Ultra-som e Infra-somOndas longitudinais de freqüências superiores a 20 kHz, caracterizam sons inaudíveis e denominam-se ultra-sons; e aquelas de freqüências inferiores a 16 Hz, também inaudíveis, são ditas infra-sons.
Freqüência Hz | Denominação | Método de excitação | Aplicação |
0,5 ---- 20 | Infra-sons | Vibração da água em grandes reservatórios, batidas do coração. | Prognóstico do tempo, diagnóstico de doenças do coração. |
20 ---- 2.104 | Sons Audíveis | Voz humana e dos a- nimais, instrumentos musicais, apitos, se- reias, alto-falantes ... | Para comunicação e si- nalização, assim como para a medição de dis- tâncias. |
2.104---- 1010 | Ultra-sons | Emissores magnetos- trictivos e piezoelétri- cos, apitos de Galton, também são excitados por alguns animais e insetos (morcegos, gri- los, gafanhotos etc.) | Deteção submarina por eco, limpeza e deteção de defeitos em peças e estruturas de constru- ções, aceleração de re- ações químicas, inves- tigação em medicina, biologia e física molecu- lar. |
1011 .... | Hipersons | Vibrações térmicas das moléculas | Em investigações cien- tíficas. |
Sons Musicais e Ruídos
Quanto ao efeito sobre o ouvido, os sons são classificados em sons musicais e ruídos. Subjetivamente esta classificação deixa muito a desejar, pois há quem (muito propriamente) considere o rock'n rol um ruído e outros (mais desprovidos de sensibilidade) um som musical.
Superposição de 3 sons musicais simples (lá3,lá4 e lá5) resultando num som composto. |
a) cordas vibrantes — violão — violino — piano — cordas vocais etc.Qualidades Fisiológicas do SomOs sons simples distinguem-se uns dos outros por duas características, a saber, INTENSIDADE e ALTURA; os sons compostos, além daquelas, diferenciam-se pelo TIMBRE.
b) tubos sonoros — órgão - flauta — clarineta — oboé etc.
c) membranas e placas vibrantes: tambor — címbalos etc.
d) hastes vibrantes: diapasão — “triangulo” etc.
A intensidade fisiológica do som esta ligada à amplitude das vibrações (e, portanto à energia transportada pela onda sonora); é a qualidade pela qual um som forte (grande amplitude — muita energia) se distingue de um som fraco (pequena amplitude — pouca energia).
Vale lembrar que, durante a propagação das ondas tem lugar um transporte de energia, no entanto, as partículas do meio não se deslocam no sentido da propagação das ondas, limitando-se a realizar movimentos oscilatórios nas proximidades da posição de equilíbrio (quando a amplitude das ondas é pequena e o meio em que se propagam não é viscoso). A grandeza que é numericamente igual à energia média transportada pela onda, por unidade de tempo, através de uma unidade de área da superfície da onda é denominada intensidade física da onda. Essa intensidade é medida em W/m2. A intensidade das ondas acústicas é denominada intensidade física do som ou, simplesmente, intensidade sonora.
Durante a propagação das ondas mecânicas, a velocidade e a aceleração das partículas do meio variam de acordo com a mesmo tipo da lei do deslocamento (espaço, elongação), ou seja, uma lei harmônica. Quando a 'amplitude' do deslocamento (elongação máxima) das partículas durante a propagação de uma onda harmônica plana de pulsação w apresenta o valor a,
a 'amplitude' máxima da velocidade da oscilação terá o valor vmáx. = w.a
a 'amplitude' máxima da aceleração da oscilação terá o valor gmáx.= w2.a
e a intensidade física da onda será dada por I = (1/2).V.r.w2.a2
onde r é a massa específica do meio onde a onda se propaga, V é a velocidade de propagação.
Como w = 2.p.f e, uma vez que r e V são características do meio elástico, supondo-o homogêneo e à temperatura constante podemos escrever:
I = k.f2.a2
--- para uma dada freqüência, a intensidade física é diretamente proporcional ao quadrado da amplitude;--- para uma dada amplitude, a intensidade física é diretamente proporcional ao quadrado da freqüência (e isso explica claramente a alta energia transportada por um ultra-som).
O nível de variação da intensidade fisiológica (DS) cuja unidade é o bell (b) e a intensidade física (I) cuja unidade é o W/m2 relacionam-se mediante uma lei experimental ou lei de Weber-Fechner:
A variação da intensidade fisiológica (DS), na zona central do campo de audibilidade é proporcional à variação dos logaritmos das intensidades físicas correspondentes.
Assim, seja So uma intensidade fisiológica de referência e Io a correspondente intensidade física. Se S é outra intensidade fisiológica qualquer e I a intensidade física correspondente, a lei de Weber-Fechner permite escrever:
adotando-se So ==> Io e tomando-se S ==> I vem S - So = log(I/Io), em bell (b).
Exemplo: Numa conversação fraca (conversa baixa), seja I1 = 10 mW/cm2 a intensidade física recebida por um ouvinte. Calcular qual será a variação da intensidade auditiva percebida pelo ouvinte, quando a intensidade da onda sonora da conversação aumentar para I2 = 100 mW/cm2. Solução: I1 = 10 mW/cm2 ==> S1 e I2 = 100 mW/cm2 ==> S2 , pergunta-se o valor de DS = S2 - S1 ; pomos
DS = log10(I2/I1) = log10(100/10) = log1010 = 1 bell
Comumente, em vez de usarmos o bell como nível de variação de intensidade auditiva, usa-se o decibel, de modo que, podemos por:
DS = S2 - S1 = 10.log10(I2/I1) (db)
Por convenção internacional, definiu-se So= 0, para Io = 10-12 W/m2 como sendo a intensidade auditiva de referência, relativa a um som simples de freqüência 1000 Hz. Essa intensidade corresponde ao limiar de audição. A intensidade auditiva também pode ser referida em fons e, para tanto, basta que se fixe as seguintes referências: freqüência de 1000 Hz; intensidade física de 10-12 W/m2 ==> So = 0 fon. Com essas convenções a lei de Weber-Fechner torna-se:
S (em fons) = 10.log10 (I/10-12), com I em W/m2 .
Exemplo: Sabendo-se que uma onda sonora apresenta intensidade física de 1 W/m2 dizer, em fons, a intensidade auditiva percebida por um observador. Solução: So = 0 ==> 10-12 W/m2
S = ? ==> 1 W/m2
S = 10.log10(1/10-12) = 10.log101012 = 120 fons
Notas:a) No ar, o som se propaga, normalmente, sob a forma de ondas esféricas, valendo: I1/I2 = d22/d12 , ou em palavras: a intensidade física da onda diminui com o quadrado da distância à fonte.
b) No ar, o som se propaga, normalmente, sob a forma de ondas esféricas, valendo: a1/a2 = d2/d1 , ou em palavras: a amplitude de vibração das partículas do meio diminui com a distância da partícula considerada à fonte.
A altura do som está ligada unicamente à sua freqüência; é a qualidade pela qual um som grave (som baixo --- freqüência baixa) se distingue de um som agudo (som alto --- freqüência alta).
A definição dos diversos intervalos musicais levam ao estabelecimento de uma ESCALA MUSICAL. Em música, usam-se apenas determinados sons, de freqüências convencionais e que se denominam notas musicais. Denomina-se gama ao conjunto das notas musicais pertencentes ao intervalo de uma oitava.
Gama natural de Zarlino | dó1 | ré1 | mi1 | fá1 | sol1 | lá1 | si1 | dó2 |
1°) tom maior = 9/8 ... (f2/f1 = 9/8)2°) tom menor = 10/9 ... (f2/f1 = 10/9)3°) semi-tom = 16/15 ... (f2/f1 = 16/15)
Relação com a tônica (dó1): | 1 | 9/8 | 5/4 | 4/3 | 3/2 | 5/3 | 15/8 | 2 | |||||||
Notas | dó1 | ré1 | mi1 | fá1 | sol1 | lá1 | si1 | dó2 | |||||||
Intervalos relativos | 9/8 | 10/9 | 16/15 | 9/8 | 10/9 | 9/8 | 16/15 | ||||||||
Relação entre notas | 24 | 27 | 30 | 32 | 36 | 40 | 45 | 48 |
freqüência do lá3 = 435 Hz
Em musica, utilizam-se nove oitavas, cada uma delas sendo caracterizada por um índice compreendido entre -1 e +9 (não se usa o índice zero): -1__1__2__3__4__5__6__7__8__9.Cada nota de uma certa oitava (por exemplo ré4) tem freqüência igual ao dobro da nota correspondente da escala anterior (no caso, ré3 ) assim, no exemplo: fré4 = 2.fré3 .
Exemplo: Conhecida a freqüência do lá3 = 435 Hz, determinar a freqüência do si-1.
Solução: Inicialmente deve-se determinar a freqüência do lá-1(que pertence à mesma gama do si-1):
O timbre depende dos harmônicos associados ao som fundamental no caso dos sons musicais ou das ondas que se superpõem, no caso dos sons compostos em geral. No caso dos sons musicais, é a qualidade que permite distinguir dois sons de mesma altura emitidos por fontes sonoras diferentes; uma flauta e um violino, por exemplo, ambos emitindo, digamos, o dó3.
É o número (quantidade) e as intensidades dos harmônicos (que sempre existem ao se tocar um instrumento musical) que acompanham o som fundamental que dão ao som musical essa característica (enfeite) particular.
Mediante softwares geradores de gráficos de funções, tal curva pode ser posta assim:
f(t)=sin(2·p·440·t)+sin(2·p·880·t)/2+sin(2·p·1320·t)/3+sin(2·p·1760·t)/4+....
Nesse exemplo, a freqüência fundamental é a de 440 Hz. Fazendo 2·p·440·t = x, 2·p·880·t = 2x, etc. a função será: y = f(x) = sinx + (sin2x)/2 + (sin3x)/3 + (sin4x)/4 + ... Mediante softwares geradores de gráficos de funções (Equation Grapher), tal curva pode ser posta assim:
f(t)=sin(2·p·440·t)+sin(2·p·1320·t)/3+sin(2·p·2200·t)/5+sin(2·p·3080·t)/7+...
Nesse exemplo, a freqüência fundamental é a de 440 Hz.Fazendo 2·p·440·t = x, 2·p·1320·t = 3x, etc. a função será: y = f(x) = sin(x) + sin(3x)/3 + sin(5x)/5 + sin(7x)/7 + .. ...
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