Pular para o conteúdo principal

Concentração Alterações na concentração

Alterar a concentração de uma substância é algo que, mesmo sem perceber, fazemos várias vezes ao dia. Um exemplo é o preparo, numa tarde muito quente, de um suco de frutas bem gelado, desses que vêm em garrafas. A receita é simples: em geral, dois copos de água para cada copo de suco concentrado. É exatamente esse acréscimo de água o responsável por alterar a concentração da substância saborosa.

(Se você não estiver familiarizado com o termo concentração , aconselho que dê uma lida nos textos Densidade, concentração e molaridade e Soluções.)

Uma solução é composta por duas coisas: o soluto (aquilo que se vai diluir - no caso, o suco) e o solvente (no nosso exemplo, a água). A concentração da solução é a relação entre a massa do soluto e o volume de solvente. Alterar a concentração de uma solução é alterar ou a quantidade de soluto ou o volume de solvente.

Quando preparamos nosso suco, o "concentrado" que vem na garrafa é o soluto, e a água que adicionamos é o solvente. Quanto mais água acrescentamos, maior o volume de solvente e, por conseqüência, menor a concentração da solução. Em linguagem científica: se C=m/V, a concentração (C) é inversamente proporcional ao volume (V).

O processo de diminuição da concentração recebe o nome de diluição . Diluir uma solução nada mais é do que diminuir sua concentração colocando nela mais solvente, sem alterar a massa do soluto.

Cálculo da concentração
Como calcular a nova concentração de uma solução que foi diluída?

A concentração de uma solução é dada por:


Vamos chamar de C1 a concentração inicial, V1 o volume inicial (de solvente), m1 a massa inicial (de soluto), C2 a concentração final, V2 o volume final (de solvente) e m2 a massa final (de soluto). Lembre que na diluição não há alteração na massa de soluto, ou seja, m1 = m2.

Página 3


Formas de se alterar a concentração
Podemos alterar a concentração de uma solução de outras maneiras que não incluam adicionar mais solvente. Podemos, por exemplo, adicionar mais soluto. É o que acontece quando adoçamos uma xícara de café, percebemos que ele ainda está amargo e colocamos mais açúcar. Nesse caso, alteramos a concentração de açúcar no café "para mais" - portanto, não se trata de uma diluição.

Mas há outro fenômeno muito comum, que é a alteração de concentração pela perda de solvente. Imagine uma solução de água e sal de cozinha. Se levarmos essa solução ao fogo, perceberemos a evaporação da água. Se diminuirmos o volume de solvente, estaremos aumentando a concentração - portanto, não se trata, aqui também, de uma diluição. Esse fenômeno acontece muito no mar, onde a incidência solar faz com que a água evapore, tornando a camada superficial mais concentrada, conseqüentemente mais densa e, por isso, capaz de afundar. Esse processo é um dos responsáveis pelas correntes marítimas.

Podemos retirar soluto?
Sim, podemos, mas esse pode ser um processo extremamente trabalhoso e economicamente inviável. Quer um exemplo? Sabemos que a solubilidade de um sal depende da temperatura. Podemos resfriar uma solução até que parte do sal dissolvido precipite. Filtramos a solução e, desse modo, conseguimos retirar parte do soluto. Isso, porém, não funciona em qualquer caso. Não daria certo, por exemplo, em soluções de baixa concentração.

Cuidado ao diluir ácido sulfúrico
Quando, em laboratório, precisamos diluir ácido sulfúrico (H2SO4) - muito higroscópico, isto é, que absorve a umidade do ar -, o procedimento correto e mais seguro é adicionar ácido à água, e não água ao ácido. Isso evita possíveis respingos que, em se tratando de ácido sulfúrico, nunca são convenientes.

Dividir uma solução em mais de um recipiente não altera sua concentração. Se pegarmos um bule de café muito doce e o servirmos em várias xícaras, teremos várias xícaras de café muito doce.

*Fábio Rendelucci é professor de química e física, diretor do cursinho COC-Universitário de Santos e presidente da ONG Sobreviventes.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

EQUAÇÃO DE 1° GRAU

EQUAÇÃO DE 1° GRAU SENTENÇAS Uma sentença matemática pode ser verdadeira ou falsa exemplo de uma sentença verdadeira a) 15 + 10 = 25 b) 2 . 5 = 10 exemplo de uma sentença falsa a) 10 + 3 = 18 b) 3 . 7 = 20 SENTEÇAS ABERTAS E SENTENÇAS FECHADAS Sentenças abertas são aquelas que possuem elementos desconhecidos. Esses elementos desconhecidos são chamados variáveis ou incógnitas. exemplos a) x + 4 = 9 (a variável é x) b) x + y = 20 (as variáveis são x e y) Sentenças fechada ou são aquelas que não possuem variáveis ou incógnitas. a) 15 -5 = 10 (verdadeira) b) 8 + 1 = 12 (falsa) EQUAÇÕES Equações são sentenças matemáticas abertas que apresentam o sinal de igualdade exemplos a) x - 3 = 13 ( a variável ou incógnita x) b) 3y + 7 = 15 ( A variável ou incógnita é y) A expressão à esquerdas do sinal = chama-se 1º membro A expressão à direita do sinal do igual = chama-se 2º membro RESOLUÇÃO DE EQUAÇÕES DO 1º GRAU COM UMA VARIÁVEL O processo de res

VALOR NÚMERICO DE UMA EXPRESSÃO ALGÉBRICA

Para obter o valor numérico de uma expressão algébrica, você deve proceder do seguinte modo: 1º Substituir as letras por números reais dados. 2º Efetuar as operações indicadas, devendo obedecer à seguinte ordem: a) Potenciação b) Divisão e multiplicação c) Adição e subtração IMPORTANTE! Convém utilizar parênteses quando substituímos letras por números negativos Exemplo 1 Calcular o valor numérica de 2x + 3a para x = 5 e a = -4 2.x+ 3.a 2 . 5 + 3 . (-4) 10 + (-12) -2 Exemplo 2 Calcular o valor numérico de x² - 7x +y para x = 5 e y = -1 x² - 7x + y 5² - 7 . 5 + (-1) 25 – 35 -1 -10 – 1 -11 Exemplo 3 Calcular o valor numérico de : 2 a + m / a + m ( para a = -1 e m = 3) 2. (-1) + 3 / (-1) + 3 -2 + 3 / -1 +3 ½ Exemplo 4 Calcular o valor numérico de 7 + a – b (para a= 2/3 e b= -1/2 ) 7 + a – b 7 + 2/3 – (-1/2) 7 + 2/3 + 1 / 2 42/6 + 4/6 + 3/6 49/6 EXERCICIOS 1) Calcule o valor numérico das expressões: a) x – y (para x =5 e y = -4) (R:

OPERAÇÕES COM RADICAIS

RADICAIS SEMELHANTES Radicais semelhantes são os que têm o mesmo índice e o mesmo radicando Exemplos de radicais semelhantes a) 7√5 e -2√5 b) 5³√2 e 4³√2 Exemplos de radicais não semelhantes a) 5√6 e 2√3 b) 4³√7 e 5√7 ADIÇÃO E SUBTRAÇÃO 1º CASO : Os radicais não são semelhantes Devemos proceder do seguinte modo: a) Extrair as raízes (exatas ou aproximadas) b) Somar ou subtrair os resultados Exemplos 1) √16 + √9 = 4 + 3 = 7 2) √49 - √25 = 7 – 5 = 2 3) √2 + √3 = 1,41 + 1,73 = 3,14 Neste último exemplo, o resultado obtido é aproximado, pois √2 e √3 são números irracionais (representação decimal infinita e não periódica) EXERCÍCIOS 1) Calcule a) √9 + √4 = 5 b) √25 - √16 = 1 c) √49 + √16 = 11 d) √100 - √36 = 4 e) √4 - √1 = 1 f) √25 - ³√8 = 3 g) ³√27 + ⁴√16 = 5 h) ³√125 - ³√8 = 3 i) √25 - √4 + √16 = 7 j) √49 + √25 - ³√64 = 8 2º CASO : Os radicais são semelhantes. Para adicionar ou subtrair radicais semelhantes, procedemos como na redução de