Professor de Matemática e Biologia Antônio Carlos Carneiro Barroso
Colégio Estadual Dinah Gonçalves
email accbarroso@hotmail.com
Simetria e Locomoção
Os animais assimétricos possuem diferentes formas que não possibilitam a separação do corpo em duas metades. (ex.: esponja)
Os animais simétricos radiais permitem a separação do animal em duas partes equivalentes. (ex.: cnidários).
Os animais bilaterais possuem lados esquerdo e direito,faces ventral e dor- sal e extremidades: anterior (fica localizada a central de comando, a cabeça) e posterior (é aquela que na maioria das vezes situa- se o ânus). (ex.: mamíferos)
OBS.: muitos animais que possuem esse tipo de simétria (bilateral) atuam como predadores.
1 - PORÍFEROS
O represente deste filo são as esponjas, os primeiros animais plurice- lulares a surgirem na Terra. São animais aquáticos fixos (vivem em rochas ou em outras estruturas submersas) e a maioria habita o ambiente marinho. As esponjas não apresentam praticamente nenhum tipo de mobilidade na fase adulta, sua alimentação depende da filtração de alimentos trazidos junto com a água.
A organização do corpo das esponjas é bem simples : não possuem órgãos nem sistema, apenas tecidos rudimentares. Não possuem boca, nem cavidade digestiva e muito menos as células, como as musculares e nervo- sas.
Uma esponja do tipo asconóide tem uma estrutura simples, lembra o aspecto de um vaso aberto em uma das extremidades.
Em esponjas desse tipo, a parede externa é constituída por células deno- minadas pinacócitos e a parede interna por células flageladas, os coanóci- tos, que forram o átrio. Entre as duas paredes têm um preenchimento com componentes do esqueleto e um grupo de células circulantes são os ame- bócitos. Na parede externa, inúmeros poros, são forrados por células tubu- lares, os porócitos. Os mesmos facilitam a entrada de água para o átrio. A água que chega até o átrio sai da esponja por um orifício chamado ósculo.
O esqueleto de uma esponja é constituído po finíssimas espícolas, que podem ser calcária ou siliosa, são produzidas pelas células circulantes especiais.
As espícolas de cálcio são características das esponjas calcárias. Já as espícolas siliosas são características das esponjas de vidro, são chamadas assim por causa da analogia à participação dos silicatos na confecção de vidros. Muitas espícolas, projetam- se para a camada externa e ao passar a mão pela superfície das esponjas podemos senti- las.
A organização das esponjas forma estruturas típicas, conhecidas como:
* Asconóide - possuem a forma de um vaso.
* Siconóide - possuem paredes pregueadas com a formação de canais inter- nos e externos.
* Leuconóide - o pregueamento é bem mais intenso, com camadas internas flageladas, repleta de coanócitos.
A água e os alimentos penetram pelos canais externos e atingem os canais internos flagelados, filtrada pelos coanócitos, a água atinge o átrio e abandona a esponja por um ou diversos ósculos.
REPRODUÇÃO DOS PORÍFEROS
As esponjas podem se reproduzir de duas formas :
Reprodução Assexuada
• Por Brotamento - é a forma mais comum, a partir desse processo, uma esponja produz brotos que se desenvolvem a partir de uam esponja-mãe. Esses brotos, permanecem ligados uns aos outros e organizam uma colônia.
• Por Formação de gêmulas - esse fenômeno ocorre em esponjas de água doce. Grupos de amebócitos e outras células se isolam e elaboram uma espessa membrana protetora contento espongina e espícolas. Essa fêmula forma- se em épocas de condições ambientais desfavoráveis, é uma forma de resistência - persiste longo tempo num ambiente e fica em estado metabólico até q ue as condições voltem ao normal. Nesse mo-mento a espessa membrana é rompida e as células retomam a atividade e reorganizam uma esponja.
Reprodução Sexuada
As esponjas podem ser seres monoícos ou dióicos. Não há órgãos reprodutores permanentes. Os espermatozóides como os óvulos são formados a partir de coanócitos, que diferenciam- se em gametas na estação reprodutiva.Nas esponjas monoícas não há auto fecundação. Os espermatozóides são liberados antes que haja a fecundação do óvulo, essa liberação ocorre pela corrente de água (que abandona a esponja pelo ósculo). Eles penetram em outra esponja, formam um zigoto, originando uma larva ciliada e natante que se fixa a um substrato dando origem a uma esponja adulta.
2 - CNIDÁRIOS ou CELENTERADOS
È um filo de animais aquáticos. As hidras são praticamente as únicas re- presentantes de água doce, além de fazerem parte do filo Coelenterata : as medusas (conhecidas como águas-vivas); as ânemonas-do-mar;os corais; as caravelas. Quando comparados aos poríferos, observamos muitas novi-ades : a presença de uma cavidade digestiva, "inaugurando" a digestão extracelular, e a existência de células nervosas.
Os celenterados são animais diblásticos, visto que seus tecidos originam-se de dois folhetos germinativos : a ectoderme e a endoderme.
Outra característica desse grupo é a existência de duas formas corporais:
Pólipo - é um bastão oco que contém uma abertura numa de suas extremidades, a boca rodeada de inúmeros braços(tentáculos).
Medusa - lembra a forma de um guarda-chuva cuja as margens são rodea- das por tentáculos que circundam uma boca central.
A HIDRA
A hidra verde, pólipo encontrados em lagoas, lagos e pequenos riachos de água limpa; servirá perfeitamente como padrão para melhor explicarmos os celenterados.
O pólipo de hidra é um bastão, em que uma das extremidades se apóia no substrato e a outra apresenta uma boca rodeada com os tentáculos (variam de 6 a 8 tentáculos longos). O tamanho da hira varia, chegando a 1,5cm com os tentáculos distendidos.
A cavidade intestinal é conhecida como cavidade gastrovascular e se estende até os tentáculos que são ocos.
Um exame na organização da parede do corpo da hidra revela a existência de tecidos verdadeiros que são formados por diferentes tipos de céulas or- ganizadas em duas camadas : uma interna forrando a cavidade digestiva, e outra externa de relação com o meio.
Entre essas camadas existe uma outra, sendo gelatinosa, chamada meso- gléia, não chega a constituir um tecido mas serve como mecanismo de suporte (parece com esqueleto). Em outros celenterados (principalmente nas medusas) a mesogléia é rigida, espessa e se assemelha muito com um tecido conjuntivo.
Na camada externa, podemos destacar dois tipos celulares : as células mioepiteliais e os cnidoblastos.
As mioepiteliais spossuem filamentos contráteis na base e servem à locomoção.
Os cnidoblastos são dotadas de um cílio na sua porção livre e de uma vesícula interna, o nematocisto, contendo um filamento enovelado.
Misturadas às células mioepiteliais e aos cnidoblastos, existem várias células sensoriais, dotadas de cílios. que ficam conectadas ao tecido nervoso.
Essas células constituem um importante mecanismo de relação da hidra com o ambiente, permitindo que ela atue como carnívora predadora, caça praticamente parada.
A camada interna é semelhante à externa, destacam-se também dois tipo celulares : as células glandulares e as epitélio-digestivas.
As células glandulares possuem várias vesículas de secreção cheias de enzimas digestivas, que são eliminadas para a cavidade digestiva.
As epitélio-digestivas são semelhantes às da parede externa, possuem dois flagelos e são também dotadas de filamentos contrátei, que torna o corpo da hidra elástico, principalmente quando o alimento é ingerido.
A digestão dos alimentos, é iniciada extracelularmente na cavidade digestiva e termina no enterior dessas células.
Junto à mesogléia, existe uma rede de neurônios que forma o tecido nervoso , esse tecido em rede é conectado às diversas cèlulas sensoriais espalhadas pelo corpo da hidra.
Não há um centro de controle, pois não há cérebro; trata- se de uma rede nervosa difusa de neurônios, é um mecanismo de coordenação primitivo, o primeiro que surge entre os animais pluricelulares.
REPRODUÇÃO DAS HIDRAS
Reprodução Assexuada
Essa reprodução é feita por brotamentos. Brotos laterais, em vários está- gios de crescimeno, ligados à hidra mãe e dela logo se destacam.
Reprodução Sexuada
As hidras são hermafroditas. Alguns testículos e apenas um ovário são for- mados, em épocas desfavoráveis do ano.
O único óvulo produzido é retido no ovário. Os esparmatozóides são libe- rados na ága, e vão à procura do óvulo. A fecundação ocorre no corpo da hidra, o zigoto é formado e circundado por uma espessa casca quitinosa e, após um certo tempo, o embrião, envolto pela casca protetora, destaca- se do corpo da hidra e permanece na casca durante toda a época desfavorável. Com a chegada da época favorável, esta casca se rompe e emerge a pequena hidra que cresce normalmente até sua fase adulta. Não há larva nesse desen- volvimento, o mesmo é direto.
CLASSIFICAÇÃO DOS CELENTERADOS
Os Hidrozoários
Esta classe possui inúmeros representantes, além da hidra. Todos os de- mais, são animais marinhos. Dentre eles, podemos citar a Obelia e a cara- vela (Physalia).
Na Obelia, a reprodução ocorre durante um ciclo em que se alternam pó- lipos (fase assexuada e duradoura) e medusas (fase sexuada e pouco du- radoura). podem existir dois pólipos : o nutridor e o reprodutor. Os póli- pos reprodutores geram medusas por brotamento, forma- se um zigoto ocor- re o desenvolvimento embrionário e surge uma larva ciliada, chamada plânula, que constitui uma importante forma de dispersão da espécie. Após fiixa a um substrato, a larva se transforma em um novo pólipo.
Os Cifozoários
Nesta classe, as fomas predominantes e sexuadas são bonitas medusas de coloridas, popularmente chamamos de "águas-vivas". Os pólipos são peque- nos e correspondem à fase assexuada.
As medusas têm formato de sino e são diferentes das do grupo dos hidro- zoários. Podem alcançar de 2 a 40cm de diâmetro, a gigante desse grupo situa- se no Atlântico, que pode chegar a ter 2m de diâmetro.
No caso da espécie Aurelia aurtita, a fecundação é interna. A plânula nada durante um tempo e origina um pólipo fixo, o cifistoma, esse pequeno pólipo é a geração assexuada e se reproduz por um processo conhecido por estroblização. Nesse processo, fragmentações sucessivas do corpo do póli- po formam uma pilha de discos que permanecem amontoados uns sobre os outros. Esses discos são chamados de éfira, eles se destacam após certo tempo e origina uma nova medusa, assim, fecha-se o ciclo.
Os Antozoários
Anêmonas e corais são os representantes mais conhecidos dessa classe.
A forma dos corais é variada, alguns possuem formato de pequenas árvore, outros possuem formato escultural, e ainda alguns possuem formato de cére- bro.
Os antozoários se reproduzem por brotamento ou fragmentação. A repro-dução sexuada envolve a formação e fusão de gametas e habitualmente exis- te uma larva (plânula) acontecendo na fase adulta.
Como nesta classe só há a forma de pólipo, não existe metagênese, após a reprodução sexuada, as plânulas se diferenciam em novos pólipos.
3 - PLATELMINTOS
Os platelmintos são vermes de corpo achatados (em forma de fita) dorci- ventramente.
Eles têm vida livre e são encontrados na água doce ou salgada ou ainda em terra úmida; alguns são parasitas, causando doenças em seres humanos e em outros animais.
A Planária
O estudo dos platelmintos pode ser feito a partir de um padrão, no qual usaremos a planária. As planárias podem viver em lagoas e riachos de pe - quena profundidade.
A primeira grande novidade deste grupo é o aparecimento de simetria bi- lateral. Na planária, isto é evidenciado por uma região ventral mais clara, que se apoia no substrato, e outra dorsal mais escura, que possui duas for- mações correspondentes aos "olhos".
Outras características marcante é a cefalização: a existência de uma "cabe- ça" como centro de comando do corpo, onde estão localizados os neurônios responsáveis pela organização dos gânglios "cerebróide" que funcionam como cérebro da planaria.
A percepção da luz é função dos "olhos", enviando estimulos ao "cérebro" que aciona a musculatura do animal e possibilita seu afastamento da fonte luminosa.
Alimentação e Digestão
O tubo digestivo da planária é incomplete, ao contrário do que se pode es-perar. A boca não é encontrada na cabeça, ela surge no meio da região ventral e fica na ponta de um tubo musculoso protátil, a faringe. O intestino possui três ramos principais : um que se dirige para a extremidade anterior e dois que se dirigem para extremidade posterior. Os três ramos são altamente ramificados, representa uma exelente adaptação para a difusão de alimento para todas as células corpóreas. Isso é bastante importante, já que as pla- nárias não possuem sistema circulatório. O intestino (amplamente rumifi- cado) é, um órgão de digestão, absorção e distribuição de alimentos.
A Excreção e as Trocas Gasosas
Pela primeira vez,surgem estruturas especializadas na osmorregulação e re- moção de resíduos tóxicos. Dois cordçoes laterais se abrem na parede do corpo e despejam o excesso de água que penetra (por osmose) no corpo da planária.
Esse excesso, é removido por células especiais globosas que contêm uma porção em forma de tubo, no interior do qual vários flagelos ficam em cons- tante batimento. esses batimentos recebem o nome de batimentos flagelares (lembram o piscar de uma chama de vela, motivo que dá o nome de células- flamas). Acredita- se que a principal função das células- flamas seja a de re- mover o excesso de água, provavelmente, também removem amônia e sais.
REPRODUÇÃO DAS PLANÁRIAS
Reprodução Assexuada
Pode ocorrer por simples fragmentação, duas metades, aos poucos, recons-tituem as porções faltantes, sendo que o fragmento anterior reconstitui o posteriorcom maior rapidez.
Reprodução Sexuada
Também é de grande ocorrência entre as planárias. Duas planárias se en-costam ventre a ventre e trocam espermatozóides, que são armazenados em vesículas apropriadas. Após trocarem gametas, elas se separam. Ocorrem as fecundações internas dos óvulos e cada animal deposita pequenos ovos junto á vegetação existente. Em cada ovo existe um embrião em desenvolvi- mento, do qual emerge uma planária. O desenvolvimento é direto, pois não há larva.
4 - NEMATELMINTOS
São vermes de corpo em forma de fio. Esses organismos pertencentes ao filo Nemathelminthes, também conhecidos como nemátodos ou nematóides. Têm o corpo cilíndrico, alongado e liso, o tubo digestivo é completo e termi- na no ânus (característi- ca que aparece pela primeira vez).
Os nematelmintos conquistaram os habitats marinho, dulcícola e terrestre. Embora haja muitos representantes de vida livre a maior parte é parasita de praticamente todos os tipos de plantas e animais.
A Lombriga
A lombriga é um representante típico do filo dos nematelmintos.
Uma doença muito comum no homem é a ascaridíase, causada pelo Asca- ris lumbricoides, a lombriga.
Seu corpo pode ser considerado um tubo dentro de outro tubo, o tubo ex-terno é a parede do corpo e o interno é o intestino retilíneo, que se estende da boca até o ânus.
Entre esses tubo existe uma cavidade, o pseudoceloma, onde se localizam vários órgãos, e um líquido que favorece a remoção de toxinas.
A parede do corpo é revestida por uma cutícula espessa, freqüentemente, durante o crescimento essa cutícula é trocada.
A locomoção de um lombriga é pouca. Suas células musculares são sim-ples e permitem apenas movimentos de flexão, por isso esses vermes são sempre vistos enrolados sobre si.
Reprodução dos Nematelmintos
Os sexos são separados.A fecundação é interna,de modo geral ocorre pos-tura de ovos e o desenvolvimento é indireto, com estágios larvais.
5 - ANELÍDEOS
Os anelídeos são vermes de corpo alongado e cilíndricos e divididos em anéis encontrados em ambientes terrestres, marinhos e dulcícola.
As estruturas excretoras, nervosas, digestivas etc. se repetem internamente em cada segmento, também chamado de metâmero, por isso, dizemos que o corpo dos anelídeos é metamerizado. Os metâmeros sâo separados uns dos outros por paredes divisórias conhecidas como septos.
Classificação do Anelídeos
Sâo três as classes mais importantes :
* Oligochaeta - possui representantes terrestres (minhocas) e de água do-ce (tubiflex). Apresentam corpo uniformemente segmentado de cerdas na região ventral; possuem uma porção bem diferenciada na região ante-reior do corpo, o clitelo, resultado da fusão de alguns segmentos, que desempenham importante papel na reprodução;
* Polychaeta - com representantes predominantemente marinhos, possuem expansões laterais em cada segmento do corpo, os parapódios, são dotados de muitas cerdas auxiliares da locomoção. Os organismos errantes deslocam- se livremente pelo solo oceânico e saem à procura de alimentos.
* Hirundinea ou Achaeta - é representada pelas sanguessugas, são encon- tradas em meio aquático ou terrestre, elas não possuem cerdas, possuem citelo. As sanguessugas, no passado, eram usadas para extrair sangue das pessoas doentes.
Minhoca
Usaremos a minhoca como "anelídeo padrão" para podermos estudá-los melhor.
A Pheretima hawayana (minhoca) tem em sua região dorsal,uma linha me- diana escura, que se estende da extremidade anterior à posterior, é o vaso sangüíneo dorsal reveladorda existência de sistema circulatório. Nele o sangue circula de trás para frente.
Na regiaão ventral, mais clara, pode- se ver outra linha mediana que cor-responde ao vaso sangüíneoventral. Este vaso flui em sentido contrário, de frente para trás.
O sangue é vermelho, contendo hemoglobina. Não há glóbulos vermelhos. O vaso dorsal é contrátil.O sangue é impelido para frente e atinge o vaso ventral por meio de quatro pares de vaos laterais de ligação, também contrá- teis, considerados os corações laterais da minhoca.
É um sistema circulatório fechado. o sangue nunca abandona os vaso e as trocas entre eles e os tecidos ocorrem pelas paredes dos capilares sangüí- neos.
A pele da minhoca é constituída de uma epiderme revestida por uma fina cutícula, mucosa de glândulas espelhadas pela parede do corpo. A umidade do solo em que vive, também contribui para o umidecimento da pele e faci-lita a troca de gases.
Se passarmos a mão pela região ventral, poderemos sentir certa aspereza da pele, decorrente da finissíma camada de cerdas.
Digestão
O tubo digestivo da minhoca é completo. À boca, segue de uma faringe sugadora de alimento, continuada por um longo esôfago, no meio do qual surge uma moela, que tem por função triturar os alimentos. Após o esôfago, o tubo digestivo começa a se alargar e constitui um longo intestino, que se abre no ânus.
Antes do intestino existem os chamados cecos intestinais, bolsas de fun-do cego que apliam a superfície de absorção de alimentos. Outro recurso destinado a ampliar a superfície de digestão e absorção do intestino é uma dobra chamada tiflossole, um pregueamento para dentro da parede intesti-nal,que aparece depois do ponto de surgimento dos cecos.
A Excreção
A excreção da minhoca é feita a partir de unidades pareadas que se repe-tem na maioria dos segmentos, chamados nefrídeos segmentos, cada um possui um funil ciliado (nefróstoma) mergulhado na cavidade celomática do segmento.
Do funil emerge um tubo enovelado que perfura o septo do segmento se- guinte e termina em um poro que se abre na parede lateral. O funil recolhe substâncias do líquido contido na cavidade celomática, mas ao longo desse tubo, ocorrem reabsorçõesde substaâncias utéis.
O produto de excreção é a uréia, outro fator de fertilização do solo já que é transformada em amônia, que pode ser aproveitada pelas plantas.
Reprodução das Minhocas
A minhoca é hermafrodita, mas não faz autofecundação.
Os espermatozóides amadurecem antes que os óvulos, o que é um recurso valioso para estimular a troca de gametas entre dois animais e favorecer a fecundação cruzada, gerando maior variabilidade nos descendentes.
O aparelho reprodutor masculino é formado por testículos e glândulas acessórias, com tubulos condutores de espermatozóides.
O aparelho reprodutor feminino consta de um par de ovários localizados no segmento anterior ao clitelo. Nos primeiros segmentos localizados na extremidade anterior existem vesículas, cada qual exteriorizando um poro, e conhecidas como receptáculos seminais. Esses receptáculos receberão os espermatozóides do outro e os amazenará até que ocorra a fecundação.
Os espermatozóides de cada uma passam para os receptáculos da outra e lá são armazenados, inicia- se assim o amadurecimento dos óvulos que são liberados pelo poro genital feminino no interior de um casulo aberto em ambas extremidades e produzido pelo clitelo, em seguida os animais se s
separam.
Os Hirudíneos
As sanguesssugas pertencem à essa classe e são encontradas no mar, na água doce e em meio terrestre úmido. Do mesmo modo em que as minho- cas, possuem corpo segmentado, clitelo e não têm cabeça diferenciada e muito menos parapódios. São hermafroditas e a reprodução é sexuada inclui os mesmos passos descritos para as minhocas. Não possuem cerdas, sendo por isso também chamadas de anelídeos aquetos, o corpo é levemente achatado dorsiventralmente.
A principal diferença entre as sangussugas e os ouros anelídeos é a pre-sença de ventosas fixadoras, que funcionam como "desentupidores de pia", localizam- se nas duas extremidades do corpo, a da região anterior abriga a boca e possui alguns dentículos raspadores e a da extremidade posterior não abriga o ânus, que se abre antes do local em que está a ventosa.
A maioria das sanguesseugas, como o nome deixa claro, atua como parasita de outros animais .
A locomoção delas se dá através de duas ventosas alternadamente, um mecanismo conhecido por "mede-palmos".
6 - MOLUSCOS
São animais de corpo mole, podemos citar alguns animais como exemplo: caracóis de jardim, caramujos, mariscos, ostras, lesmas, lulas e polvos.
Muitos moluscos podem ter uma concha calcária única ou formada por duas metades articuladas revestindo seu corpo, que funciona como esque-leto externo (exoesqueleto). Internamente, um conjunto de órgãos, conhecidos como massa visceral, é coberto por uma dobra de pele chama- da manto.
A locomoção da maioria da maioria dos moluscos devido a um pé mus-culoso. Outros são rápidos, como lulas e polvos, que se locomovem graças à expulsão de jatos de água que saem de um cifão. Muitos, são fixo e gru- dados ao substrato, como as ostras e os mariscos.
Podemos considerar o corpo dos moluscos composto por : cabeça, massa visceral e pé musculoso.
Classificação dos Moluscos
Os moluscos são dividos em três grandes classes :
* GASTROPODA - caramujos, caracóis, lesmas. Estão presentes na terra, na água doce e água do mar;
* BIVALVIA - ostras, mechilhões, mariscos. Estão presentes na água do mar e na água doce;
* CEPHALOPODA - lulas, polvos. Vivem em ambientes exclusivamen-te em ambientes marinhos.
Gastrópodos
O caracol de jardim representa bem essa classe. Quando o caracol está se movimentando, é possível perceber o pé musculoso estendido, é uma verdadeira sola musculosa que,ao movimentar o animal deixa um rastro mu-coso.
Acima do pé existem os órgãos internos, cujo conjunto é conhecido como massa visceral. Tudo está lá : estômago, intestino, coração, rim, pulmão, etc. Toda essa massa visceral fica coberta por um manto. Esse manto acaba formando uma cavidade interna que atua como pulmão. Junto à cabeça, há um orifício por onde o ar penetra passando à cavidade pulmo-nar. Em gastrópodos aquáticos essa cavidade abriga uma brânquia.
Junto ao orifício respiratório existe um outro, ânus, para eliminação dos restos alimentares.
A cabeça é outro importante componente do caracol, sendo o centro de comando e possui dois pares de tentáculos de função sensorial. Na ponta de cada tentáculo existe um olho.
A boca é ventral, onde existe uma língua raspadora (rádula). A rádula é uma adaptação de folhas, pois a celulose precisa ser bem fragmentada antes de chegar no tubo digestivo.
O habitat e a Reprodução do Caracol
Os caracóis de jardim sempre são encontrados debaixo de pedras, de madeiras e da vegetação, pois esse habitat mais úmido reduz a possibilida-de da perda de água por evaporação do corpo.
Os caracóis de jardim são hermafroditas. Só que o animal não se autofe- cunda, é preciso outro com o qual ele possa se juntar e efetuar a troca de gametas masculinos.
De cada ovo surgirá um novo caracol, com a forma igual a dos pais, mas com características genéticas diferentes, como resultado de uma reprodu- ção sexuada.
Circulação, Excreção e Coordenação Nervosa
Os sistemas circulatórios dos gastrópodos é do tipo lacunar ou aberto. De um coração simples sai um vaso que distribui o sangue para lacunas, onde se farão as trocas de alimentos e de gases respiratórios com os tecidos. Daí o sangue retorna ao coração.
O sangue da maioria dos moluscos contém um pigmento respiratório cha-mado hemocianina. A excreção é efetuada por rins simples. O sistema ner-voso é basicamente constituído por pares de gânglios ligados às tres prin-cipais regiões: cabeça, massa visceral e pé musculoso.
Os Cefalópodos
A classe dos cefalópodos incluem as lulas, os polvos, as sépias e os nau- tilus, dotados de locomoção de jato- propulsão, graças a eliminação de água, em jatos, por um cifão. A cabeça é muito modificada e rodeada, tem vários "braços" longos chamados de tentáculos.
A concha só existe nos nautilus que a têm enrolada, dotadas de várias câmaras, sendo que a última abriga o animal e as demais ficam cheias de gás, o que contribui para sua flutuação. Nas sépias, a concha é interna e constitui o chamado "osso de siba". Nas lulas, a concha interna é restrita a uma pena quitinosa leve. E nos polvos, a concha é inexistente.
A Forma do Corpo da Lula
A cabeça, volumosa, sofre modificações consideráveis e fica rodeada de diversos "braços" longos, os tentáculos.
O pé, também modificado passa a constituir o cifão. O manto envolve todo corpo, a massa visceral e a concha.
Duas expansões laterais do manto em forma de nadadeira permite a natação suave da lula.
Interna e lateralmente, na cavidade do manto existem duas brânquias que recebem continuamente água por oxigenação.
Sistema Circulatório
Ao contrário dos demais moluscos, sistema circulatório da lula é do tipo fechado possibilita o desenvolvimento de maior pressão sangüínea, favore- cendo o metabolismo e permitindo maior rapidez do animal.
Cabeça e o Sistema Nervoso
Dois olhos laterais permitem a construção de imagens. Muitos estudos revelam a sua semelhança com olho humano.
O sistema nervoso é bastante desenvolvido. Uma organização ganglionar que se assemelh a um verdadeiro cérebro permite a execução de atividades altamente elaboradas.
Neurônios gigantes conectam o cérebro a diversas partes do corpo. Cer-tos neurônios gigantes de lulas são muito utilizados nos estudos de neurofi-siologia.
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