A Guerra do Paraguai: um conflito marcado por diversos conflitos e muita violência.
Nesse meio tempo, o presidente paraguaio Jose Gaspar Francia, entre os anos de 1813 e 1840, instituiu um governo autoritário em seu país. Para superar os entraves do escoamento, Francia começou a intervir diretamente nas questões econômicas do país. Além disso, procurou reorganizar o cenário econômico paraguaio realizando uma reforma agrária e aprimorando os níveis de educação da população. Depois de sua morte, Francisco Solano Lopez assume o controle do governo paraguaio.
Empregando uma política continuísta, Lopez buscou dar mais força a autônoma economia paraguaia. Recursos públicos foram utilizados para a criação de fábricas e a produção agrícola era acompanhada de perto pelo governo. No ano de 1852, o governo paraguaio conseguiu ter sua independência reconhecida pelos argentinos e conquistou o direito de navegação na Bacia da Prata. Nesse contento, mais precisamente três anos antes, o equilíbrio entre as nações dessa região passou por uma grave crise.
No ano de 1839, o governo argentino, então liderado por Juan Manoel Rosas, firmou uma acordo de cooperação com o governo uruguaio. Entre outros pontos, a aproximação entre Argentina e Uruguai poderia abrir portas para a deflagração de um movimento de reconstituição do antigo Vice Reinado da Prata. Sentindo-se ameaçado, o governo brasileiro resolveu declarar guerra contra os argentinos com o apoio paraguaio, em 1851. Com a vitória das forças brasileiras, o equilíbrio político e a livre navegação seriam preservados.
Depois de conter os interesses dos argentinos, Francisco Solano Lopez pretendia aproveitar a equação entre as forças políticas sul-americanas para instalar um projeto de expansão dos limites territoriais paraguaios. Em 1864, o Brasil se envolvia em uma série de confrontos que visavam desestabilizar o projeto expansionista do partido blanco uruguaio. A esquadra brasileira havia bloqueado a capital Montevidéu, quando Solano Lopez resolveu tomar partido contra os brasileiros.
O presidente paraguaio ordenou o aprisionamento do navio brasileiro Marquês de Olinda, que transportava o presidente provincial do Mato Grosso. Além disso, Lopez decretou o fim das relações diplomáticas entre Brasil e Paraguai; e enviou tropas incumbidas de invadir a região do Mato Grosso. A partir desse primeiro movimento, deu-se início à Guerra do Paraguai Dando continuidade à sua ofensiva, Lopez ordenou a ocupação da província argentina de Corrientes.
Esse primeiro passo dos paraguaios visava controlar uma grande porção do território argentino controlada pelo fazendeiro Justo Urquiza. No entanto, Urquiza estabeleceu aliança com o presidente argentino Bartolomeu Mitre, enquanto o Brasil garantiu a vitória política do partido uruguaio colorado, que apoiava o governo brasileiro. Com a aliança entre Brasil e Uruguai, e a unificação de forças dentro da argentina a oposição ao projeto expansionista paraguaio ganhou tremenda força.
Dessa forma, em maio de 1865, os governos brasileiro, argentino e uruguaio uniram força contra o Paraguai no Tratado da Tríplice Aliança. Sem nenhum tipo de apoio político externo, o presidente Lopez avançou as tropas paraguaias rumo ao Rio Grande do Sul. Depois de algumas pequenas vitórias, as tropas uruguaias sofreram um duro golpe dos brasileiros na Batalha do Riachuelo. Com essa vitória, a Tríplice Aliança tinha condições de bater o Paraguai.
Ao longo dos cinco anos subseqüentes, as tropas da Tríplice Aliança conseguiram anular a ofensiva do exército paraguaio. Somente em março de 1870, na Batalha de Cerro Corá, que o Paraguai veio a oficializar a sua derrota no conflito. O desgaste provocado pela guerra trouxe prejuízos astronômicos para a nação paraguaia. De acordo com algumas estimativas, depois da guerra, a população masculina paraguaia reduziu-se em mais de noventa por cento. Na Tríplice Aliança, a vitória militar custou a contração de pesados empréstimos com a Inglaterra.
Por Rainer Sousa
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