Galileu, o marqueteiro
Rainer Sousa
Galileu valeu-se de sua astúcia para promover a carreira e salvar a própria vida.
Quando pensamos em alguns nomes importantes do movimento renascentista, Galileu Galilei é logo relembrado pelos amantes das ciências astronômicas e exatas. Em uma época em que as verdades eclesiásticas não poderiam ser afrontadas, esse brilhante estudioso comprovou que o Sol ocupava uma posição central em relação à Terra e que o nosso planeta girava em torno desta mesma estrela. Por meio dessas teses, ele acabou sendo colocado como um dos mais importantes nomes da Física moderna.
Ao encarar ou imaginar uma figura como Galileu, muitos se deixam levar por antigos clichês que definem os cientistas como sujeitos estranhos e alheios ao mundo. Contrariando essa visão conservadora, podemos ver que Galileu Galilei também foi revolucionário ao adotar uma postura ímpar sobre sua condição de cientista e o prestígio de sua carreira acadêmica. E isso já podia ser notado quando ele iniciou os seus estudos universitários, por volta de 1564.
Nessa época, talvez não muito certo do que queria, Galileu se ingressou na universidade de medicina, localizada na cidade italiana de Pisa. Nos seus primeiros anos de curso, o jovem estudante demonstrou um grande interesse por todas as matérias que envolviam a combinação de experimentos e o uso de cálculos matemáticos. Para desistir da medicina teve que convencer o pai sobre sua aptidão e da possibilidade de viver como um professor universitário.
Já nesse tempo, o ingresso em uma instituição de ensino superior exigia que o estudioso fosse capaz de impressionar as pessoas certas e aguardar um convite para assumir uma posição como docente. Enquanto sobrevivia dando algumas aulas particulares de matemática, Galileu construía boas relações com vários nobres da região da Toscana. Desse modo, ele fazia-se conhecido entre aqueles que poderiam lhe ajudar em sua primeira ocupação enquanto acadêmico.
No ano de 1588, o estudioso e astuto rapaz organizou uma palestra na Academia Florentina, que foi um grande sucesso de crítica e público. Em uma época em que o fervor religioso ainda se fazia presente, Galileu desenvolveu uma palestra na qual discutia sobre o tamanho do diabo. Divulgando cálculos onde dizia que o inimigo de Deus poderia ter aproximadamente 1800 metros de altura, ele conseguiu ser nomeado como professor de matemática na cidade de Pisa.
Em pouco tempo, Galileu teve que mudar de universidade em virtude da polêmica gerada por suas ideias inovadoras. No ano de 1592, ele se mudou para a Universidade de Pádua, onde desfrutava de mais liberdade para criar e experimentar novas teorias. Não muito satisfeito com o salário recebido como professor, ele passou a realizar novos experimentos que pudessem lhe prover algum retorno financeiro.
No ano de 1609, ele realizou a invenção do primeiro telescópio, capaz de aumentar em 30 vezes os objetos distantes. Mais do que ganhar a fama de gênio, ele conseguiu que essa façanha lhe rendesse um belo aumento de salário. No ano seguinte, Galileu publicou a obra Sidereus Nuncius, onde publicou estudos com base em suas observações astronômicas. Como era de se esperar, ele homenageou a rica e poderosa família Médici, dando-lhe o nome de “estrelas mediceanas” aos satélites naturais do planeta Júpiter.
Essa nova “jogada” rendeu-lhe a condição de matemático da corte dos Médici e o confortável retorno para Florença, sua terra natal. Como bem sabemos, apesar de tanto traquejo social, Galileu se envolveu em uma tremenda contenda que quase lhe rendeu a morte na fogueira. Ciente dos riscos que corria, ele publicou uma troca de correspondência junto à duquesa Cristina de Toscana. No texto, vemos o evidente esforço de Galileu em definir-se como um cristão abnegado.
Dessa vez, Galileu não teve tantas facilidades para fugir dos rigorosos olhares que a Santa Inquisição lhe pôs. Um cardeal Roberto Belarmino advertiu que ele não poderia mais se colocar como um apoiador das teorias de Nicolau Copérnico. Ao teimar na publicação de outras teses desafiadoras, Galileu teve que comparecer aos inquisidores da cidade de Roma. Certamente, sua fama e bons relacionamentos fizeram com que a Igreja lhe impusesse a prisão domiciliar. Sorte a dele!
Ao encarar ou imaginar uma figura como Galileu, muitos se deixam levar por antigos clichês que definem os cientistas como sujeitos estranhos e alheios ao mundo. Contrariando essa visão conservadora, podemos ver que Galileu Galilei também foi revolucionário ao adotar uma postura ímpar sobre sua condição de cientista e o prestígio de sua carreira acadêmica. E isso já podia ser notado quando ele iniciou os seus estudos universitários, por volta de 1564.
Nessa época, talvez não muito certo do que queria, Galileu se ingressou na universidade de medicina, localizada na cidade italiana de Pisa. Nos seus primeiros anos de curso, o jovem estudante demonstrou um grande interesse por todas as matérias que envolviam a combinação de experimentos e o uso de cálculos matemáticos. Para desistir da medicina teve que convencer o pai sobre sua aptidão e da possibilidade de viver como um professor universitário.
Já nesse tempo, o ingresso em uma instituição de ensino superior exigia que o estudioso fosse capaz de impressionar as pessoas certas e aguardar um convite para assumir uma posição como docente. Enquanto sobrevivia dando algumas aulas particulares de matemática, Galileu construía boas relações com vários nobres da região da Toscana. Desse modo, ele fazia-se conhecido entre aqueles que poderiam lhe ajudar em sua primeira ocupação enquanto acadêmico.
No ano de 1588, o estudioso e astuto rapaz organizou uma palestra na Academia Florentina, que foi um grande sucesso de crítica e público. Em uma época em que o fervor religioso ainda se fazia presente, Galileu desenvolveu uma palestra na qual discutia sobre o tamanho do diabo. Divulgando cálculos onde dizia que o inimigo de Deus poderia ter aproximadamente 1800 metros de altura, ele conseguiu ser nomeado como professor de matemática na cidade de Pisa.
Em pouco tempo, Galileu teve que mudar de universidade em virtude da polêmica gerada por suas ideias inovadoras. No ano de 1592, ele se mudou para a Universidade de Pádua, onde desfrutava de mais liberdade para criar e experimentar novas teorias. Não muito satisfeito com o salário recebido como professor, ele passou a realizar novos experimentos que pudessem lhe prover algum retorno financeiro.
No ano de 1609, ele realizou a invenção do primeiro telescópio, capaz de aumentar em 30 vezes os objetos distantes. Mais do que ganhar a fama de gênio, ele conseguiu que essa façanha lhe rendesse um belo aumento de salário. No ano seguinte, Galileu publicou a obra Sidereus Nuncius, onde publicou estudos com base em suas observações astronômicas. Como era de se esperar, ele homenageou a rica e poderosa família Médici, dando-lhe o nome de “estrelas mediceanas” aos satélites naturais do planeta Júpiter.
Essa nova “jogada” rendeu-lhe a condição de matemático da corte dos Médici e o confortável retorno para Florença, sua terra natal. Como bem sabemos, apesar de tanto traquejo social, Galileu se envolveu em uma tremenda contenda que quase lhe rendeu a morte na fogueira. Ciente dos riscos que corria, ele publicou uma troca de correspondência junto à duquesa Cristina de Toscana. No texto, vemos o evidente esforço de Galileu em definir-se como um cristão abnegado.
Dessa vez, Galileu não teve tantas facilidades para fugir dos rigorosos olhares que a Santa Inquisição lhe pôs. Um cardeal Roberto Belarmino advertiu que ele não poderia mais se colocar como um apoiador das teorias de Nicolau Copérnico. Ao teimar na publicação de outras teses desafiadoras, Galileu teve que comparecer aos inquisidores da cidade de Roma. Certamente, sua fama e bons relacionamentos fizeram com que a Igreja lhe impusesse a prisão domiciliar. Sorte a dele!
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