A Balaiada contou com ampla participação da população negra maranhense.
Nesse contexto, um episódio isolado acontecido em Vila da Manga, interior do Maranhão, potencializou a insatisfação dos populares maranhenses. No ano de 1838, um vaqueiro de nome Raimundo Gomes Vieira estava encarregado de conduzir e comercializar o gado de seu patrão, o fazendeiro Padre Inácio Moraes e Silva, pelo interior da província. Ao passar em Vila da Manga, o então prefeito da cidade, adversário político de Padre Inácio, ordenou a prisão de Raimundo e seus auxiliares.
Inconformado com tal arbitrariedade, Raimundo decidiu comandar um levante que se iniciou com sua fuga da cadeia e a invasão do quartel general da cidade. Com a posse das armas, conseguiu mobilizar outros populares contra o poder local. Em pouco tempo, a revolta de vaqueiros ganhou apoio de desertores militares, sertanejos e escravos. Nesse momento outras importantes lideranças surgiram no movimento: o quilombola “preto Cosme” e o artesão Manoel Balaio.
Todos aqueles que se enxergavam na qualidade de oprimidos pelas forças oficias, aderiram ao movimento. Em 1839, outras cidades interioranas como Chapadinha, Barra Longa e Angicos foram tomadas pelos chamados balaios. Os revoltosos avançavam para a capital, São Luis, quando o governo imperial organizou tropas comandadas pelo coronel Luiz Alves Lima e Silva, futuro Duque de Caxias. Organizando frentes de guerrilha separadas, Duque de Caxias conteve a revolta.
Os líderes do movimento foram caçados, sendo alguns capturados pelas autoridades imperiais. O vaqueiro Raimundo Gomes tentou fugir para o Piauí, sendo posteriormente detido. Manuel Balaio permaneceu em combate e foi morto pelos imperiais. Preto Cosme foi preso e condenado à forca. Essas derrotas aconteceram ao mesmo tempo em que as autoridades governamentais ofereceram anistia aos revoltosos, o que acabou enfraquecendo o movimento.
Por Rainer Sousa
Mestre em História
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