segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

O Folclore

Colégio Estadual Dinah Gonçalves
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No Brasil, o Dia do Folclore é comemorado em 22 de agosto. Nosso folclore é um dos mais ricos do mundo. Nele, estão presentes as características dos povos que contribuíram para a formação de nossa nação, principalmente os africanos, os indígenas e os europeus. As pessoas que o estudam são chamadas “folcloristas”. Um dos principais estudiosos brasileiros foi Luís da Câmara Cascudo (1898-1986).O QUE SE ENTENDE SOBRE FOLCLORE?

O Folclore é: O conjunto de manifestações de caráter popular de um povo, ou seja é o conjunto de elementos artísticos feitos do povo para o povo, sempre ressaltando o caráter de tradicional destas representações, sempre transmitidas de uma geração para outra através da prática (os pais ensinam aos filhos, que desde pequeninos já praticam). O folclore varia bastante de um País para o outro, e até mesmo dentro de um Estado é bastante variável, pois as diferenças entre as regiões são muito grandes. No caso do Brasil o folclore foi resultado da união da Cultura a partir da miscigenação de três povos (Europeu, Africano, Ameríndio ). O que resultou é que em muitas regiões brasileiras o folclore é muito diferente, pois devido as influências de cada um destes povos formadores do Brasil, algumas regiões apresentam uma maior tendência a uma origem mais detalhada, por exemplo, no Nordeste na zona Litorânea as presenças das influências indígenas, Portuguesas e negra são que quase igualadas, já mais para o Sertão, a presença da Cultura negra não é muito marcante como no litoral .

Lembrando que as manifestações folclóricas brasileiras, na sua grande maioria são manifestações de caráter de um povo mestiço, ou seja, sofrem influência de diversas raças, mas apresenta características próprias e que também a grande maioria são manifestações completas em caráter artístico, pois possuem elementos do Teatro, Dança, Musica e Artes Plásticas.

O termo Folk-Lore foi empregado pela primeira vez em 22 de agosto de 1846. Donde fica agosto consagrado ao Folclore. Cultura, antropologicamente, é tudo aquilo que o homem faz, material e não materialmente, excluídas as necessidades fisiológicas. Também de difícil conceituação é a palavra povo. Aqui deve ser tomado como todos os participantes de uma comunidade. Folk-Lore, por ser formado de termos de duas línguas diferentes, leva a equívocos. Folk quer dizer povo; lore, o saber, o conhecimento, o costume. Pode-se afirmar: Folclore é o saber vulgar do povo. Não transmitido através de escolas e nem de livros e sim por imitação ou por força de tanto ver e ouvir. Para ser determinado como Fato inteiramente folclórico:

a) ser transmitido oralmente, de boca em boca, e não por meios eletromecânicos, como rádio, disco e livro.

b) ser social, praticado por muitos e não por uma só pessoa.

c) ser espontâneo, livre. Quando o professor dá um provérbio para ser analisado sintaticamente pelos alunos, aí não há o fato folclórico. já quando dito pelo mesmo professor ou pelos anos, espontaneamente, para explicar ou justificar um fato, nesse caso há o fato folclórico.

d) ser anônimo, não se conhece o autor de superstição, de uma dança popular, de um provérbio ou adivinhas.


O FOLCLORE BRASILEIRO

O folclore do Brasil é riquíssimo, um dos mais ricos do mundo. Para sua formação, colaboraram principalmente, além do elemento nativo (o índio), o português e o africano. Estes três povos constituíram, podemos dizer, as raízes de nossa cultura. Posteriormente, imigrantes de outros países, como Itália e Alemanha, deram sua contribuição ao nosso folclore, tornando-o mais complexo e mais rico.

A tendência dos costumes de povos diferentes é, quando estes se relacionam de modo íntimo, construir expressões híbridas, ou seja, suas culturas se misturam, resultando em novas expressões de manifestação popular.

Como os grupos humanos influenciam uns aos outros, podemos dizer que o folclore não é uma ciência estática, morta. Ao contrário, ele é dinâmico, pois além de pesquisar o passado, tem de estar atento às transformações do presente.

O Brasil, vasto qual um continente, apresenta regiões distintas, onde há diferença de intensidade das influências dos povos formadores. Por outro lado, cada região possui seu gênero de vida de acordo com o meio ambiente, o que influi, também, no folclore brasileiro. A seguir, então, será narrada uma idéia geral dos vários desdobramentos do nosso folclore:

a) Linguagem Popular: gíria, apelidos ou alcunhas, legendas, linguagem especial ou cifrada, metáforas, frases feitas. Além da palavra há a mímica e os gestos. Assim, nós temos expressões utilizadas em todo o país (“tirar o pai da forca”, “está se virando”), compreendidos por todos, e expressões regionais, somente entendidas pelos habitantes da região (“gineteando” RS “Fute” dito na região NE).

b) Literatura Oral: poesia, história, fábulas, lendas, mitos, romances, parlendas, adivinhas, anedotas, provérbios, orações, pregões e literaturas de cordel, todos transmitidos oralmente;

c) Lúdicos: são os folguedos populares tradicionais, os jogos, os brinquedos e brincos. Exemplos: Bumba-meu-boi (NE), Caboclinhas (PB e RN), Cavalhadas (RS, AL, PR e SP), Ciranda (PE), Congada (SP, ES, BA, MG, GO, PR, RS), Cordões de Bicho (AM), Fandango, conhecido em todo o Brasil e, ainda Guerreiros, Mamulengo, Maracatu, Moçambique, Pastoril, Quilombo e Reisado.

d) Música: a música folclórica está presente em quase todas as manifestações populares. A serenata, coreto, cantigas de rixa, bendito, cantigas de cego, cantos de velório e cânticos para as almas são formas de músicas folclóricas.

e) Crendice: (Superstições) as de caráter ativo se manifestam em regiões, cultos dos santos, seitas, cultos de fetiches; e as de caráter passivo nos presságios, esconjuros, orações, tabus e totemismos. Contam com patuás, relíquias, amuletos, talismãs, bentinhos e santinhos.

f) Usos e Costumes: ritos de passagens, usanças agrícolas, pastoris, medicina rústica e trajes.

g) Artes Populares e Técnicas Tradicionais: culinárias, rendas e bordados, cerâmicas e trabalhos artesanais.

A comemoração do Dia do Folclore é a 22 de agosto, data em que a palavra folclore foi empregada pela primeira vez.


RETRATO MULTICOLORIDO

Lendas, festas, aromas, sabores, enfeites, danças, músicas, trajes típicos, manifestações populares. Bem-vindo ao universo do folclore brasileiro! De norte a sul, as tradições regionais compõem um retrato multicolorido de nosso país. Embarque nesta viagem. Há um mundo incrível à sua espera!


Lendas

As Lendas no Brasil de inúmeras variedades,influenciadas diretamente pela miscigenação na origem do povo brasileiro .Devemos considerar que lenda não significa mentira, e nem verdade absoluta, o que podemos e devemos deduzir é que uma história para ser criada ,defendida e o mais importante, ter sobrevivido na memória das pessoas,ela deve ter no mínimo um pouco de fatos verídicos.

Muitos historiadores, pesquisadores,folcloristas, e outros profissionais que estudam Sociedades, tendem a afirmar que lendas são apenas frutos da imaginário popular,porém como sabemos as lendas em muitos povos são
"os livros na memória dos mais sábios".

A diferença entre Mito e Lenda é a seguinte, O Mito é o Personagem a qual a lenda trata, pois a Lenda é a História sobre o determinado Mito.


Região Norte

O BOTO
MUIRAQUITÃ
ORIGEM DO PIRARUCU
VITÓRIA-RÉGIA
SACI PERERÊ
BOITATÁ
MAPINGUARI
ORIGEM DO PEIXE- BOI
CAPELOBO
CAIPORA E CURUPIRA
LOBISOMEM
ORIGEM DA MANDIOCA
MULA -SEM- CABEÇA
ONÇA MANETA
ONÇA-BOI
ORIGEM DA LUA
IARA
ORIGEM DO GUARANÁ
ORIGEM DO SOL
DIABINHO DA GARRAFA
CUCA
BICHO-PAPÃO
COBRA -HONORATO
MATINA PERÊRA


Região Nordeste

VAQUEIRO MISTERIOSO
MULA -SEM -CABEÇA
NEGRO D'ÁGUA
CABRA CABRIOLA
QUIMBUNGO
DIABINHO DA GARRAFA
LOBISOMEM
CUCA
SACI PERERÊ
CAPELOBO
ORIGEM DA MANDIOCA
CAIPORA E CURUPIRA
BICHO-PAPÃO
CABEÇA -DE -CÚIA
BICHO - HOMEM
ALAMOA


Região Centro-Oeste

SACI PERERÊ
NEGRO D'ÁGUA
CAIPORA E CURUPIRA
ONÇA -MANETA
ARRANCA- LINGUAS
ONÇADA MÃO TORTA
CUCA
LOBISOMEM
DIABINHO DA GARRAFA
BICHO-PAPÃO
MULA- SEM -CABEÇA
MÃE - DO - OURO
PAI DO MATO

Região Sudeste

ONÇA- MANETA
PROCISSÃO DAS ALMAS
BICHO-PAPÃO
MÃO DE CABELO
LOBISOMEM
CAIPORA E CURUPIRA
CUCA
BICHO-PAPÃO
SACI PERERÊ
MULA -SEM -CABEÇA
NEGRO D'ÁGUA
QUIMBUNGO
DIABINHO DA GARRAFA
PORCA DOS SETE LEITÕES

Região Sul

SACI PERERÊ
NEGRINHO DO PASTOREIO
BICHO-PAPÃO
CAIPORA E CURUPIRA
PROCISSÃO DAS ALMAS
CUCA
MULA -SEM- CABEÇA
JOÃO DE BARRO
GRALHA AZUL
MÃO DE CABELO
PÉ-DE-GARRAFA
LOBISOMEM
DIABINHO DA GARRAFA


PROVÉRBIOS: DITOS POPULARES

Frases Populares,ou Expressões Populares: São palavras,e frases que na sua grande maioria têm a função comparativa com diversos assuntos, como animais,modo de agir,modo de pensar.O que difere o Ditado da Frase popular é que este serve de alerta ao futuro, e não apenas julga na ocasião do acontecimento como faz a frase.

Memória de Elefante: O elefante lembra de tudo o que aprende, motivo por que é uma das principais atrações do circo. Por isso, dizem que as pessoas que lembram de tudo (até mesmo as magrinhas!) tem a memória de elefante.

Dormir com as galinhas: A expressão significa deitar-se cedo, logo ao anoitecer, como fazem as galinhas.

Acordar com as galinhas: A expressão significa acordar cedo, como fazem as galinhas.

Lágrimas de crocodilo: É uma expressão bastante usada para se referir a choro fingido. O crocodilo, quando ingere um alimento, faz forte pressão contra o céu da boca, comprimindo as glândulas lacrimais. Assim, ele "chora" enquanto devora uma vítima.

Osso duro de roer: Coisa difícil de resolver

Dar nó em pingo d'agua: Ser capaz de se sair de todas as dificuldades.

Remar contra a Maré ou Remar contra a Correnteza: Tentar fazer uma coisa e tudo der errado.

Dar a mão a Palmatória: aceitar que errou.

Pintar o 7: fazer bagunça.

Dar com os Burros n'água: Fazer muito esforço para conseguir algo e acabar perdendo tudo de forma banal.

Ficar Chupando dedo: Ficar somente com a vontade de fazer alguma coisa.

Ditados: ervem de advertência e as vezes apresenta um sentido construtivo.

Antes só do que mal acompanhado: antes a pessoa ficar sozinha do que acompanhada de uma pessoa ruim.

Cada macaco no seu galho: Cada pessoa no seu devido lugar .

De grão em grão,a galinha enche o papo: Aos poucos se consegue atingir um objetivo.

Deus escreve certo por linhas tortas: Deus consegue estabelecer a verdade por mais difícil que pareça ser.

Cavalo dado,não se olha os dentes: um objeto dado não se olha o valor.

Um dia da caça, o outro é do caçador: Num dia as pessoas tem sorte,no outro não.

Quando um Burro fala, o outro murcha a orelha: quando uma pessoa fala a outra se cala.

Andorinha só ,não faz Verão: Em certas ocasiões uma pessoa sozinha não resolve o problema.


ADIVINHAÇÃO:

Adivinhas

São perguntas de caráter enigmático onde a resposta parece difícil de ser descoberta.As advinhas compreendem a adivinhação propriamente dita, pergunta enigmática e charada.Veja alguns exemplos :

Do tamanho de uma bolota enche a casa até a porta?(resposta: a luz)

A meia noite acorda um francês, Sabe da hora não sabe do mês.

Têm esporas sem ser cavaleiro,
cava no chão e não e não acha dinheiro?(resposta : galo)

No mato fica falando, em casa fica calado?(resposta: machado)

O que é ,o que é? cai de pé e corre deitado?(resposta: chuva)

O que é , o que é? quanto mais cresce menos se vê?(resposta: escuridão)


TRAVA-LÍNGUA:

Trava-linguas ou Quebra-Línguas

São formas de divertimento ,para que as frases funcionem a pessoa deve repetir a frase por muitas vezes seguidas criando assim uma impossibilidade de comunicação. Exemplos:

Porco crespo, tôco pretro

Um Tigre,dois Tigres,três Tigres.

Três pratos de trigo para três Tigres.

Bagre branco, branco Bagre.

Pia o pinto, a pipa pinga

O Padre Pedro tem um prato de Prata.
O Prato de Prata não é do Padre Pedro.

A aranha arranha a jarra,a jarra arranha a aranha.


BRINCADEIRA DE INFÂNCIA:

Brincadeiras Infantis

Por todo o País são inúmeras as brincadeiras apreciadas palas crianças, elas demonstram as características sociáveis , onde procuram outras crianças com o intuito de se divertir, resta salientar que na maiorias das brincadeiras,há restrições quanto as regras estabelecidas pelas próprias crianças , ou seja em algumas brincadeiras apenas os meninos podem brincar com meninos, e em outras apenas as meninas podem brincar com meninas.As características da expressividade e senso lúdico das crianças são bastante trabalhadas nestas brincadeiras.O que mais é valorizado é a participação da criança que quer brincar, entre as diversas brincadeiras estão:


CANTIGA NA INFÂNCIA:

As Parlendas são formas literárias tradicionais, rimadas com caráter infantil ,de ritmo fácil e de forma rápida. Não são cantadas e sim declamadas em forma de texto,estabelecendo-se como base a acentuação verbal.São versos de 5 ou 6 silabas recitadas para entender, acalmar, divertir as crianças, ou mesmo em brincadeiras para escolher quem inicia a brincadeira ou o jogo,ou mesmo aqueles que podem brincar.O motivo de uma Parlenda é apenas o ritmo como ela se desenvolve, o texto verbal é uma série de imagens associadas e obedecendo apenas o senso lúdico,ela pode ser destinada a fixação de números ou idéias primarias, dias da semana,cores,dentre outros assuntos.Veja alguns exemplos:

Dedo Mindinho
Seu vizinho,
Maior de todos
Fura-bolos
Cata-piolhos.
Rei
Capitão
Soldado
Ladrão
Menino
Menina
Macaco Simão

Uma,duna ,tena,catena
Gurupi, gurupá
Solá, soladá
Conte bem
Que são dez.

Um,dois,feijão com arroz.
Três,quatro,feijão no prato.
Cinco , seis, chegou minha vez
Sete, oito , comer biscoito
Nove, dez , comer pastéis.
Amanhã é domingo,
Pé de cachimbo
Galo monteiro
Pisou na areia.
Areia é fina.
Que dá no sino.
O sino é de ouro.
Que dá no besouro.
O besouro é de prata.
Que dá na barata.
A barata é valente.
Que dá no tenente.
O tenente é mofino.
Que dá no menino.
O menino é danado.
Que dá no Soldado.
O Soldado é Valente.
Que dá na gente...
Sola,sapato,
Rei,Rainha
Onde quereis
Que eu vá dormir?
Na casa de mãe
Aninha.


RITMOS E TRADIÇÕES DO BRASIL

O Brasil possui um dos folclores mais ricos de todo o mundo. São danças, festas, comidas, obras de arte, superstições, comemorações e representações que, pelos quatro cantos do país, exaltam a nossa cultura. Se o Sul e o Sudeste brasileiros são regiões em que as manifestações folclóricas têm ocorrido com menor intensidade, por causa de crescente industrialização das cidades, no Norte, no Nordeste e no Centro-Oeste do País as tradições se mantêm cada vez mais vivas. Há muito tempo elas fazem parte da vida de muitas pessoas. Os hábitos do povo, que foram conservados através do tempo. Dia do Folclore 22 de agosto - Decreto no. 56747 de 17/08/1965.

Folclore é uma palavra de origem inglesa cujo significado é ''conhecimento popular''. As manifestações da cultura de um povo, seja através de suas lendas da sua alimentação, do seu artesanato, das suas vestimentas e de muitos de seus hábitos originais e os enrriqueceram com novos hábitos criados após a reunião. O folclore é passado de pais para filhos, geração após geração. As canções de ninar, as cantigas de roda, as brincadeiras e jogos e também os mitos e lendas que aprendemos quando criança são parte do folclore que nos ensinam em casa ou na escola. Fazem parte do folclore os utensílioss que o povo fabrica para o uso de ornamentação, como as cestas de vime, e os objetos de cerâmica, madeira e couro. Os tecidos, a renda, os adornos de miçangas e penas, também existem ainda muitas outras atividades que fazem parte do folclore. O folclore é o meio que o povo tem para compreender o mundo. Utilizando a sua imaginação, o povo procura resolver os mistérios da natureza e entender as dificuldades da vida e seus próprios temores. Conhecendo o folclore de um país podemos compreender o seu povo. E assim passamos a saber, ao mesmo tempo, parte de sua História.


Festas Juninas

Em junho, o Brasil ganha arraiais coloridos. Escolas, ruas, praças e clubes são decorados com bandeirinhas, barracas e fogueiras para as festas dedicadas a São João, Santo Antônio e São Pedro. É hora de dançar quadrilha, participar de jogos e brincadeiras. Muitas são as delícias para saborear: pipoca, pé-de-moleque, canjica e paçoca de amendoim. Os mais corajosos enfrentam o pau-de-sebo, um tronco alto e escorregadio, difícil de subir. Quem quer namorar faz simpatias e pedidos para Santo Antônio, o santo casamenteiro.


Bicho Brabo

O Bicho Brabo é uma tourada, que foi introduzida pelos portugueses na época do Brasil Colônia. Ainda hoje é comum em Mato Grosso, Goiás e São Paulo. A tourada é uma recreação popular, festiva, das zonas pastoris, e é realizada num circo ou área fechada, a arena, cercada por grossos palanques, revestidos por traves horizontais bem resistentes. De vez em quando o toureiro precisa subir nas traves para se defender do boi... Em algumas partes do Brasil, principalmente em São Paulo, nem sempre é um boi que entra na arena para ser toureado. Às vezes entra uma vaca. Em ambos os casos as touradas são belos espetáculos de destrezza e coragem. Os toureiros trabalham usando capas vermelhas para excitar o boi. Quando os toureiros fazem pegas, ou seja, agarram ou touros com as mãos, as fintas, que são os desvios e as derrubadas, entram os palhaços que alegram e divertem o público. Nesta tourada brasileira, não se mata o ''bicho brabo'', seja ele um touro ou uma vaca, tudo é um esporte, uma brincadeira no meio da arena cheia de sol e de alegria.


O Carnaval

O Carnaval antigamente chamava-se, ''o entrudo'', onde a água, a farinha de trigo e o polvilho faziam a alegria de todos, fazendeiros e peões, brancos e negros. O entrudo chegou até a ser proibido, pois a elite pretendia transformá-la numa festa particular, somente em salões. Um grupo de foliões de rua, surgiu em 1846, chamado de Zé Pereira com bumbos e tambores, fazendo grande barulho depois das 22 horas de sábado. Depois surgiramos cordões, que começaram a se organizar e a desfilar pelas ruas do Rio de Janeiro. Existia cordão, só de homens, só de mulheres, ou de homens e mulheres, onde seja qual for, a influência negra sempre foi visível, principalmente negros fantasiados de índios, tocando intrumentos primitivos. As escolas de samba são a maior atração do carnaval carioca. Os sambistas descem o morro, cantam e dançam nas ruas, com seus samba-enredo que falam tanto de personagens como de acontecimentos de nossa história. A primeira escola de samba surgiu no bairro do Estácio, em 1928. Mas, somente em 1952 as escolas começaram a se organizar em sociedades civis com sede e regulamento. E quando o desfile começa, surge o abre-alas e o porta estandarte com uma faixa que diz ''O SAMBA SAÚDA O POVO E PEDE PASSAGEM''. Tornou-se a festa mais popular do país, contando hoje em dia com uma fama notável no exterior, onde muitos estrangeiros visitam o Brasil só para ver o nosso Carnaval.


Bumba-meu-boi

Dos folguedos brasileiros, o Bumba-meu-boi é um dos mais conhecidos e populares. Nos diferentes estados onde ocorre, entre eles Maranhão, Amazonas e Piauí, recebe diversos nomes como Boi-Surubi, Boi-Bumbá, Boi-de-Mamão. Os personagens também variam por regiões. Pai Mateus, Cavalo-Marinho, Caipora e Maricotas de Corocó, entre outros, contam, dançando e cantando, a história da morte e da volta à vida de um boi. Essa dança dramática é realizada tanto nos festejos juninos quanto nos de Natal. No momento do renascimento do boi, os personagens dessa encenação gritam ''Bumba-meu-Boi''.


Boi-de-Mamão

O folguedo do Boi-de-Mamão, no folclore catarinense, é uma das brincadeiras de maior atração popular. Existe no folclore brasileiro com os nomes mais diversos: Bumba-meu-boi, Boi-bumbá, Boi-de-Pano, etc.


Catira

Estudada em Goiás por Luiz Heitor. É dança só de homens. Considerada versão do Catetetê paulista, é a mais brasileira de todas as danças, no dizer de Couto de Magalhães. Ao som das violas, catireiros palmeiam e batem pés alternadamente, em evoluções variadas de entremeio ao canto da ''moda'', dançando logo a seguir o Recortado. Uma boa Catira vara a noite nas festas das fazendas. Como explica Luiz Heitor, ''a grande arte dos catireiros está nos bate-pés e palmas, cujo ritmo é diferente a cada aparição de elementos coreográficos''. E arremata o Professor: ''A Catira é uma especialização coreográfica. Qualquer um não pode dançá-la''. E, acrescentamos, é preciso aprender desde menino.


Cabaçais do Carirí

O nome cabaçal é pejorativo, em virtude de a caixa, o zabumba e os pífaros - seus instrumentos básicos - fazerem um ruído semelhante a muitas cabaças secas entrechocando-se. São a dança e música, de ritmo forte, tanto que os cabaçais eram também chamados de ''esquenta mulher'', porque, à sua chegada ou passagem, o mulheril se afogueava...


Dança de Congo

Citada por Hugo de Carvalho Ramos, dada como em extinção por Americano do Brasil (1973:262-263), que a registrou com embaixada, assim como Brandão (1976). É apresentada até hoje em Goiás ePirenópolis. José A. Teixeira (1941:92-95) registrou-a sem embaixada.


Folia de Reis

A Folia de Reis é uma das várias comemorações de caráter religioso que se repetem há séculos em nosso país. Ela é realizada entre a época do Natal e o Dia de Reis, em 6 de janeiro. Grupos de cantadores e músicos percorrem as ruas de pequenas cidades como Parati, no Rio de Janeiro, e Sabará, em Minas Gerais, entoando cânticos bíblicos que relembram a viagem dos três Reis Magos que foram a Belém dar boas-vindas ao Menino Jesus.


O Frevo

Dança de rua e de salão, é a grande alucinação do carnaval pernambucano. Trata-se de uma marcha de ritmo sincopado, obsedante, violento e frenético, que é a sua característica principal. E a multidão ondulando, nos meneios da dança, fica a ferver. E foi dessa idéia de fervura (o povo pronuncia frevura, frever) que se criou o nome de frevo. A primeira coisa que caracteriza o frevo é ser, não uma dança coletiva, de um grupo, um cordão, um cortejo, mas na multidão mesma, e que aderem todos que o ouvem, como se por todos passasse uma corrente eletrizante. O frevo é uma marcha, com divisão em binário e andamento semelhante ao da marchinha carioca, mais pesada e barulhenta e com uma execução vigorosa e estridente de fanfarra. Nele o ritmo é tudo, afinal a sua própria essência, ao passo que na marchinha e predominância é melódica. O frevo é sempre dançado ao som das marchas-frevos típicas, e tem por símbolo de realeza o guarda-chuva, que serve para manter o equilíbrio dos passistas. A coreografia dessa dança de multidão é, curiosamente, individual. Centenas e centenas de foliões, ao som da mesma música excitante, dançam diversamente. É muito raro os gestos iguais e as atitudes semelhantes.


Fandango

O Fandango, também conhecido no Norte e Nordeste como Marujada, é um folguedo de origem portuguesa em homenagem às conquistas marítimas. A encenação começa com a chegada de uma miniatura de barco a vela, puxada pela tripulação. Os personagens cantam e dançam ao som de instrumentos de corda. ''Marinheiros somos! Marujos do mar!'' é uma das frases recitadas pela tripulação.


Cavalhada

A Cavalhada é um folguedo do qual participam cavaleiros divididos em grupos, ou cordões. Eles homenageiam os ricos homens europeus da Idade Média, que se exibam em cavalos. Usando trajes especiais, executam manobras numa série de jogos. A Cavalhada acontece em Alagoas, com versões diferentes nos estados do Rio de Janeiro, Goiás e São Paulo.


Congada

A Congada, realizada em vários estados brasileiros, entre eles Paraná, Minas Gerais e Paraíba, representa a luta entre dois grupos, os cristãos e os mouros, os muçulmanos. Eles marcham, cantam e simulam uma disputa com espadas, imitando uma guerra que termina com a derrota dos mouros. Criada pela Igreja Católica, essa encenação tem São Benedito como padroeiro. A música fica por conta de uma orquestra composta de violas, violões, cavaquinhos, reco-recos e atabaques.


Círio de Nazaré

Em Belém do Pará acontece anualmente em outubro uma grande festa religiosa que chega a reunir cerca de 1 milhão de pessoas: o Círio de Nazaré. A multidão lota as ruas da cidade para acompanhar a procissão, que dura até cinco horas, em homenagem a Nossa Senhora de Nazaré. Os romeiros que vão pagar promessas pela cura de doenças, por exemplo, andam descalços e seguram a corda de isolamento que protege a santa. No final, os participantes vestem roupas novas e se alimentam dos pratos típicos da região, como o pato no tucupi, o tacacá e o arroz com pequi.


Festa do Divino

De origem portuguesa e com características diferenciadas em cada região do Brasil, a Festa do Divino é composta de missas, novenas, procissões e shows com fogos de artifício. Em cidades do Maranhão, bonecos gigantes divertem as crianças, enquanto grupos de cantadores visitam as casas dos fiéis recolhendo ofertas e donativos para a grande festa de Pentecostes. Em Piracicaba,. interior de São Paulo, as comemorações ocorrem em julho, às margens do Rio Piracicaba, reunindo milhares de pessoas.


Candomblé

Festa religiosa dos negros jeje-nagôs na Bahia, mantida pelos seus descendentes e mestiços, é um culto africano introduzido no Brasil pelos escravos. Algumas de suas divindades são: Xangô, Oxum, Oxumaré e Iemanjá, representando esta, por si só, um verdadeiro culto.

As cerimônias religiosas do Candomblé, são realizadas de um modo geral em terreiros, que são locais especialmente destinados para esse fim, e recebem os seguintes nomes: Macumba no Rio de Janeiro, Xangô em Alagoas e Pernambuco. As cerimônias são dirigidas pela mãe-de-santo, ou pai-de-santo. Cada orixá tem uma aparência especial e determinadas preferências. O toque de atabaque, uma expécie de tambor e a dança, individualizam um determinado orixá. Os orixás são divindades, santos do candomblé, cada pessoa é protegida por um dos orixás e pode ser possuída por ele, quando, então ela se transforma em cavalos de santo.


Capoeira Regional

A capoeira Regional é uma capoeira mais dinâmica, mais rápida, com golpes geralmente acima da cintura e principalmente acima do peito, o objetivo do jogo é mostrar a sua superioridade com um jogo técnico e dependendo do toque um jogo bastante acrobático.

E com toda essa dinâmica a capoeira também se tornou uma eficiente defesa pessoal.


LENDAS E MITOS DO BRASIL

O folclore brasileiro é rico em lendas e personagens. Transmitidas há várias gerações, essas histórias fascinam adultos e crianças. Conheça as principais.


CURUPIRA
Defensor das matas, segundo a lenda o curupira é um índio pequeno, que surge e desaparece de repente. Tem pés virados para trás e faz ruídos misteriosos, para confundir e assustar os caçadores e os agressores das matas.


BOITATÁ
Descrito como um touro com um olho no meio da testa, essa história diz que o boitatá protege as matas das pessoas que a incendeiam.


CAIPORA
Pela lenda, a caipora tem o corpo coberto de pêlos e percorre a mata montada num porco selvagem, para proteger os animais que vivem na floresta.


IARA, A MÃE-D´ÁGUA
Versão brasileira da lenda das sereias, Iara é a mãe d'água. Ela vive no Rio Amazonas e, nas noites de lua cheia, fica em cima das pedras, penteando seus longos cabelos para atrair os jovens com quem deseja casar.


SACI-PERERÊ
É o mais famoso personagem do folclore brasileiro. A história do saci-pererê conta que ele tem apenas uma perna, usa um gorro vermelho, vive fumando um cachimbo e aparece e desaparece quando quer. Sapeca por natureza, está sempre aprontando, além de assustar todas as pessoas que tentam destruir as florestas.


NEGRINHO DO PASTOREIO
Segundo essa lenda, o negrinho do pastoreio perdeu alguns cavalos dos quais cuidava, e por isso apanhou violentamente de seu patrão. Depois disso, ainda foi jogado em um formigueiro, de onde foi resgatado por Nossa Senhora. Ele é conhecido como o protetor das pessoas que perdem alguma coisa.


O Anhanga

O Anhanga é um veadinho encantado, branco como a neve e brincalhão, vê tudo o que acontece na floresta, protege as matas, não permitindo maldades. Persegue e castiga todos aqueles que caçam filhotes os mães de filhotes que ainda estejam sendo amamentados. Alguns estudiosos do folclore Brasileiro consideram-no protetor da fauna e flora, portanto muito querido pelos habitantes da floresta. Brinca com todos, desde as lindas borboletas coloridas, até aos mais ferozes vertebrados, nunca se machuca ou morre.

Em noites de luar, ele pode ser visto vagando pela floresta. Segundo a mitologia popular, qualquer pessoa atacada por um animal selvgem, pode salvar-se gritando: ''Valha-me Anhanga''.


Gralha Azul

Gralha azul e o nome dado a uma linda córvida que motivou no Paraná, a tradição de plantadores de pinheiros, enterrando as sementes com a ponta mais fina para cima e devorando a cabeça, que seria a parte aprodecível. Não deve ser abatida e é comumente respeitada pelo povo como ave protetora dos pinheirais. E os pinheiros vão nascendo. ''Do pinheiro nasce a pinha, da pinha nasce o pinhão, do pinhão nasce o pinheiro...'' Pinhão que alegra as nossas festas, onde o regozijo barulhento é como um bano de gralhas azuis matracando nos galhos altaneiros dos pinheirais do Paraná. Seus galhos são braços abertos, permanentemente abertos, repetindo às auras qual o emblema que embala o Meu convite eterno ''Vinde a Mim todos...'' A gralha por alguns instantes atingiu as alturas. Que surpresa! Onde seus olhos conseguiam ver o seu próprio corpo, observou que estava todo azul, somente ao redor da cabeça, onde não enxergava, continuou preto. Sim preto, porque ela é um corvídeo. Ao ver a beleza de suas penas da cor do céu, voltou célere para os pinheirais, tão alegre ficou que seu canto passou a ser verdadeiro alarido que mais parece as vozes de crianças brincando. A gralha azul voltou, alegre e feliz iniciou o seu trabalho, de ajudante celeste.


Lenda da Mandioca

Nani era uma linda menina, filha de uma índia. Desde que nasceu andava e falava. De repente morreu sem ficar doente e sem sofrer. Foi enterrada e todos os dias sua sepultura era regada, até que nela surgiu uma planta desconhecida, que cresceu e deu frutos. Os pássaros comiam esses frutos e ficavam embriagados. Finalmente, a terra abriu-se e, uavando-a, os índios encontraram uma raiz branca como o corpo de Nani. Essa raiz, que passou a ser usada como alimento pelos selvagens, é a mandioca.


Lenda do Cari

Porque o peixe cari (carimatá ou papa-terra) tem a boca redondinha, beicinho caído? Foi um castigo. Nossa Senhora, passando pela beira do rio, fez uma pergunta ao peixe e este, ao invés de responder-lhe com respeito, deu um muxoso atrevido. O muxoso parou nos seus lábios até hoje.


Onça-da-mão-torta

Outro registro feito pelo autor do Folclore Goiano. É a alma penada de um vaqueiro velho e mau. É uma onça enorme, rajada, e tem a pata dianteira torta. (Não diz se é a direita ou a esquerda.) Se vista e atirada, não morre. A bala não entra no seu corpo.


O Major e o moleque

Estória de um homem (Major), que nogociou com o sujo para ficar rico. Tirou o moleque (um capetinha) de um ovo de galinha preta chocado no sovaco. Criou-o, alimentando com leite, cachaça e sangue de galinha preta. O Major ficou rico, mas lhe aconteceram grandes desgraças. Morreu pobre e o capetinha desapareceu. Sua alma ninguém sabe para onde foi.


COISAS DE ASSUSTAR

As assombrações e os seres sobrenaturais não existem, mas muitas são as histórias que fazem parte da imaginação das pessoas. Elas são transmitidas de pai para filho e muito comuns em todo o Brasil.

MULA-SEM-CABEÇA

Segundo a lenda, a mula-sem-cabeça tem cascos afiados e pode dar coices que machucam bastante. Embora não tenha cabeça, ela pode relinchar. Dizem que toda mulher que faz algum mal se torna mula-sem-cabeça na noite de quinta para sexta-feira. Antigamente, dizia-se que essa transformação acontecia com mulher que namorasse um padre católico.


BICHO-PAPÃO

A lenda do bicho-papão diz que ele tem um corpo peludo e olhos vermelhos. Ele ficaria escondido para assustar as crianças que não querem dormir.


LOBISOMEM

O mito do lobisomem foi trazido ao Brasil pelos portugueses e diz que todo filho nascido depois de sete filhas se transforma em lobisomem. Essa transformação aconteceria sempre nas sextas-feiras de lua cheia, entre meia-noite e duas e meia da madrugada.


NEM TUDO É FOLCLORE

O folclore é representado por tradições e crenças populares expressas das mais diversas formas. Para se tornarem folclore, é necessário que tenham origem anônima, ou seja, que ninguém saiba ao certo quem as criou. Além disso, precisam ter surgido há muito tempo e ser divulgadas e praticadas por um grande número de pessoas. É o caso dos ditados populares, como “quem com ferro fere, com ferro será ferido”.


DANÇA

Frevo

Dança e música do carnaval em Recife, de rítmo agitado e impetuoso, cujos numerosos participantes(passistas), vestidos com fantasias típicas e agitando no ar pequenos guarda-chuvas coloridos, executam coreografia individual, singularizada por ágil movimento de pernas que se dobram e estiram freneticamente. A sombrinha usada pelos pernambucanos durante o frevo, era usada pelos escravos, que utilizavam bengalas de madeira, para atacar, se defender. As pernadas, o giro, a tesoura, etc. existe na capoeira, só que no frevo é utilizado em rítmo acelerado.


Capoeira

Tudo leva a crer que a capoeira, um misto de dança e luta, tenha sido criada e desenvolvida no Brasil pelos escravos e seus descendentes, como meio de defesa, com base em tradições africanas, pois as referências populares e de estudiosos sempre mencionam as capoeiras de Angola e Regional.

O expoente máximo da primeira foi Mestre Pastinha; e da segunda Mestre Bimba que, além de nela introduzir variações sutis, criou os golpes “ligados” e “cinturados”, que não existem na capoeira de Angola, forma original da luta/dança. Segundo Mestre Pastinha, “capoeira é ginga, é malícia”. Ambos têm milhares de seguidores, em todo o mundo.

Em seu desenvolvimento, a capoeira tomou uma forma de revide, em resposta às ameaças e agressões físicas sofridas pelos escravos. Como arma de combate, ela utiliza os braços, as pernas, as mãos, os pés, a cabeça, os cotovelos, os joelhos e os ombros. Dos grupos de capoeira participam lutadores, com golpes de ataque e defesa, e instrumentistas.

Os instrumentos utilizados na capoeira são: berimbau de barriga, caxixi, atabaque, pandeiro e reco-reco. O berimbau é o mais importante deles, pela sua originalidade e por dirigir o ritmo da luta. Existem vários toques, cada um com sua finalidade.


RELIGIÃO

Candomblé

Nem precisa ser adepto do Candomblé para vestir roupas brancas na sexta-feira. Esta já é uma tradição na Bahia, em homenagem ao deus Oxalá que, no sincretismo, representa Jesus Cristo. E muitos outros costumes, trazidos com essa religião afro, já se incorporaram ao dia-a-dia dos baianos, de todas as raças e classes sociais.

No início da colonização, os rituais do candomblé eram praticados nas próprias senzalas e nos terreiros das fazendas, onde trabalhavam os escravos africanos e seus descendentes. O mais antigo terreiro de Candomblé da Bahia nasceu há 450 anos, é conhecido como Engenho Velho ou Casa Branca e fica na avenida Vasco da Gama, em Salvador. Deste, originaram-se duas casas, ainda hoje de grande importância: o Gantois, na Federação, e o Axé Opô Afonjá, em São Gonçalo do Retiro, que deram origem a muitas outras, em cada canto de Salvador, das principais cidades do interior e de outros estados brasileiros.

Culto antigo, o candomblé tem como objetivo a adoração aos orixás, considerados como espíritos da Natureza, provenientes dos elementos terra, fogo, água e ar. São deuses guerreiros, protetores da caça, da maternidade, reis e rainhas da África, e outros, que vivem nos corações de seus descendentes. Eles são venerados em iniciações secretas e em festas de um ciclo anual, dedicadas a cada um deles. Nas festas, abertas ao público - homem de um lado, mulher de outro - os filhos-de-santo e adeptos dançam vestidos com as roupas e cores características, ao som de atabaques, entrando em transe e incorporando os espíritos dos orixás.

Ser baiana de acarajé significa muito mais do que ser uma vendedora ambulante, com seu tabuleiro, oferecendo os deliciosos quitutes da culinária afro-baiana. A maioria delas faz esse trabalho como “obrigação de santo”, reverenciando os orixás que guiam suas cabeças – inicialmente apenas Iansã – e, em troca, tiram daí o seu sustento e o de suas famílias.

A cada dia, ela está vestida com as cores do santo daquele dia e exibe no pescoço as guias de contas na cor do santo de sua cabeça e outros orixás dos quais gosta (ou os quais precisa) reverenciar. A roupa, de origem africana, já se transformou em marca registrada: a roupa de baiana, com saia rodada, blusa rendada, pano da costa, turbante, sandália fechada na frente e aberta atrás.

Um outro atestado de que existe reverência religiosa aos orixás do candomblé, na atividade de baiana de acarajé, são os pequenos acarajés fritos antes da primeira fritura comercial, dedicados aos orixás meninos, os ibêje.

FESTAS

Festa de Iemanjá

Dia 2 de fevereiro é dia de festa na terra e no mar para reverenciar Iemanjá. A deusa dos oceanos é homenageada todos os anos pelos baianos e turistas que lotam as ruas e praias do Rio Vermelho, o bairro boêmio de Salvador, para participar da grande festa, que é a entrega do presente à rainha das águas.
Desde as primeiras horas da manhã, os fiéis começam os preparativos para a grande festa. Formam-se filas quilométricas de devotos para colocar as oferendas e pedidos nos balaios, que são guardados na Casa do Peso – uma espécie de templo à divindade – até a hora de serem levados para alto mar.
Os presentes são, na maior parte, pentes, espelhos, sabonetes, talcos, perfumes e muitas flores, tudo que possa interessar a uma mulher vaidosa. Contam os pescadores mais antigos que houve época em que colocaram até jóias como forma de agradecer as graças alcançadas. O ponto alto da festa acontece no final da tarde, quando o cortejo marítimo de cerca de 500 embarcações leva para alto mar os balaios que vão ser “arriados”. Nesse momento, a multidão se espalha ao longo da praia e sobre os rochedos, ao mesmo tempo em que entoa cânticos em yorubá, ao som dos atabaques, chamando Iemanjá para receber aquelas oferendas.

De vários pontos da praia do Rio Vermelho dá para apreciar a cerimônia, que é de rara beleza. No saveiro que puxa o cortejo vai o presente principal dos pescadores, que pedem melhores pescarias e águas tranqüilas. Mais atrás, as outras embarcações levam outros balaios e dão um colorido especial ao mar, seguindo fielmente o saveiro principal em procissão. Quando as embarcações chegam no local determinado para “arriar” os balaios, acontece um momento de apreensão: conta a lenda que, se a Mãe d’Água não aceitar as oferendas, os balaios flutuam sem afundar no mar, o que, para os pescadores, é mau sinal. No entanto, o ritual serve também como um afago para a Senhora dos Mares, que sempre recebeu os presentes dos devotos.

Como a maioria das festas de largo de Salvador, acontece em paralelo aos festejos religiosos, uma grande festa de largo que se estende, com muita animação, até a madrugada do dia seguinte. No largo de Santana, próximo à Igreja, e nas ruas laterais são armadas barracas, freqüentadas por muita gente que, depois de depositar os presentes nos grandes balaios, reúne-se nas barracas para beber e cantar num animado samba-de-roda.

Iemanjá é sincretizada como Nossa Senhora da Conceição e, nos templos de candomblé, o sábado é considerado como seu dia de devoção e sua cor é o azul claro. Ela um orixá marítimo, considerado a entidade feminina mais importante do candomblé. No simbolismo afro-brasileiro, a divindade é representada como uma mulher de grande ventre e seios volumosos com uma gamela na cabeça. Na Bahia, esta imagem foi suplantada pela da sereia. Na cerimônia do candomblé, a dança de Iemanjá é solene, cheia de ondulações, semelhante ao movimento das águas do mar.

LITERATURA

Literatura de Cordel

É um gênero derivado do romanceiro europeu que se desenvolve desde o tempo de Carlos Magno. O nome "Cordel" vem dos varais improvisados com cordinhas para pendurar os folhetos com versos que relatam acontecimentos dramáticos do cotidiano da história política, ou reproduzem lendas e histórias. Os folhetos são impressos em papel barato e ilustrados com xilogravuras e encontrados principalmente no Nordeste e nas cidades para onde houve grande migração de nordestinos. Os próprios artistas costumam vendê-los nas feiras e ruas.

No início do século, estudiosos do folclore brasileiro temiam que o cordel - principal fonte de informação das populações mais pobres do interior - desaparecesse com o aumento das tiragens dos jornais, o que acabou não acontecendo. Mas há adaptações, principalmente em São Paulo, onde vive a maior comunidade de nordestinos do Brasil. Surge o cordel industrializado, impresso em gráfica, em papel de melhor qualidade e com conteúdo mais literário.

Temas principais - As grandes enchentes, as vidas dos artistas mais populares, as façanhas de Lampião (Virgulino Ferreira da Silva, 1900 - 1938) e seus cangaceiros, a epopéia do rei Carlos Magno e os Doze Pares de França são alguns dos temas dos cordéis de maior tiragem. Um dos campeões de vendas é A morte de Getúlio Vargas, lançado logo após o suicídio de Getúlio, em agosto de 1954, vendeu 70 mil exemplares em 48 horas. Um dos poetas de cordel mais conhecidos é o pernambucano Leandro Gomes de Barros (1865-1918), autor de mais de mil títulos.

A literatura de cordel é classificada em três grupos: folhetos (08 páginas), romances (16 páginas), estórias (32 a 48 páginas).

TRADIÇÕES

Reisado

Auto popular profano-religioso, formado por grupos de músicos, cantores e dançadores, que vão de porta em porta, no período de 24 de dezembro a 6 de janeiro, anunciar a chegada do Messias, homenagear os três Reis Magos e fazer louvações aos donos das casas onde dançam.

Sua principal característica é a farsa do boi que constitui um dos entremeios ou entremeses, onde ele dança, brinca, é morto e ressucitado.

Portanto, no sentido estrito, são reisados em Alagoas, além do próprio Reisado, o Bumba-meu-Boi e o Guerreiro. A marca alagoana do reisado é que no Estado ele sincretizou (misturou) com o Auto dos Congos, por si próprio já um Reisado.

A origem desse folguedo é portuguesa. Em Portugal, na Idade Média, era costume os grupos de janeiro e reiseiros sairem pelas ruas pedindo que lhe abrissem as portas e recebessem a nova do nascimento de Cristo. Os donos das casas recebiam os grupos e a eles ofereciam alimento e dinheiro.

Lavagem do Bonfim

Todo mês de janeiro, milhares de romeiros juntam-se em Salvador para lavar as escadarias da Igreja do Nosso Senhor do Bonfim. Esse ritual iniciou-se no século XVIII, ainda muito timidamente. Com o passar do tempo, o número de participantes foi aumentando e, hoje, é uma das mais tradicionais cerimônias religiosas do país. Depois da lavagem, os romeiros vão para as ruas da cidade, onde fazem uma grande festa, com direito a capoeira, samba e muita comida típica.

COMIDA TÍPICA

A formação cultural do Nordeste, região com área de 1.561.177,8km2, gerou a mais diversificada culinária do Pais. Marcada, no entanto, por singulares diferenças. São inúmeras as alternativas, a começar pelos pratos vindos da Africa. Comece pelos abarás e acarajés, na Bahia. Ante-pastos aos vatapás e às moquecas de peixe, de ostras, de camarões, iguanas douradas pelo azeite de dendê. Há, também, pratos à base de peixes dos mais vários tipos, servidos em formas várias:

sopas, escaldados, cozidos. E casquinhas de caranguejo, frigideiras de siri mole e cavaquinhas. Não é só no mar que nascem as delicias. Oferece a cozinha nordestina pratos exóticos, elaborados com carnes de porco, de cabrito, de carneiro. E aves. Prazeres que vão desde as tripas à sergipana até a carne de sol à Natal, passando pelo xinxim de galinha e pela galinha d’Angola de Teresina.

No Nordeste, é fundamental também provar a feijoada à alagoana, o cozido à baiana, o mocotó e o bobó de inhame, criações capazes de acalentar os mais exigentes paladares. À sobremesa, delicie-se com cocadas, sorvetes e refrescos feitos com frutas típicas, como taperebá, manga, araçá, cajú e pitanga, graviola e mangaba. Há mais, porém. No Maranhão, estado que faz parte também da Região Norte, entregue-se, de corpo e alma, aos camarões, servidos como melhor lhe convier. Mas não se esqueça de degustá-los fritos, ao alho e óleo. E uma pedida fundamental. Que prepara o espírito para incursões pelo pudim de peixe maranhense, acompanhado de arroz de cuxá.
Www.colaweb.com

7 comentários:

  1. Por falar em folclore: Saci: https://www.youtube.com/watch?v=zD3OOPJyDoA
    Mapinguari: https://www.youtube.com/watch?v=jZz_F-qDQL0

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  2. Muito bom, fez um resumo de tudo. O que eu precisava. Obrigado.

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  3. Gostei muito foi de suma importância para o meu fazer pedagógico

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