sábado, 2 de maio de 2020

Operações da Lógica Proposicional

Nesta seção, serão enfocadas as operações utilizadas na Lógica Proposicional. No entanto, para cumprir esteobjetivo, é necessário que se entenda o que é Lógica.
Investigando a literatura sobre o assunto é possível inferir que existem muitas definições para a palavra Lógica. Em todas as definições, faz – se referência ao Estudo das leis do pensamento ou termos semelhantes. Para representar as mais variadas definições, observe – se que define COPI (1977, p 15): “ Lógica é uma ciência do raciocínio”. Em outras palavras, como o raciocínio se estrutura e se fundamenta enquanto formação de uma rede semântica própria.
Esta formação de redes semânticas, e suas mais variadas formas de apresentação, requerem um conjunto de símbolos que convertem a expressão falada em símbolos anteriormente sistematizados.
Para que esta conversão ocorra, são necessárias algumas convenções simbólicas que vêm expressar raciocínio que seriam expressos na linguagem falada. Uma parte destas convenções são as chamadas Operações da Lógica Proposicional.
Chama-se Lógica Proposicional por que está fundamentada em Proposições. A lógica Proposicional pretende estudar as proposições declarativas simples, isto é, proposições que são os elementos básicos de transmissão do conhecimento humano.
Pode-se entender Proposição como sendo “todo conjunto de palavras ou símbolos que exprimem um pensamento em sentido completo”.( FILHO, 2002, p. 11). A combinação de proposições retornam resultados verdadeiros ou falsos.
As operações anteriormente citadas serão objetos de análise a seguir.

1 Conjunção ( ˄ )

Chama – se de conjunção à uma conclusão lógica verdadeira quando as duas premissas são verdadeiras. Nos demais casos, retornam – se resultados falsos. Genericamente, chamar – se – ão proposições as letras p e q. Sendo assim, se p e q são proposições, p ^ q representa a conjunção entre as duas proposições. Assim, têm – se os seguintes resultados possíveis:
Tabela 1 – Tabela Verdade – Conjunções
p
q
p ^ q
V
V
V
V
F
F
F
V
F
F
F
F
Fonte:  FILHO, 2002, p. 12
Exemplo de conjunção:
‘Maria foi à uma loja e pediu para ver saias pretas e brancas’. Neste exemplo, caso o e no termo “pretas e brancas” tiver sentido conjuntivo, podemos inferir que ao chegar à loja, Maria queria ver saias que teriam em sua estampa as cores preta e branca frisadas ou dispostas de alguma outra forma.

2 Disjunção ( ˅ )

A disjunção de duas proposições p e q retorna um valor lógico verdadeiro quando, pelo menos uma das duas premissas, for verdadeira. Quando ambas são falsas, o valor lógico atribuído à disjunção será falso.
Com isso, tem – se a seguinte tabela verdade:
Tabela 2 – Tabela Verdade – Disjunções
p
q
p ˅ q
V
V
V
V
F
V
F
V
V
F
F
F
Fonte:  FILHO, 2002, p. 13
Exemplo de disjunção:
‘O Joaquim é português ou brasileiro’. Esta expressão pode ser entendida de duas maneiras: o sentido, se for exclusivo, significa Joaquim tanto pode ser português como brasileiro, mas não possui as duas nacionalidades. Caso contrário, em se tratando do sentido inclusivo, Joaquim pode ser português, brasileiro, ou ter as duas nacionalidades.

3 Disjunção Exclusiva ( v )

Neste caso, retorna – se um valor lógico verdadeiro somente quando uma das duas é verdadeira. O fato de ambas ( p e q ) serem verdadeiras, o valor lógico da Disjunção Exclusiva retornará um valor falso. A tabela verdade, neste caso, tem o seguinte padrão:
Tabela 3 – Tabela Verdade – Disjunções Exclusivas
p
q
 q
V
V
F
V
F
V
F
V
V
F
F
F
Fonte:  FILHO, 2002, p. 13
Exemplo de Disjunção Exclusiva:
‘José ou é filho de Armando ou é filho de Leandro’. A disjunção é exclusiva por que José não pode ser filho de ambos simultaneamente. Caso seja filho de um, não o será do outro.

4 Condicional (→)

A condicional retorna um valor lógico falso quando p é verdadeiro e q for falso quando p e q estão dispostos na seguinte ordem: p → q (se p então q). p é o termo antecedente e q o consequante. O siímbolo → chama – se implicação. Para este caso, tem – se a seguinte tabela verdade:
Tabela 4 – Tabela Verdade – Condicionais
p
q
q
V
V
V
V
F
F
F
V
V
F
F
V
Fonte:  FILHO, 2002, p. 22

5 Bicondicional (↔)

A bicondicional retorna um valor lógico verdadeiro quando p e q são verdadeiros ou quando p e q forem falsos.  Nos demais casos, têm – se valores lógicos falsos. A seguinte tabela verdade, para este caso, é a seguinte:
Tabela 5 – Tabela Verdade – Bicondicionais
p
q
q
V
V
V
V
F
F
F
V
F
F
F
V
Exemplo de Bicondicional:
‘O açúcar é doce, se e somente se o Brasil está na América do Sul’. Neste caso, teremos um valor lógico verdadeiro uma vez que a primeira proposição é verdadeira e a segunda também é verdadeira. Em qualquer sentido que a expressão seja tratada, o valor lógico é o mesmo.

6 Negação (~)

Chama – se negação a proposição representada por ‘não p’ que apresenta valor lógico verdadeiro quando p é falsa e valor lógico falso quando p é verdadeira.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS. 
COPI, I. M. Introdução à Lógica. São Paulo. Mestre Jou, 1977
FILHO, E. A. Introdução à Lógica Matemática. São Paulo. Nobel, 2002

Triângulo equilátero inscrito numa circunferência

Professor de Matemática Antonio Carlos Carneiro Barroso
Colégio Estadual Dinah Gonçalves
email accbarroso@hotmail.com



O uso da geometria plana, das suas definições, conceitos e fórmulas é muito comum em diversas situações cotidianas. Diariamente nos envolvemos com situações em que a geometria se faz presente, como o cálculo de comprimentos, áreas, medidas de ângulos e outras. É um dos ramos da matemática que mais apresenta aplicações na vida prática, portanto, fundamental é conhecer, compreender e aplicar suas fórmulas na resolução de situações-problema.

Vejamos como podemos determinar a área de um triângulo equilátero inscrito numa circunferência de raio r em função da medida do raio.

Considere um triângulo equilátero de lado l, inscrito numa circunferência de raio r, como mostra a figura.
Onde a é o apótema do triângulo equilátero.

O centro C da circunferência é o ortocentro e baricentro do triângulo equilátero. Logo, seu comprimento equivale a 1/3 do valor da altura do triângulo. Ou seja,
Dessa forma, podemos constatar, também, que o raio r equivale a 2/3 do valor da altura do triângulo. Assim, podemos escrever:
Verificamos também que o apótema equivale à metade do valor do raio da circunferência. Ou seja:
Sabemos que a área de qualquer triângulo é dada por:

A = base x altura

Para o triângulo equilátero, sabemos que:

Logo, a área do triângulo equilátero será:
Nosso objetivo é determinar a área do triângulo equilátero em função do raio da circunferência. Temos que:
Daí, obtemos a seguinte igualdade:
Dessa forma, a área do triângulo equilátero inscrito numa circunferência, em função do raio r, será:
Vejamos alguns exemplos de aplicação.

Exemplo 1. Determine a área de um triângulo equilátero inscrito numa circunferência de 8 cm de raio.

Solução: Pelo enunciado, temos que r = 8 cm. A área do triângulo equilátero inscrito numa circunferência pode ser obtida conhecendo-se somente o valor do raio. Segue que:
Exemplo 2. Um triângulo equilátero com lados medindo 10 cm está inscrito numa circunferência de raio r. Calcule a área dessa circunferência.

Solução: Para determinar a área da circunferência precisamos conhecer a medida de seu raio. Como sabemos a medida do lado do triângulo equilátero, podemos obter o valor de r pela fórmula:
Por Marcelo Rigonatto
Especialista em Estatística e Modelagem Matemática

Planejamento de Biologia 1º ano autor Antonio Carlos carneiro Barroso 2016


Colégio Estadual Dinah Gonçalves
Professor Antonio Carlos Carneiro Barroso
Turno
Série 1º Ano
Ano
Unidade
Bibliografia
Biologia
José Luiz Soares
FTD
Planejamento
Anual
2016

Conteúdos
Objetivos
Metodologias
Avaliação
1. Ecologia:
a. Níveis de organização
b. População, comunidade,
biosfera, biomas.
c. Hábitat e nicho ecológico.
d. Níveis tróficos
e. Cadeias e teias
alimentares.
f. Fluxo de energia e
matéria.
g. Pirâmides ecológicas.
h. Produtividade nos
ecossistemas
i. Ciclos biogeoquímicos
Ecologia:
Sucessão ecológica
Dinâmica de populações
Relações ecológicas
1. Ecologia
Desequilíbrios ambientais
Biomas
Citologia
Composição química celular
Envoltórios celulares
Citoplasma – organelas
Núcleo celular
Divisão celular
Gametogênese
Identificar os níveis de organização: população, comunidade, ecossistemas, biomas
e biosfera.
Reconhecer o ecossistema como ambiente básico de interação entre os seres vivos .
Conceituar espécie, população e de comunidade.
Conceituar nicho ecológico e hábitat.
Identificar o papel biológico, econômico e social dos microorganismos na ciclagem
de nutrientes.
Descrever os fluxos de matéria e energia.
Descrever os ciclos da água, nitrogênio, oxigênio e carbono , relacionando-os com
atividades antrópicas geradoras de desequilíbrios ambientais.
Relacionar a ciclagem da matéria à respiração aeróbia, fermentação , fotossíntese e
quimiossíntese.
Relacionar os sistemas à capacidade de absorver, sintetizar, armazenar e empregar
energia.
Relacionar o Princípio da conservação de energia com os fenômenos naturais.
Associar os processos bioquímicos respiração celular aeróbia e a fermentação com
obtenção de energia.
Diferenciar cadeias e teias alimentares.
Identificar os níveis tróficos a partir de cadeias e teias alimentares exemplificadas.
Caracterizar os fluxos de energia e matéria em um ecossistema.
Relacionar o fluxo de energia e matéria às pirâmides de energia e matéria.
Identificar as pirâmides de energia, matéria e número em um ecossistema.
Relacionar os mecanismos de respiração celular à produtividade primária bruta e
líquida.
Compreender a importância ecológica dos microrganismos e sua participação nos
ciclos biogeoquímicos.
Compreender o processo cíclico da matéria dentro dos ecossistemas e o fluxo de
energia tendo referência os ciclos do nitrogênio, água, carbono e oxigênio.
Reconhecer a importância das interações entre os seres vivos na manutenção dos
ecossistemas.
Identificar o papel das interações sociais na manutenção dos grupos humanos.
Reconhecer o ecossistema como ambiente básico de interação entre os seres vivos.
Descrever os ciclos da água, nitrogênio, oxigênio e carbono, relacionando-os com
atividades antrópicas geradoras de desequilíbrios ambientais.
Perceber as vantagens e inconveniências da utilização de energia renováveis e nãorenováveis.
Compreender os mecanismos relacionados com a dinâmica de populações.
Relacionar o estudo da dinâmica de populações à análise de gráficos.
Descrever o bioma cerrado com suas fitofisionomias.
Descrever os processos de desequilíbrio ambiental relacionados com o bioma
cerrado.
Identificar o homem como agente desencadeador da perda do equilíbrio de
ecossistemas nos diferentes biomas.
Relacionar as taxas de mortalidade/natalidade e migração com a densidade
demográfica.
Efetuar cálculos de densidade populacional.
Descrever as séries de alterações nas comunidades ao longo de uma sucessão
ecológica.
Identificar os principais desequilíbrios ambientais relacionando-os com as atividades
antrópicas.
Diferenciar células procariontes e eucariontes.
Compreender a estrutura viral e a dificuldade de classificação dos vírus.
Identificar o papel biológico das principais substâncias químicas que compõem a
célula.
Descrever o modelo de Singer e Nicholson para a membrana plasmática.
Diferenciar transporte ativo e passivo.
Relacionar os diferentes tipos de transporte aos fenômenos celulares.
Identificar, por meio de esquemas, os diferentes organelas citoplasmáticos.
Identificar as funções das organelas citoplasmáticas.
Relacionar os componentes do núcleo com o controle do metabolismo celular.
Diferenciar cromatina e cromossomo.
Relacionar a interfase, com suas subfases, ao comportamento do material genético.
Identificar a importância da mitose e meiose.
Aula Expositiva
Através da participação do aluno
Na resolução de exercícios
Freqüência
Participação nos debates
Teste
Prova
Lista de exercícios

Planejamento de Biologia 2º ano autor Antonio Carlos carneiro Barroso


Colégio Estadual Dinah Gonçalves
Professor Antonio Carlos Carneiro Barroso
Turno
Série 2º ano
Ano
Unidade
Bibliografia
Biologia José Luiz Soares
FTD
Planejamento
Anual
2016

Conteúdos
Objetivos
Metodologias
Avaliação
Classificação e
diversidade dos
seres vivos.
2. Vírus e viroses.
3. Reino Monera:
Seres procariontes.
4. Reino Protoctista:
algas e
protozoários
5. Reino Fungi
Reino Plantae
- Classificação e
critérios
taxonômicos
- Processo de
conquista do meio
terrestre
- Criptógamos
o Briófitas
�� Estrutura
�� Historia natural
�� Ciclo
reprodutivo
o Pteridófitas
�� Estrutura
�� Historia natural
�� Ciclo
Reprodutivo
Gimnospermas
�� Estrutura
�� Historia natural
�� Ciclo reprodutivo
�� Coníferas
�� Representantes
o Angiospermas
�� Estrutura
�� Historia natural
�� Ciclo reprodutivo
�� Monocotiledôneas
�� Dicotiledôneas
Morfologia
�� Anatomia
�� Histologia
�� Fisiologia
�� Plantas medicinais
Reino Animalia
- Classificação e critérios
taxonômicos
- Arvore filogenética
o Filo Porifera
�� Características gerais
�� Fisiologia
�� Aplicabilidades
Filo Cnidaria
�� Características gerais
�� Fisiologia
�� Aplicabilidades
�� Principais Classes:
Hidrozoários,
Cifozoários,
Antozoários
o Filo Platyhelminthes
�� Características gerais
�� Fisiologia
�� Aplicabilidades
�� Esquistossomose
�� Teníase
o Filo Nemathelminthes
�� Características gerais
�� Fisiologia
�� Aplicabilidades
�� Ascaridíase
�� Ancilostomose
�� Elefantíase
Filo Mollusca
�� Características gerais
�� Fisiologia
�� Aplicabilidades
�� Principais Classes:
Gastrópodes, Bivalves,
Cefalópodes
o Filo Annelida
�� Características gerais
�� Fisiologia
�� Aplicabilidades
�� Principais Classes:
Oligoquetos, Poliquetos,
Hirudíneos
o Filo Arthropoda
�� Características gerais
�� Fisiologia
�� Aplicabilidades
�� Principais Classes: Insetos,
Crustáceos, Aracnídeos,
Quilópodes, Diplópodes
o Filo Echinodermata
�� Características gerais
�� Fisiologia
�� Aplicabilidades
�� Principais classes
Sistema Nervoso
- Central
- Periférico
- Autônomo
Drogas
- Conceito de saúde
- Dependência
- Tolerância
- Síndrome de abstinência
- Aspectos psicossociais
- Legislação penal
- Drogas depressoras
- Drogas estimulantes
Justificar e explicar as regras que regem a nomenclatura dos nomes científicos.
Conceituar as características taxonômicas e enumerar os cinco reinos da natureza
correlacionando-os ao processo evolutivo dos seres vivos.
Conceituar vírus e explicar por que, ainda hoje, não foram classificados num dos cinco
reinos.
Diferenciar e demonstrar, esquematicamente, a estrutura viral.
Identificar e exemplificar os vírus patogênicos para o homem.
Conceituar, classificar, descrever e justificar a estrutura e as características destes
organismos.
Reconhecer e exemplificar as bactérias patogênicas e úteis para o homem.
Descrever como ocorre o processo de resistência destes organismos em relação aos
antibióticos, associando com a automedicação.
Conceitua, classificar, descrever, identificar e justificar a estrutura e as características
destes dos protozoários, algas uni e pluricelulares
Reconhecer e enumerar as protozooses humanas, seu modo de transmissão e profilaxia.
Reconhecer e informar a importância econômica das algas.
Identificar e relacionar as características evolutivas dos seres vivos pertencentes ao reino
Protista
Desenvolver a importância do aprendizado das estruturas das plantas.
Formar o pensamento evolutivo no aluno através do processo de saída das plantas da
água.
Compreender a taxonomia das plantas e os critérios sistemáticos.
Analisar as aquisições morfológicas de cada grupo de plantas.
Aprender a anatomia, histologia e fisiologia das angiospermas.
Estimular o aluno a conhecer as plantas medicinais e suas aplicabilidades.
Conhecer as principais plantas medicinais do Cerrado.
Compreender a taxonomia dos animais e os critérios sistemáticos.
Compreender a estrutura dos animais e correlacioná-la com a taxonomia do
grupo.
Observar as importâncias dos animais na vida humana.
Desenvolver a importância do aprendizado das estruturas dos animais.
Formar o pensamento evolutivo no aluno através do processo de aquisições
evolutivas e embriológicas dos animais.
Analisar as aquisições morfológicas de cada grupo de animais.
Aprender a anatomia, histologia e fisiologia dos diferentes filos de animais.
Estimular o aluno a conhecer as verminoses e sua implicabilidade social.
Entender a importância dos artrópodes na natureza e na vida humana.
Reconhecer os artrópodes vetores de doenças.
Identificar os invertebrados utilizados na alimentação humana e sua
importância econômica.
Conhecer os principais tipos de peixes e sua utilização pela espécie humana.
Entender o processo de saída dos vertebrados da água.
Observar a importância do estudo dos venenos de anfíbios e répteis.
Analisar as importâncias das aves na vida humana.
Encontrar-se na escala evolutiva dentro da classe dos mamíferos.
Compreender a variedade e estrutura dos diferentes tipos de tecidos.
Observar a importância dos tecidos na vida humana.
Estimular o aprendizado da reprodução do homem.
Aprender as diferentes fases da embriologia humana.
Estimular o aluno a conhecer as relações sociais da gravidez, parto e aborto.
Entender a relevância das doenças sexualmente transmissíveis.
Reconhecer e identificar as diferentes partes do sistema nervoso.
Conhecer os principais tipos de drogas e sua implicabilidade social
Aula Expositiva
Através da participação do aluno
Na resolução de exercícios
Freqüência
Participação nos debates
Teste
Prova
Lista de exercícios

sábado, 25 de abril de 2020

Funções da Linguagem e Comunicação

Colégio Estadual Dinah Gonçalves
email accbarroso@hotmail.com
         



Quando um poeta descreve a Lua, suas impressões se dispõem de maneira especial, conforme a subjetividade de suas sensações. Quando um cientista descreve o mesmo objeto, submete-o à interpretação informativa, impessoal e científica. Assim, a Lua, que para o poeta seria “uma inspiração romântica”, para o cientista é “o satélite natural da Terra”.
Dessa forma, temos as funções da linguagem que apontam o direcionamento da mensagem para um ou mais elementos do circuito da comunicação.
Qualquer produção discursiva, lingüística (oral ou escrita) ou extralingüística (pintura, música, fotografia, propaganda, cinema, teatro etc.) apresenta funções da linguagem.
1. Elementos da comunicação
Ao elaborarmos uma redação, precisamos ter em mente que estamos escrevendo para alguém. Enquanto a redação literária destina-se à publicação em jornal, livro ou revista, e seu público é geralmente heterogêneo, a redação para vestibular tem em vista selecionar os candidatos cuja habilidade discursiva toma-os aptos a ingressar na vida acadêmica.
Seja um texto literário ou escolar, a redação sempre apresenta alguém que o escreve, o emissor, e alguém que o lê, o receptor. O que o emissor escreve é a mensagem. O elemento que conduz o discurso para o receptor é o canal (no nosso caso, o canal é o papel). Os fatos, os objetos ou imagens, os juízos ou raciocínios que o emissor expõe ou sobre os quais discorre constituem o referente. A língua que o emissor utiliza (no nosso caso, obrigatoriamente, a língua portuguesa) constitui o código.
Assim, através de um canal, o emissor transmite ao receptor, em um código comum, uma mensagem, que se reporta a um contexto ou referente.
Nesse mecanismo, temos:
Num CONTEXTO,
o EMISSOR (codificador) elabora uma MENSAGEM,
através de um CÓDIGO,
veiculada por um CANAL
para um RECEPTOR (decodificador).

2. Funções da linguagem
A ênfase num elemento do circuito de comunicação determina a função de linguagem que lhe corresponde:
ELEMENTO
FUNÇÃO
contexto
referencial
emissor
emotiva
receptor
conativa
canal
fática
mensagem
poética
código
metalingüística
Cada um desses seis elementos determina uma função de linguagem. Raramente se encontram mensagens em que haja apenas uma; na maioria das vezes o que ocorre é uma hierarquia de funções em que predomina ora uma, ora outra. Observe este trecho:
Escrever é triste. Impede a conjugação de tantos outros verbos. Os dedos sobre o teclado, as letras se reunindo com maior ou menor velocidade, mas com igual indiferença pelo que vão dizendo, enquanto lá fora a vida estoura não só em bombas como também em dádivas de toda natureza, inclusive a simples claridade da hora, vedada a você, que está de olho na maquininha. O mundo deixa de ser realidade quente para se reduzir a marginália, purê de palavras, reflexos no espelho (infiel) do dicionário.
(Carlos Drummond de Andrade)
No exemplo acima, predomina a função metalingüística (volta-se para a própria produção discursiva) e a poética (produz efeito estético através da linguagem metafórica); porém, menos evidentes, aparecem as funções referencial (evidencia o assunto) e emotiva (revela emoções do emissor).
A classificação das funções da linguagem depende das relações estabelecidas entre elas e os elementos do circuito da comunicação. Esquematicamente, temos:
Elementos da comunicação
Função referencial ou denotativa
Certamente a mais comum e mais usada no dia-adia, a função referencial ou informativa, também chamada denotativa ou cognitiva, privilegia o contexto. Ela evidencia o assunto, o objeto, os fatos, os juízos. É a linguagem da comunicação. Faz referência a um contexto, ou seja, a uma informação sem qualquer envolvimento de quem a produz ou de quem a recebe. Não há preocupação com estilo; sua intenção é unicamente informar. E a linguagem das redações escolares, principalmente das .dissertações, das narrações não- fictícias e das descrições objetivas. Caracteriza também o discurso científico, o jornalístico e a correspondência comercial. Exemplo:
Todo brasileiro tem direito à aposentadoria. Mas nem todos têm direitos iguais. Um milhão e meio de funcionários públicos, aposentados por regimes especiais, consomem mais recursos do que os quinze milhões de trabalhadores aposentados pelo INSS. Enquanto a média dos benefícios aos aposentados do INSS é de 2,1 salários mínimos, nos regimes especiais tem gente que ganha mais de 100 salários mínimos.
(Programa Nacional de Desestatização)
Função emotiva ou expressiva
Quando há ênfase no emissor (lª pessoa) e na expressão direta de suas emoções e atitudes, temos a função emotiva, também chamada expressiva ou de exteriorização psíquica. Ela é lingüisticamente representada por interjeições, adjetivos, signos de pontuação (tais como exclamações, reticências) e agressão verbal (insultos, termos de baixo calão), que representam a marca subjetiva de quem fala. Exemplo:
Oh? como és linda, mulher que passas
Que me sacias e suplicias
Dentro das noites, dentro dos dias?

(Vinícius de Moraes)
Observe que em “Luís, você é mesmo um burro!”, a frase perde seu caráter informativo (já que Luís não é uma pessoa transformada em animal) e enfatiza o emotivo, pois revela o estado emocional do emissor..
As canções populares amorosas, as novelas e qualquer expressão artística que deixe transparecer o estado emocional do emissor também pertencem à função emotiva. Exemplos:
E aí me dá uma inveja dessa gente...
(Chico Buarque)
Não adianta nem tentar
Me esquecer
Durante muito tempo em sua vida
Eu vou viver

(Roberto Carlos & Erasmo Carlos)
Sinto que viver é inevitável. Posso na primavera ficar horas sentada fl1mando, apenas sendo. Ser às vezes sangra. Mas não há como não sangrar pois é no sangue que sinto a primavera. Dói. A primavera me dá coisas. Dá do que viver E sinto que um dia na primavera é que vou morrer De amor pungente e coração enfraquecido.
(Clarice Lispector)

Função conativa ou de apelo
A função conativa é aquela que busca mobilizar a atenção do receptor, produzindo um apelo ou uma ordem. Pode ser volitiva, revelando assim uma vontade (“Por favor, eu gostaria que você se retirasse.”), ou imperativa, que é a característica fundamental da propaganda. Encontra no vocativo e no imperativo sua expressão gramatical mais autêntica. Exemplos:
Antônio, venha cá!
Compre um e leve três.
Beba Coca-Cola.
Se o terreno é difícil, use uma solução inteligente:
Mercedes-Benz.
Função fática
Se a ênfase está no canal, para checar sua recepção ou para manter a conexão entre os falantes, temos a função fática. Nas fórmulas ritualizadas da comunicação, os recursos fáticos são comuns. Exemplos:
Bom-dia!
Oi, tudo bem?
Ah, é!
Huin... hum...
Alô, quem fala?
Hã, o quê?
Observe os recursos fáticos que, embora característicos da linguagem oral, ganham expressividade na música:
Alô, alô marciano
Aqui quem fala é da Terra.

(Rita Lee & Roberto de Carvalho)
Blá, Blá, Blá, Blá, Blá
Blá, Blá, Blá, Blá
Ti, Ti, Ti, Ti, Ti,
Ti, Ti, Ti, Ti
Tá tudo muito bom, bom!
Tá tudo muito bem, bem!

(Evandro Mesquita)
Atente para o fato de que o uso excessivo dos recursos fáticos denota carência vocabular, já que des
titui a mensagem de carga semântica, mantendo apenas a comunicação, sem traduzir informação. Exemplo:
— Você gostou dos contos de Machado?
— Só, meu. Valeu.
Função metalingüística
A função metalingüística visa à tradução do código ou à elaboração do discurso, seja ele lingüístico (a escrita ou a oralidade), seja extralingüístico (música, cinema, pintura, gestualidade etc. — chamados códigos complexos). Assim, é a mensagem que fala de sua própria produção discursiva. Um livro convertido em filme apresenta um processo de metalinguagem, uma pintura que mostra o próprio artista executando a tela, um poema que fala do ato de escrever, um conto ou romance que discorre sobre a própria linguagem etc. são igualmente metalingüísticos. O dicionário é metalingüístico por excelência. Exemplos:
— Foi assim que sempre se fez. A literatura é a literatura, Seu Paulo. A gente discute, briga, trata de negócios naturalmente, mas arranjar palavras com tinta é outra coisa. Se eu fosse escrever como falo, ninguém me lia.
(Graciliano Ramos)
Lutar com palavras é a luta mais vã. Entanto lutamos mal rompe a manhã.
(Carlos Drummond de Andrade)

A palavra é o homem mesmo, Estamos feitos de palavras. Elas são a única realidade ou, ao menos, o único testemunho de nossa realidade.

(Octávio Paz)
“Anuncie seu produto: a propaganda é a arma do negócio.” Nesse exemplo, temos a função metalingüística (a propaganda fala do ato de anunciar), a conativa (a expressão aliciante do verbo anunciar no imperativo) e a poética (na renovação de um clichê, conferindo-lhe um efeito especial).
Função poética
Quando a mensagem se volta para seu processo de estruturação, para os seus próprios constituintes, tendo em vista produzir um efeito estético, através de desvios da norma ou de combinatórias inovadoras da linguagem, temos a função poética, que pode ocorrer num texto em prosa ou em verso, ou ainda na fotografia, na música, no teatro, no cinema, na pintura, enfim, em qualquer modalidade discursiva que apresente uma maneira especial de elaborar o código, de trabalhar a palavra. Exemplos:
Que não há forma de pensar ou crer
De imaginar sonhar ou de sentir
Nem rasgo de loucura
Que ouse pôr a alma humana frente a frente
Com isso que uma vez visto e sentido
Me mudou, qual ao universo o sol
Falhasse súbito, sem duração
No acabar..

(Fernando Pessoa)
Observe, entretanto, que o discurso desviatório necessita de um contexto para produzir sensação estética, como no poema abaixo, cujo nonsense é altamente poético no contexto de Alice no País das Maravilhas:
Pois então tu mataste o Jaguadarte!
Vem aos meus braços, homenino meu!
Oh dia fremular! Bravooh! Bravarte!
Ele se ria jubileu.
Era briluz. As lesmolisas touvas
Roldavam e relvian nos gramilvos.
Estavam mimsicais as pintalouvas
E os momirratos davam grilvos.

(Lewis Carrol, traduzido por Augusto de Campos.)
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