre os reinos hispânicos cristãos impediam a unidade política e, consequentemente, a formação da monarquia nacional espanhola. A unificação política da Espanha ocorreu somente em 1469, com o casamento dos reis católicos, Fernando, de Aragão, e Isabel, de Castela. Com isso, os espanhóis se fortaleceram e investiram contra os invasores que ocupavam ainda o sul da península e, após sucessivas vitórias, tomaram Granada (1492), último baluarte da dominação moura no continente europeu.
A partir daí, desenvolveu-se uma orientação uniformizada possibilitando o fortalecimento da burguesia mercantil, anteriormente beneficiada por medidas pontuais dos reinos de Castela e Aragão: no caso deste último, destaque-se a expansão mediterrânea no século XIV, levando os mercadores aragoneses até a Sicília onde comercializavam panos, gêneros alimentícios e especiarias. Em 1492, patrocinado pelos Reis Católicos, Cristóvão Colombo, um navegador genovês, deu início ao Ciclo Ocidental de Navegações, que consistia na busca de um caminho para o Oriente, navegando para o Ocidente.
Em 12 de outubro de 1492, Colombo atingia a Ilha de Guanananí (São Salvador), realizando o primeiro feito significativo das Grandes Navegações espanholas, ou seja, o descobrimento da América. Acreditando ter atingido as Índias, Colombo realizaria ainda três viagens à América, tentando encontrar as “ricas regiões do comércio oriental”. No final de 1499, Vicente Yañez Pinzon, um dos comandantes de Colombo na viagem de descoberta da América em busca de um caminho que o levasse ao Oriente, atingiu a foz do rio Amazonas (Mar Dulce), colocando-se, portanto, como predecessor de Cabral no descobrimento do Brasil. Em 1513, ainda em busca de uma passagem para o Levante, Vasco Nuñes Balboa cruzou o istmo do Panamá o Oceano Pacífico. Outra empresa importante, relacionada à expansão marítima espanhola, foi a realização da primeira viagem de circunavegação iniciada em 1519 por Fernão de Magalhães, um navegador português a serviço da Espanha, e completada por Juan Sebastião Elcano, em 1522. Após 1.124 dias de navegação pelos mares desconhecidos, os espanhóis atingiram as ilhas das especiarias orientais pelo Ocidente, além de comprovar a esfericidade da Terra.
As grandes conquistas espanholas
Mesmo com o controle de importantes pontos comerciais no Oriente (Filipinas e Bornéo) obtidos no decorrer do século XVI, os espanhóis voltaram-se basicamente para o Ocidente, onde deram início à colonização da América• Nessa empresa, os seus esforços se concentraram principalmente no México e no Peru.
O México foi a primeira área a ser conquistada entre 1518 e 1525, sob a liderança de Fernan Cortéz. Essa empreitada implicou a destruição do Império Asteca e sua capital Tenochititián, onde ficaram célebres a ferocidade e a crueldade dos conquistadores europeus. A conquista do Peru está. relacionada ao avanço dos espanhóis sobre o Império Inca, cuja capital era Cuzco. Entre 1531 e 1538, Francisco Pizarro e Diego de Almagro destruíram um dos mais importantes impérios pré-colombianos, o que garantiu a expansão do domínio espanhol sobre o Chile, Equador e Bolivia, numa ação marcada também pela brutalidade do conquistador. Nessas duas áreas, ricas em ouro e prata, teve início a exploração das minas, com o uso intensivo do trabalho compulsório do nativo.
As colônias espanholas na América foram divididas inicialmente em dois vice-reinados: o de Nova Espanha (México) e do Peru. Criados respectivamente em 1535 e 1543, os vice-remos eram subordinados diretamente ao Real e Supremo Conselho das Indias, órgão governamental ligado diretamente ao rei e encarregado de tudo quanto se relacionasse com a América. No século XVffl foram criados mais dois vice-remos: o de Nova Granada (Colômbia) e do Prata (Argentina).
Os espanhóis esperavam atingir o Oriente navegando para o Ocidente. Em busca de uma passagem que o levasse às “Indias”, além da viagem de 1492, que resultou no descobrimento da América, Cristóvão Colombo realizou mais três viagens ao Novo Mundo.
Colombo nunca encontrou o caminho para as “Índias”. Acabou morrendo velho e abandonado no convento de Valladolid.
A conquista dos antigos impérios pré-colombiano, pelos espanhóis, implicou a destruição das populações indígenas.


3. A partilha das terras descobertas nas Grandes Navegações

A rivalidade entre Portugal e Espanha pela disputa das terras descobertas de origem a uma série de tratados de partilha. Em 1480, antes da fase mais intensa das navegações espanholas foi firmado o Tratado de Toledo, pelo qual Portugal cedia à Espanha as ilhas Canárias (Costa da África), recebendo em troca o monopólio do comercio e navegação do litoral africano ao sul da linha do Equador.
A descoberta da América serviu para aumentar a rivalidade entre os dois paises e exigiu um novo tratado. Desta feita, o Papa Alexandre VI (cardeal aragonês) atuou como árbitro através da Bula Inter Coetera 1493. Uma linha imaginária foi traçada a 100 léguas a oeste das ilhas de Cabo Verde: as terras situadas a oeste da linha demarcatória ficariam para a Espanha, cabendo a Portugal as terras a leste, ou seja, o mar alto, o que gerou protestos de D. João II, o rei de Portugal.
Em função da reação portuguesa foi estabelecida uma nova demarcação que ficou conhecida como Tratado de Tordesilhas (1494). A linha imaginária passaria agora a 370 léguas a oeste das ilhas de Cabo Verde: a porção ocidental ficaria pertencendo à Espanha, cabendo a Portugal a porção oriental. Dessa forma, parte das terras do Brasil passavam a pertencer a Portugal. Contudo, a linha de Tordesilhas, que, provavelmente, passaria por Belém, ao norte, e por Laguna, no litoral catarinense, nunca foi concretamente demarcada.
A presença espanhola no Oriente, depois da viagem de Fernão de Magalhães, exigiu também a demarcação da parte oriental do planeta, através do Tratado ou Capitulação de Saragoça (1529). Por este acordo, uma linha imaginária dividiria o mundo oriental entre Espanha e Portugal, a partir das Ilhas Molucas.
A divisão do mundo entre portugueses e espanhóis desencadeou a reação da França, Inglaterra e Holanda, países marginalizados pelos tratados de partilha. Daí, a sucessão de ataques corsários e as invasões das possessões ibéricas na América, África e Ásia.


4. As conseqüências da expansão marítima.

As Grandes Navegações e Descobrimentos modificaram de forma significativa o mundo até então conhecido. Dentre as principais conseqüências da expansão européia devem ser destacadas: O deslocamento do eixo econômico europeu do Mediterrâneo para o Atlântico-Índico, com a ascensão dos países ibéricos e a conseqüente decadência das cidades mercantis italianas.
A consolidação do Estado Absolutista, típico da Época Moderna, que depois de patrocinar o movimento expansionista, passou agora a usufruir dos seus lucros.,
Adoção da política econômica mercantilista, baseada no protecionismo do Estado e no regime de monopólios.
A formação do Sistema Colonial Tradicional vinculado à política econômica mercantilista e responsável pela colonização da América.
O renascimento da escravidão nas áreas colônias nos moldes do capitalismo moderno, com a utilização intensiva da força de trabalho indígena e africana.
O fortalecimento da burguesia mercantil nos países atlânticos.
Início do processo de europeização do mundo, especialmente, com a expansão do cristianismo.
A destruição das avançadas civilizações pré-colombianas existentes na América.
A expansão do comércio europeu (Revolução Comercial), dentro de uma nova noção de mercado, agora entendido em escala mundial.
Aceleração da acumulação primitiva de capital, realizada através da circulação de mercadorias.
Revolução dos Preços, provocada pelo crescente afluxo de metais preciosos provenientes da América.


5. O atraso da Inglaterra, França e Holanda nas Grandes Navegações

Diversos fatores contribuíram para o retardamento da participação Inglesa francesa e holandesa na expansão mercantil, dentre eles a Instabilidade política e econômica, a inexistência de uma monarquia centralizada, aliada aos interesses das burguesias nacionais e às resistências feudais.
Inglaterra
Além do desgaste na Guerra dos Cem Anos (1337-1453), travada contra a França, a Inglaterra sofreu os efeitos da Guerra das Duas Rosas (1455-85) retardando assim sua presença nas Grandes Navegações, que somente ocorreria a partir do reinado de Henrique VII (Tudor), estimulada pelo êxito ibérico: com a viagem dos italianos João e Sebastião Caboto (1497-98) foi atingido o Labrador, no Canadá; entre 1584 e 1587, Walter Raleigh fundou a colônia da Virgínia, o primeiro núcleo colonial inglês, além de tentar fundar colônias na Flórida. A partir daí, e até 1740, serão formadas as 13 colônias inglesas da América do Norte.
Um dos feitos mais importantes das navegações inglesas foi a segunda viagem de circunavegação, realizada por Francis Drake, entre 1587 e 1590.
França
Seu atraso deveu-se aos problemas que marcaram o processo de centralização monárquica, dificultado pela nobreza, e aos efeitos devastadores da Guerra dos Cem Anos. As Grandes Navegações francesas começaram no século XVI, apoiadas pela dinastia Valois e com a participação de navegadores estrangeiros.
Em 1523, o italiano Verrazano atingiu o litoral do Canadá e o norte dos EUA. Em seguida, Jacques Cartier penetrou o rio São Lourenço, fundando em 1534 a colônia de Nova França, o primeiro estabelecimento francês na América. Em 1604, já sob o governo dos Bourbons, os franceses ocuparam a Guiana e em 1608 fundaram a colônia de Quebec, no Canadá. Ainda neste século, penetraram o rio Mississipi e fundaram os núcleos de Saint Louis e Nova Orleans, embrião da colônia da Louisiana. Além disso, os franceses fizeram duas tentativas de colonização no Brasil: no Rio de Janeiro (1555-67), com a França Antártica, e no Maranhão (1612-15), com a França Equinocial, ambas de curta duração. A penetração do Oriente começou no reinado de Luís XIV com a conquista de parte da Índia.
Holanda
Mesmo com uma sólida tradição mercantil, os holandeses eram dominados pela Espanha. Sua independência somente ocorreria em 1581, com o surgimento das Províncias Unidas dos Países Baixos do Norte (Holanda). A partir daí, foram criadas as Companhias de Comércio, das Índias Orientais (E.I.C.) e das Indias Ocidentais (W.I.C.), responsáveis pela penetração no bloco colonial ibérico.
Em 1626, os flamengos entraram para as Grandes Navegações e atingiram a América do Norte, onde fundaram a colônia de Nova Amsterdã, que depois de tomada pelos ingleses passou a se denominar Nova York. Entre 1624 e 1654, a W.I.C. realizou duas invasões no Nordeste brasileiro, buscando o controle da produção açucareira e, ao mesmo tempo, incursões na África portuguesa, nas Antilhas espanholas e no Oriente. Na América do Sul, em sua parte setentrional, criaram a Guiana holandesa, atual Suriname. No século XVII, os holandeses controlavam um grande império colonial, especialmente nas Índias Orientais.

sábado, 4 de janeiro de 2020

Amapá


Bandeira do Amapá
Significado da bandeira: o azul simboliza a justiça e o céu amapaense; o verde representa as matas, além da esperança, o futuro, o amor e a liberdade; o amarelo, as riquezas do subsolo; o branco, a paz; o preto é uma homenagem aos que morreram lutando pelo estado.
O Amapá é um estado brasileiro que integra a Região Norte. Seu território, localizado no extremo norte do Brasil e banhado pelo oceano Atlântico, limita-se ao sul com o Pará, a noroeste com o Suriname e, por meio do rio Oiapoque, faz fronteira com a Guiana Francesa.
Com extensão territorial de 142.814,585 quilômetros quadrados, o Amapá é o menor estado nortista. Sua área abriga 16 municípios, cuja capital é a cidade de Macapá. Conforme dados divulgados em 2010 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população estadual é composta por 668.689 habitantes, sendo a densidade demográfica de 4,6 habitantes por quilômetro quadrado. A taxa de crescimento demográfico é uma das maiores do país: 5,7% ao ano.

Localização do Amapá no mapa do Brasil
A floresta Amazônica cobre aproximadamente 90% do território amapaense, que também abriga mangues litorâneos e campos. O clima predominante é o equatorial. O relevo, por sua vez, é marcado por planície, depressão e algumas regiões de planaltos residuais. A rede hidrográfica é representada pelos rios Amazonas, Araguari, Jari, Maracá e Oiapoque.
O Amapá apresenta desenvolvimento econômico muito recente e enfrenta problemas em infraestrutura, sobretudo de transporte, comunicação e energia. O estado destaca-se por ser grande produtor de manganês, além de abrigar jazidas de ouro e caulim. Na agropecuária, os destaques são os cultivos de frutas, milho, arroz e feijão e a criação de búfalos. A pesca e o extrativismo vegetal são outras importantes atividades para a captação de recursos financeiros.
A qualidade de vida da população amapaense é a melhor da Região Norte, visto que o estado detém o maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) desse complexo regional. A taxa de mortalidade infantil é de 23,2 para cada mil nascidos vivos, estando um pouco abaixo da média nacional, que é de 23,3. O analfabetismo atinge apenas 4% dos habitantes (a média brasileira é de 10%). Porém, existe um grande déficit nos serviços de saneamento ambiental – apenas 37% das residências possuem acesso à rede de esgoto.
Confira nossos artigos sobre o Amapá e conheça mais sobre os aspectos físicos, populacionais e econômicos dessa unidade federativa do Brasil.
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terça-feira, 10 de dezembro de 2019

Criação da Petrobrás

Em maio de 1952, o projeto da Petrobras foi enviado ao plenário da Câmara dos Deputados, após ser examinado pelas comissões técnicas parlamentares. Das seis comissões, apenas duas (a de Finanças e a de Economia) o aceitaram sem restrições. A Comissão de Constituição e Justiça deu-lhe parecer favorável, apresentando porém um total de 23 emendas.
Também se encontrava em discussão outro projeto, apresentado em janeiro a título de substitutivo pelo deputado Eusébio Rocha, do PTB de São Paulo. O substitutivo de Eusébio Rocha mantinha a fórmula da empresa mista para a Petrobras, mas propunha um rígido monopólio estatal, reduzindo ao mínimo os direitos dos acionistas privados e vedando a participação de capitais estrangeiros. Em março, o substitutivo foi aprovado pela Comissão de Segurança Nacional, presidida por Artur Bernardes. Nessa mesma época, Eusébio Rocha declarou na Câmara que o presidente se manifestara plenamente favorável ao seu substitutivo.
Em 10 de maio, a direção da UDN assumiu a defesa do monopólio estatal, ingressando ativamente na luta contra o projeto da Petrobras. A surpreendente posição da UDN teve uma clara dimensão política, admitida inclusive por seus próprios deputados. "Para nós", declarou o deputado Aliomar Baleeiro, "o problema é essencialmente político." Posteriormente, Baleeiro definiu melhor a posição do partido: "Afirmamos, os deputados da UDN, que de boa-fé qualquer pessoa pode sustentar a conveniência da entrega do petróleo aos trustes, conforme as circunstâncias, claro. Fora outro o governo e tivéssemos uma fórmula nítida diante dos olhos, sim, porque não seria eu que tivesse medo dos gringos. No caso concreto, porém, nas circunstâncias atuais, diante da inexistência dessa fórmula definida, leal, a melhor solução é o Estado."
Em 12 de maio, o líder da maioria, Gustavo Capanema, apresentou - a pedido de Getúlio - um requerimento de urgência para discussão e votação do projeto da Petrobras na Câmara. O requerimento foi aceito, apesar da grande oposição da UDN, do PSB e de outras agremiações menores. Entretanto, a aceleração dos debates veio apenas demonstrar as diminutas possibilidades de aprovação do projeto governamental na Câmara.
Em 6 de junho, o deputado Bilac Pinto, presidente da UDN, apresentou um substitutivo em favor do monopólio estatal do petróleo, prevendo a criação de uma Empresa Nacional do Petróleo (Enape). O projeto foi subscrito por representantes de todos os partidos maiores, inclusive Eusébio Rocha e Artur Bernardes.
Paralelamente aos debates na Câmara, a UNE e o CEDPEN lançaram novamente a palavra de ordem "O petróleo é nosso", conseguindo mobilizar o apoio da opinião pública em favor do monopólio estatal, através de uma intensa campanha em todo o país. A campanha ganhou um indisfarçável sentido de contestação a Vargas, denunciado como "aliado do imperialismo" por comunistas, militares nacionalistas e até mesmo dirigentes do PTB.
Getúlio também procurou mobilizar a opinião pública em seu favor, lançando suspeitas sobre a posição assumida pelos udenistas e os comunistas. Em 23 de junho, em discurso pronunciado em Candeias, um dos centros de produção de petróleo da Bahia, Vargas atacou de frente os seus adversários: "É justificável a sinceridade dos que encaminham as suas preferências para outras formas jurídicas, como incompreensível a atitude tendenciosa dos que pretendem servir-se de um problema nacional para fazer jogo de oposição. Não os incluo entre os conhecidos advogados dos monopólios econômicos estrangeiros, nem entre os arautos dum falso nacionalismo que mal encobre uma filiação ideológica, visando novos imperialismos. Não é de espantar, pois, que se levantem agora uns e outros, com o objetivo de torpedear e paralisar a atual proposta governamental - os primeiros porque não têm ponta de acesso na nova organização e os últimos porque, para eles, só interessa que o petróleo seja nosso, mas... debaixo da terra."
O governo distribuiu amplamente nos meios sindicais um folheto em defesa do projeto da Petrobras, ao mesmo tempo em que medidas repressivas eram tomadas contra a campanha pelo monopólio estatal. Em junho, a polícia reprimiu a tiros um comício realizado na Cinelândia, no centro do Rio de Janeiro. O incidente de maiores implicações políticas ocorreu em julho, quando a polícia tentou impedir a realização da III Convenção Nacional de Defesa Nacional de Petróleo, convocada pelo CEDPEN. O encontro foi proibido porque deveria coincidir com a visita do secretário de Estado norte-americano Dean Acheson ao Rio de Janeiro, ou, como explicou o diretor da Divisão da Polícia Política, porque poderia "parecer um acinte às autoridades e ao governo, bem como ao ilustre hóspede". Sob os protestos da oposição parlamentar, o deputado Gustavo Capanema explicou que tinha havido um mal-entendido, pois não se cogitara da proibição. O CEDPEN realizou a convenção na data prevista e novamente condenou o projeto governamental, qualificando-o de "impatriótico e lesivo aos interesses do povo brasileiro".
Nesta altura dos acontecimentos, diante da situação criada pela campanha nacionalista, Vargas optou finalmente pelo monopólio estatal, autorizando o início das negociações interpartidárias no Congresso. O primeiro passo foi o compronissso assumido por Capanema, em nome da maioria governamental, de apoiar a emenda proposta pelo deputado Lúcio Bittencourt, do PTB de Minas Gerais, vedando a participação de acionistas estrangeiros na Petrobras.
Em 2 de setembro de 1952, o projeto da Petrobras foi aprovado em primeira discussão na Câmara, com mais de 150 emendas, entre as quais a de Lúcio Bittencourt. Remetido ao Senado demorou mais um ano para ser submetido à apreciação final do Congresso, enfrentando resistência exatamente oposta à da Câmara.
Vargas trabalhou ativamente por uma ação combinada entre a Assessoria Econômica e os senadores favoráveis ao monopólio estatal. Na defesa do projeto da Petrobras, tal como fora enviado pela Câmara, destacaram-se desde o primeiro momento os senadores Landulfo Alves, do PTB da Bahia, Kerginaldo Cavalcanti, do PSP do Rio Grande do Norte, Domingos Velasco, do PSB de Goiás, e Alberto Pasqualini, do PTB do Rio Grande do Sul.
"O presidente", relatou Jesus Soares Pereira em seu depoimento, "recomendou-me que procurasse catequizar o senador Pasqualini. Queria que fosse ele o relator do projeto na Comissão de Economia. E a propósito fez as seguintes observações: 'Estamos em divergências políticas em questões específicas do partido no Rio Grande do Sul. Mas trata-se de um homem de primeiríssima ordem. Sua adesão ao projeto seria muito valiosa. Procure-o, mas trate-o com cuidado, pois é um italiano muito desconfiado'." Pasqualini foi efetivamente o relator da Comissão de Economia, onde defendeu o projeto do governo em estreito contato com a assessoria.
A ação do governo, segundo Gabriel Cohn, visou principalmente "conter os representantes mais agressivos dos interesses voltados para a participação do setor privado na exploração do petróleo". Um desses representantes, o senador Oton Mäder, da UDN do Paraná, chegou a apresentar emenda ao projeto no sentido de favorecer a participação dos grupos privados, tanto nacionais como estrangeiros. A emenda foi apoiada pelo senador Assis Chateaubriand, do PSP da Paraíba, e recebeu parecer favorável da Comissão de Transportes, Comunicações e Obras Públicas, presidida pelo senador Napoleão Alencastro Guimarães, do PTB do Distrito Federal, que desde o início havia-se situado numa linha divergente em relação ao seu próprio partido. Em favor dessa iniciativa, o presidente da Confederação Nacional do Comércio, Brasílio Machado Neto, mobilizou as associações comerciais de vários estados do país.
Em junho de 1953, o projeto retornou à Câmara com 32 emendas, algumas das quais permitindo o completo controle da Petrobras pelos interesses privados não só nacionais como estrangeiros. Todas, porém, foram derrubadas na Câmara. Em 21 de setembro, o projeto foi aprovado em sua redação definitiva.
Em 3 de outubro de 1953, Vargas sancionou a Lei nº 2.004 que criava a Petrobras (Petróleo Brasileiro S.A.), empresa de propriedade e controle totalmente nacionais, com participação majoritária da União, encarregada de explorar, em caráter monopolista, diretamente ou por suas subsidiárias, todas as etapas da indústria petrolífera, menos a distribuição. Além de intensificar as atividades de exploração e produção de óleo cru, a Petrobras deveria também encarregar-se da administração das refinarias governamentais: uma em funcionamento, a refinaria de Mataripe, na Bahia, e outra em construção, a refinaria de Cubatão, em São Paulo, inaugurada em abril de 1955 e mais tarde denominada refinaria Presidente Bernardes.
O primeiro presidente da Petrobras, designado por Vargas em maio de 1954, seria o então coronel Juraci Magalhães que, apesar de ligado à UDN, já dera provas de colaboração com sua administração ao exercer a presidência da Cia. Vale do Rio Doce de 1951 a 1952.
Do ponto de vista dos interesses nacionais, a criação da Petrobras foi seguramente uma vitória. Símbolo do nacionalismo econômico e político de uma determinada época da história brasileira, a Petrobras iria ampliar extraordinariamente o campo de suas atividades nas décadas seguintes, tornando-se uma das maiores empresas do Brasil e do mundo.
Autoria: Andressa Fiorio

sábado, 7 de dezembro de 2019

Os povos indígenas no Brasil


Índio, um povo reprimido
Antes da chegada dos portugueses ao Brasil já existiam vários grupos indígenas habitando em nosso território, diante dessa variedade os índios brasileiros foram classificados segundo as línguas distintas, que são: Tupi, macro-jê, aruak e karib.

Observe abaixo as características das línguas e dos grupos indígenas que as falam.

Tupi: Os grupos indígenas de língua tupi eram as tribos tamoio, guarani, tupiniquim, tabajara etc. Todas essas tribos se encontravam na parte litorânea brasileira, foram os primeiros índios a ter contato com os portugueses que aqui chegaram.
Essas tribos eram especialistas em caça, eram ótimos pescadores, além de desenvolver bem a coleta de frutos.

Macro-jê: Raramente eram encontrados no litoral, com exceção de algumas tribos na serra do mar, eles eram encontrados principalmente no planalto central, neste contexto destacavam-se as tribos ou grupos: timbira, aimoré, goitacaz, carijó, carajá, bororó e botocudo.
Esses grupos indígenas viviam nas proximidades das nascentes de córregos e rios, viviam basicamente da coleta de frutos e raízes e da caça. Esses grupos só vieram ter contato com os brancos no século XVII, quando os colonizadores adentraram no interior do país.

Karib: Grupos indígenas que habitavam a região onde hoje compreende os estados do Amapá e Roraima, chamada também de baixo amazonas, as principais tribos são os atroari e vaimiri, esses eram muito agressivos e antropofágicos, isso significa que quando os índios derrotavam seus inimigos, eles os comiam acreditando que com isso poderiam absorver as qualidades daqueles que foram derrotados.
O contato dessas tribos com os brancos ocorreu no século XVII, com as missões religiosas e a dispersão do exército pelo território.

Aruak: Suas principais tribos eram aruã, pareci, cunibó, guaná e terena, estavam situados em algumas regiões da Amazônia e na ilha de Marajó, a principal atividade era os artesanatos cerâmicos.

Regiões do Brasil


O IBGE é o órgão responsável pela regionalização do Brasil
Com extensão territorial de 8.514.876,60 quilômetros quarados, o Brasil é o quinto maior país do mundo. Essa grande área está fragmentada em cinco Regiões, estabelecidas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O critério utilizado para a regionalização do país é agrupar em uma mesma Região os estados que apresentam semelhanças físicas, humanas, culturais e econômicas, facilitando, assim, o desenvolvimento de políticas públicas nas áreas de saúde, educação, meio ambiente, infraestrutura, etc.
Após várias divisões regionais do território brasileiro, a atual está em vigor desde 1970. No entanto, em 1988, outra alteração ocorreu, pois o norte do estado de Goiás se tornou Tocantins, que passou a integrar a Região Norte. Sendo assim, as cinco Regiões do país e seus respectivos estados são:

Regionalização do Brasil
Região Centro-Oeste:
Área: 1.606.371,5 km².
Estados: Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, além do Distrito Federal.
População: 14.050.340 habitantes.
Região Nordeste:
Área: 1.554.257,0 km².
Estados: Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Piauí, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe.
População: 53.078.137 habitantes.
Região Norte:
Área: 3.853.327,2 km².
Estados: Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.
População: 15.865.678 habitantes.
Região Sudeste:
Área: 924.511,3 km².
Estados: Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo.
População: 80.353.724 habitantes.
Região Sul:
Área: 576.409,6 km².
Estados: Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
População: 27.384.815 habitantes.
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Região Sul


Estados que compõem a Região Sul
Composta pelos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, a Região Sul do Brasil possui extensão territorial de 576.409,6 quilômetros quadrados, sendo a menor do país. Conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população total dessa Região é de 27.384.815 habitantes, cuja densidade demográfica é de 48,5 habitantes por quilômetro quadrado. Esses números fazem do Sul a terceira Região mais populosa (população total) e a segunda mais povoada do Brasil (relação população/área).

A diversidade étnica dessa região é muito grande. Esse território era ocupado por índios, e os fluxos migratórios de europeus se iniciaram no fim do século XIX (espanhóis, portugueses, poloneses, italianos, alemães, entre outros), além dos negros trazidos para o trabalho escravo, formando, portanto, uma população com significativa diversidade étnica. Posteriormente, os estados sulistas receberem migrantes do Paraguai, Japão e de outras unidades federativas do Brasil.

O clima foi um dos fatores que influenciou na instalação de europeus na Região Sul. O clima predominante é o temperado, responsável pelas temperaturas mais baixas registradas no Brasil durante o inverno. A única exceção é o norte do Paraná, onde se faz presente o clima tropical. A vegetação, por sua vez, sofre influência direta da temperatura, variando conforme cada região: nos locais mais frios predominam as matas de araucária e nos pampas, os campos de gramíneas.

Mata de Araucária na Região Sul
No aspecto econômico, os estados da Região Sul contribuem com 16,1% para a formação do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Sua economia tem no setor de serviços a principal atividade, responsável pela maior parte das riquezas dos estados sulistas. A indústria baseia-se nos seguimentos metalúrgico, automobilístico e têxtil.

A agricultura é outro elemento de grande destaque na economia da Região Sul. Os estados dessa Região são responsáveis por quase metade de toda a produção brasileira de grãos, com destaque para o Rio Grande do Sul. Entre os principais produtos agrícolas estão: soja, milho, arroz, feijão, trigo, tabaco, alho e cebola.
O Paraná é o estado brasileiro que possui a maior criação de suínos. O rebanho bovino do Sul corresponde a, aproximadamente, 18% do rebanho nacional.

Com Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 0,830, a Região Sul apresenta os melhores indicadores sociais do país. A taxa de mortalidade infantil, 15,6 a cada mil nascidos vivos, é a menor do país. A taxa de analfabetismo (5,5%) também é a menor entre as Regiões brasileiras; os serviços de saneamento ambiental são proporcionados à maioria das residências. Todos esses aspectos refletem na alta expectativa de vida dos sulistas: 75 anos, a média nacional é de 73 anos.

Dados dos estados sulistas:

Paraná:

Capital: Curitiba
Área: 199.316,694 km²
População: 10.439.601 habitantes
População Urbana: 85,3%
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) – 0,820.

Santa Catarina:

Capital: Florianópolis
Área: 95.703,487 km²
População: 6.249.682 habitantes
População Urbana: 84%
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH): 0,840.

Rio Grande do Sul:

Capital: Porto Alegre
Área: 268.781,896 km²
População: 10.187.798 habitantes
População Urbana: 85%
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH): 0,832.
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sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

Mato Grosso



Bandeira de Mato Grosso
Significado da bandeira: o azul representa o céu; o branco, a paz; e o verde, a extensão territorial. A estrela amarela simboliza o ideal republicano e as riquezas minerais do estado de Mato Grosso.
Situado na Região Centro-Oeste do Brasil, o território de Mato Grosso limita-se a noroeste com o Amazonas, ao norte com o Pará, a nordeste com Tocantins, a leste com Goiás, ao sul com Mato Grosso do Sul e a oeste com Rondônia e com a Bolívia.
Mato Grosso é o terceiro maior estado brasileiro em extensão territorial, ocupando uma área de 903.357, 908 quilômetros quadrados, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Porém, essa unidade federativa do país já foi maior, pois Mato Grosso e Mato Grosso do Sul formavam apenas um estado. A divisão ocorreu em 1977, quando o governo federal decretou a fragmentação territorial, alegando dificuldade em promover o desenvolvimento econômico diante da grande extensão.
De acordo com contagem populacional realizada em 2010, o estado é habitado por 3.033.991 pessoas, sendo a densidade demográfica (população relativa) de 3,3 habitantes por quilômetro quadrado – esse é o estado menos povoado do Centro-Oeste. A maioria da população reside em áreas urbanas (82%). Cuiabá, capital estadual, é a cidade mais populosa: 551.350 habitantes.

Localização de Mato Grosso no mapa do Brasil
O relevo de Mato Grosso é caracterizado por apresentar um conjunto de grandes chapadas e áreas de planícies pantaneiras, que ficam inundadas em períodos chuvosos. Com clima tropical, as vegetações predominantes são cerrado, pantanal e floresta Amazônica. O estado possui grande rede hidrográfica, com destaque para os rios Araguaia, Cuiabá, Paraguai, São Lourenço, Teles Pires e Xingu.

A economia é extremamente dependente da atividade agropecuária, que responde por 28,1% do Produto Interno Bruto (PIB) mato-grossense. O estado é grande produtor e exportador de soja, milho e algodão, além de possuir um dos maiores rebanhos bovinos do país. A agropecuária também impulsiona o setor de serviços e a indústria, que se destaca no segmento alimentício.
Mato Grosso, apesar do desenvolvimento econômico obtido nas últimas décadas, apresenta problemas socioeconômicos. A taxa de mortalidade infantil é de aproximadamente 20 para cada mil nascidos vivos; existe um grande déficit de saneamento ambiental; o índice de analfabetismo é de 9,6%.
Confira nossos artigos sobre Mato Grosso e conheça mais sobre essa unidade federativa do Brasil.
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Maranhão


Bandeira do Maranhão
Significado da bandeira: as cores vermelha, branca e preta representam, respectivamente, os índios, os brancos e os negros. A estrela branca sobre o fundo azul simboliza o estado do Maranhão no céu do Brasil.
Com área de 331,9 mil quilômetros quadrados, o Maranhão é o segundo maior estado da Região Nordeste. Seu território, banhado ao norte pelo Oceano Atlântico, faz fronteiras ao leste com o Piauí, a sudoeste com o Pará e ao norte e noroeste com o Tocantins.
De acordo com dados do Censo Demográfico de 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Maranhão é habitado por 6.569.683 de pessoas, que estão distribuídas em 217 municípios; a capital estadual é a cidade de São Luís. Assim como nos outros estados do país, a maioria dos maranhenses reside em áreas urbanas (63,1%).

Localização do Maranhão no mapa do Brasil
Com predominância de clima equatorial na porção oeste, e tropical no leste do território, a vegetação estadual é bastante diversificada, apresentando áreas de Floresta Amazônica, mata dos cocais, cerrado, campos e mangues. O relevo é caracterizado por planícies litorâneas e planalto. A hidrografia é composta pelos rios Gurupi, das Balsas, Itapecuru, Parnaíba, Tocantins, entre outros.
Com relação aos aspectos econômicos, o Maranhão tem na agropecuária uma importante fonte de receitas financeiras. O estado é grande produtor de cana-de-açúcar, soja, arroz, milho, mandioca, etc. A indústria atua nos segmentos alimentício, metalúrgico, químico, madeireiro, entre outros. A extração de minério de ferro e o turismo também contribuem para a economia.
Entre os problemas sociais estão o déficit nos serviços de saneamento ambiental, a alta taxa de mortalidade infantil (38 para cada mil nascidos vivos) e o elevado índice de analfabetismo: 19,5%.
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Savanas


Paisagem constituída por Savana (África).
Existe um grande número de paisagens naturais no mundo, as características da vegetação, por exemplo, é resultado das composições climáticas. Savana é nome dado a um tipo de cobertura vegetal constituída, em geral, por gramíneas e árvores esparsas. A topografia geralmente é plana com clima tropical, apresentando duas estações bem definidas, sendo uma chuvosa e uma seca. As Savanas ocorrem, principalmente, na zona intertropical do planeta, por esse motivo recebe uma enorme quantidade de luz solar.


A espécie de savana mais conhecida é a africana, no entanto, há outras: savanas tropicais (africana), savanas subtropicais, savanas temperadas, savanas mediterrâneas, savanas pantanosas e savanas montanhosas.

As savanas do tipo tropical e subtropical são encontras em todos os continentes, apresentando duas estações bem definidas (uma quente e outra chuvosa). Os solos dessas áreas são relativamente férteis, neles se fixam gramíneas, geralmente desprovidas de árvores. A África possui savanas com esses aspectos, com destaque para as do Serengueti.

Savana
Savanas temperadas são identificadas em médias latitudes e em todos os continentes, são influenciadas pelo clima temperado, cujo verão é relativamente úmido e o inverno seco. A vegetação é constituída por gramíneas.

Savanas mediterrâneas são vegetações que ocorrem em regiões de clima mediterrâneo. Nessas áreas o solo é pobre, germinando sobre a superfície arbustos e árvores de pequeno porte, essa composição corre sério risco de extinguir diante da constante intervenção humana, principalmente pela extração de lenha, criação de animais, agricultura, urbanização e etc.

Savanas pantanosas são composições vegetativas que ocorrem tanto em regiões de clima tropical como subtropical dos cinco continentes. Esse tipo de savana sofre inundações periódicas.

Savanas montanhosas é um tipo de vegetação que ocorre fundamentalmente em zonas alpinas e subalpinas em distintos lugares do globo, em razão do isolamento geográfico, abriga espécies endêmicas.
Por Eduardo de Freitas

Floresta Mediterrânea


Área de vegetação Mediterrânea.
As regiões mediterrâneas apresentam uma composição climática em que a estação do verão é seca e o inverno, chuvoso.
As características climáticas citadas favorecem a formação de uma vegetação composta por pequenas árvores distanciadas umas das outras. Os troncos são largos e com poucas folhas para uma melhor adaptação à condição um tanto quanto árida. Apesar das afirmações acima, quase não existem áreas originais desse tipo de composição vegetativa.
A vegetação mediterrânea é possível de ser encontrada em pontos isolados da Califórnia (Estados Unidos), Chile, África do Sul e também da Austrália, no entanto, a maior concentração está localizada no sul da Europa. As florestas originais foram substituídas por plantações de oliveira e videiras.
Essa vegetação é composta basicamente por três tamanhos, sendo um arbóreo, um arbustivo e um herbáceo. Na composição faunística é possível encontrar veados, coelhos, aves e insetos.
A vegetação Mediterrânea, no caso específico do sul da Europa, é constituída por xerófilas, plantas resistentes a longos períodos de estiagem como os maquis e os garrigues.
Essa distinção era mais evidente quando ambas se encontravam em sua forma original e ocupavam quase todo o continente europeu. O que ocasionou o desaparecimento de grande parte dessas vegetações foi a ocupação do espaço geográfico para atividade agropecuária, ocupação urbana e industrial, de forma que a vegetação original foi restringida profundamente.
Por Eduardo de Freitas
Graduação em Geografia