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Consciência Negra

TEXTO 01

O negro faz parte de nossa cultura. Saber sobre ele, significa conhecer um pouco mais do nosso Brasil. Além disso, durante anos eles estiveram em inferioridade em nossa sociedade. Já está na hora de mudança! Algumas escolas já começaram o trabalho de conscientização da cultura africana. Será que este trabalho pode ajudar a valorização dos negros em nossa sociedade?
Kátia Calsavara
Da Legislação
Eles bateram o martelo. A partir de 2003, todas as escolas, públicas e particulares, devem ensinar a cultura e história afro-brasileiras nas aulas. Isso agora é lei (número 10.639) e foi assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no último dia 10 de janeiro de 2003.
Alguns de vocês devem se perguntar. “Mas já não aprendi sobre os negros na escola?” Sim, a maioria das escolas fala sobre os escravos, os quilombos, a capoeira. E o que vem antes disso?

Contos africanos

Em Salvador (BA), os alunos da escola  municipal Eugênia Anna dos Santos, que fica dentro do terreiro Ilé Axé Opô Afonjá, aprenderam a língua iorubá – falada na Nigéria, em Benin e em Togo, na África. “Eu adoro estudar iorubá e conhecer as lendas e contos africanos”, diz Marcos Henrique Santos, 9, da 3ª série.
Na escola Professor Luiz Gonzaga Riguini, em São Paulo, as alunas  fizeram bonecos e peça de teatro para discutir preconceito e cultura. “Nossa professora sempre indica poesia e textos de autores negros”, diz Carla Dantas, 13. Na Escola Viva, na zona sul de São Paulo, os alunos lêem sobre a cultura africana. “Gosto das pesquisas que fazemos na aula”, diz Rafael Vegas, 12.
Fonte: Folhinha – 1/2/03
QUESTÃO 01 (Descritor: a) localizar informações explícitas em um texto;
  b) e c) inferir uma informação implícita em um texto)
Baseando-se na leitura dos textos, responda:
a)    Qual é a proposta para o estudo sobre os negros em sala de aula?
b)    O que justifica o fato de alunos de uma escola em Salvador aprenderem uma língua africana?
c)    Ao indicar textos de autores negros, o que a professora mostra aos alunos?
QUESTÃO 02 (Descritor: distinguir um fato da opinião relativa a esse fato)
a)    O que você acha da atitude do presidente Lula em assinar uma lei que obriga as escolas a trabalhar com a cultura afro-brasileira?
b)    Você acredita que este trabalho vai diminuir o preconceito?
TEXTO 02
Brasil com jeito de África
·         Você conhece um pouco da cultura africana?
·         Quais são as influências deste povo, na nossa vida?
·         Veja se você consegue lembrar-se de uma comida, uma palavra, uma música e uma religião que tenha origem africana.
Para saber um pouco mais, leia os textos abaixo.
Especial para a Folhinha
Estudar a vida dos povos africanos no Brasil é importante para as crianças entenderem como eles contribuíram para a cultura brasileira. As tradições que vieram da África deram aos brasileiros um jeito particular de ser, um tipo de beleza, religião, arte e futebol.
Por mais de três séculos, príncipes e súditos foram capturados nas terras africanas para o trabalho escravo nas plantações de cana-de-açúcar, nas minas  e nos cafezais dos senhores europeus que viviam no Brasil.
Não se sabe ao certo o número de africanos que chegaram aqui. As estimativas variam de 12 milhões a 50 milhões. Nagô, Jeje, Mina, Benin, de origem sudanesa, Angola, Cabinda, Congo e Benguela, de origem banto, são algumas tribos africanas que foram trazidas para o Brasil.
Alguns reinos africanos foram destruídos pelo tráfico. E outros reinos eram ricos e sábios. Exemplos são Djenne e Timbuctu, importantes centros culturais do século 16 que ficavam na atual Líbia.
No Brasil, documentos que registravam as origens desses povos foram queimados logo após a abolição da escravatura (1888). A idéia era apagar a história negra do país. (Colaborou o antrópologo Eduardo Logum-Uá)
Elizabeth Hoisel é antropóloga e co-autora de “Ogum” – O Rei de Muitas Faces” (Companhia das Letras)
Religião
Orixás simbolizam natureza
As tradições trazidas da África criaram formas diferentes de religião, como o candomblé, a umbanda, a macumba, o xangô, cujas características variam conforme o lugar do Brasil. Os orixás são os santos africanos. Eles são mais conhecidos pelos nomes oirubás: Ogum (deus da guerra), Oxóssi (caçador dos montes), Oxumarê (arco-íris), Ossain (rei das folhas), Xangô (dono dos raios), Logum Edé (menino que todo velho respeita), Oxum (deusa das águas e do amor), Iansã (deusa das tempestades), Iemanjá (mãe da água), Oxalá (pai criador), Ifá (saber divino) e outros. Os orixás simbolizam certas forças da natureza e possuem o axé, que é o poder de energia pura. Os iniciados nessa religião recebem a força do orixá e trazem a alegria para a comunidade.
Zumbi era guerreiro
As religiões dos povos da África conseguiram se manter graças aos quilombos. Os africanos e brasileiros escravizados se refugiavam nas matas. Formavam quilombos, que eram agrupamentos parecidos com alguns reinos da África. O quilombo de Palmares, em Alagoas, tinha Zumbi como líder dos guerreiros. Ele resistiu a muitos ataques e tornou-se símbolo da liberdade. Em 20 de novembro, data da morte dele, virou o Dia da Consciência Negra e é hoje feriado escolar.
Dono da força
Para os afro-brasileiros, não existe o diabo como na religião cristã. Exu não é o diabo. Ele representa o movimento entre a morte e a vida. É o mensageiro entre os orixás e os homens. Ele foi a primeira forma criada no mundo por Olorum, o deus supremo.
Língua
A língua mais falada no candomblé no Brasil é o iorubá. Exemplos de palavras da língua falada no Brasil são fé, acarajé, jabá (carne-seca) e axé. Mas há mais palavras de origem banto em português: cafuné, dengo, calango, macaco, canjica, samba, inhaca, jiló, ginga, moleque, xodó, zangado, zum-zum-zum. Isso porque na época da colonização os grupos eram mais numerosos no Brasil.
Moda
Nos anos 70, chegou ao Brasil o movimento black dos Estados Unidos e o cabelo black-power grande e solto influenciou o comportamento dos brasileiros. Também nessa época, no Carnaval, os cabelos ficavam soltos ou arrumados em lindos trançados com búzios e contas coloridas. Os blocos afro-carnavalescos cantavam a beleza negra.
Música
Blues, rap e samba
A música dos africanos criada nos Estados Unidos ficou conhecida no mundo inteiro e influenciou muitos gêneros musicais: blues, jazz, soul, rock, funk e rap. No Brasil foi criado o samba, inspirado nos ritmos dos rituais religiosos. O samba foi inventado principalmente nos morros do Rio de Janeiro e na Bahia e nas festas populares do país.
QUESTÃO 03 (Descritor: localizar informações explícitas em um texto)
a)    Por que no Brasil não encontramos documentos que registrem a origem dos povos escravizados?
b)    Por que o Brasil apresenta tanta diversidade da cultura africana?
c)    No Brasil ainda existem grupos que praticam a religião africana. Por que isso acontece?
QUESTÃO 04 (Descritor: localizar informações explícitas em um texto)
Escreva fatos que demonstrem que o branco, apesar do preconceito, usa da cultura africana e, nestes momentos, não questiona a cor.
Na moda è
Na música è
-

ESTUDO LINGUÍSTICO: PALAVRAS DE ORIGEM AFRICANA

 

INTRODUÇÃO

    A Língua Portuguesa, no Brasil, passa por vários processos de transformação em decorrência às influências advindas de outros países (colonização, invasões de pessoas de diferentes países; como também recebeu de braços abertos refugiados em busca de uma vida melhor - japoneses e italianos, por exemplo). E uma das nossas maiores influências é a Língua e a Cultura Africana.

A variedade das línguas africanas que  emprestaram (ou emprestam) palavras para o português brasileiro, consolidou  um “africanismo” latente no nosso léxico. Portanto, é importante que os alunos identifiquem as interferências no campo semântico, na morfologia, sintaxe e fonética, ocorridas na Língua Portuguesa do Brasil devido à influência africana.

Objetivos:

1) Estudar as palavras africanas incorporadas por nossa língua em várias áreas culturais.
2) Conhecer o significado dessas palavras.
            3) Estudar a grafia das palavras.
Situação Desencadeadora:
1)    Apresentar a música "Moqueca de Idalina", de Nei Lopes, como  referência para iniciar uma análise das palavras desconhecidas.
ou
2) Texto “Culturas africanas influenciaram nosso idioma” de Heidi Strecker

 

Preparação das atividades:

1)    Audição da música, do qual o trecho transcrito a seguir será a base para as atividades:

2)   Leitura do texto;

 

Atividades:

1) A turma poderá ser dividida em três ou quatro grupos, com o objetivo de cada um deles analisar o trecho da música/texto  apresentada(o). É importante que o professor conheça a música a ser analisada.
2) O professor deverá distribuir o trecho da música que contém as palavras africanas (moqueca, dendê, quindim), sem identificá-las, buscando aguçar a curiosidade dos alunos e a capacidade de percepção.
3) Cada grupo tentará identificar cada palavra que julgue ser de origem africana e seu significado.
4) Identificadas as palavras na música, pedir que cada grupo faça listas com o maior número de palavras de origem africana. É importante que o professor possua um bom dicionário para verificar a etimologia das palavras.
ANEXOS
             
VOCÁBULOS AFRO-BRASILEIROS
       Angu
Massa de farinha de milho (fubá), de mandioca, de arroz, com água e sal,  escaldada ao       O angu no início do Brasil colônia era preparado com miúdos de     carne. Podia ser feito com farinha de milho (fubá) ou farinha de mandioca,
  Batuque
Batuque é uma Religião Afro brasileira de culto aos Orixás encontrada principalmente no estado do Rio Grande do Sul, Brasil, de onde se estendeu para os países vizinhos tais como Uruguai e Argentina.
O batuque ( batuku ou batuk em crioulo cabo-verdiano) é um gênero musical e de dança de Cabo Verde .
  Cachimbo
O cachimbo é um instrumento para fumar composto de fornilho e piteira. Usa-se para fumar principalmente tabaco, que sofre um processo especial para a preparação do fumo para o uso em cachimbo.
  Quitute
Iguaria delicada; acepipe; petisco.
  Senzala
A Senzala era um grande alojamento que se destinava à moradia dos escravos dos engenhos e das fazendas no Brasil.
  Pipoca
Pipoca é um prato feito a partir de uma variedade especial de milho, que estoura quando aquecido, ao aquecermos os grãos de milho de maneira rápida, a umidade interna é convertida em vapor. Num determinado ponto, a pressão estoura a casca externa, transformando a parte interna numa massa pouco consistente de amidos e fibras, maior do que o grão original.
  Caçula
Caçula é o filho mais novo.
  Cafuné
Cafuné é um carinho feito mexendo nos cabelos com as pontas dos dedos
  Cochilar
Momento de sonolência breve!
  Macaco
O macaco, no sentido lato, é a designação comum a todas as espécies de símios ou primatas antropoides, aplicada no Brasil, restritivamente, aos cebídeos (ou macacos do Novo Mundo) em geral.
  Bagunça
A bagunça é estado de desordem.
  Fubá
O fubá é a farinha fina feita com milho moído, muito empregado na culinária.
  Dendê
O dendezeiro (Elaeais guineensis Jaquim) é uma palmeira originária da costa oriental da África (Golfo da Guiné), sendo encontrada em povoamentos subespontâneos desde o Senegal até Angola.
  Samba
O samba é um gênero musical, de onde deriva um tipo de dança, de raízes africanas, surgido no Brasil e tido como o ritmo nacional por excelência.




Culturas africanas influenciaram nosso idioma


Heidi Strecker*

"O português que falamos no Brasil tem muitas palavras de origem africana, você sabia? Isso acontece porque - principalmente durante o período colonial - os negros foram trazidos da África como escravos, para trabalhar na lavoura.
Os africanos trouxeram consigo sua religião - o candomblé - e sua cultura, que inclui as comidas, a música, o modo de ver a vida e muitos dos seus mitos e lendas. Trouxeram ainda - é claro - as línguas e dialetos que falavam.
Os povos bantos, que habitavam o litoral da África, falavam diversas línguas (como o quicongo, o quimbundo e o umbundo). Muitos vocábulos que nós usamos frequentemente vieram desses idiomas. Quer exemplos? "Bagunça", "curinga", "moleque", "dengo", "gangorra", "cachimbo", "fubá", "macaco", "quitanda"...
Outras palavras do português falado no Brasil também têm raízes africanas. Muitas delas vêm de diferentes povos do continente, como os jejes e os nagôs (que falavam línguas como o fon e o ioruba). Palavras como "acarajé", "gogó", "jabá" e muitas outras passaram a fazer parte do nosso vocabulário, foram incorporados à nossa cultura. Em geral, trata-se de nomes ligados à religião, à família, a brincadeiras, à música e à vida cotidiana.
Dizem que a língua banta tem uma estrutura parecida com o português, devido ao uso de muitas vogais e sílabas nasais ou abertas. Deve ser verdade, observe os sons da palavra "moleque" e de "gangorra". Parece também que o jeito malemolente (isto é, devagar e cheio de ginga) de falar facilitou a integração entre o banto e o português.
A verdade é que hoje a gente usa tantas palavras africanas que nem repara em sua origem. Quer ver? O que seria do Brasil sem o "samba"? E tem mais: "cachaça", "dendê", "fuxico", "berimbau", "quitute", cuíca", "cangaço", "quiabo", "senzala", "corcunda", "batucada", "zabumba", "bafafá" e "axé". Para quem não sabe, "bafafá" significa confusão. E "axé" é uma saudação com votos de paz e felicidade.”


*Heidi Strecker é filósofa e educadora.
fonte:

TEXTO 01

O negro faz parte de nossa cultura. Saber sobre ele, significa conhecer um pouco mais do nosso Brasil. Além disso, durante anos eles estiveram em inferioridade em nossa sociedade. Já está na hora de mudança! Algumas escolas já começaram o trabalho de conscientização da cultura africana. Será que este trabalho pode ajudar a valorização dos negros em nossa sociedade?
Kátia Calsavara
Da Legislação
Eles bateram o martelo. A partir de 2003, todas as escolas, públicas e particulares, devem ensinar a cultura e história afro-brasileiras nas aulas. Isso agora é lei (número 10.639) e foi assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no último dia 10 de janeiro de 2003.
Alguns de vocês devem se perguntar. “Mas já não aprendi sobre os negros na escola?” Sim, a maioria das escolas fala sobre os escravos, os quilombos, a capoeira. E o que vem antes disso?

Contos africanos

Em Salvador (BA), os alunos da escola  municipal Eugênia Anna dos Santos, que fica dentro do terreiro Ilé Axé Opô Afonjá, aprenderam a língua iorubá – falada na Nigéria, em Benin e em Togo, na África. “Eu adoro estudar iorubá e conhecer as lendas e contos africanos”, diz Marcos Henrique Santos, 9, da 3ª série.
Na escola Professor Luiz Gonzaga Riguini, em São Paulo, as alunas  fizeram bonecos e peça de teatro para discutir preconceito e cultura. “Nossa professora sempre indica poesia e textos de autores negros”, diz Carla Dantas, 13. Na Escola Viva, na zona sul de São Paulo, os alunos lêem sobre a cultura africana. “Gosto das pesquisas que fazemos na aula”, diz Rafael Vegas, 12.
Fonte: Folhinha – 1/2/03
QUESTÃO 01 (Descritor: a) localizar informações explícitas em um texto;
  b) e c) inferir uma informação implícita em um texto)
Baseando-se na leitura dos textos, responda:
a)    Qual é a proposta para o estudo sobre os negros em sala de aula?
b)    O que justifica o fato de alunos de uma escola em Salvador aprenderem uma língua africana?
c)    Ao indicar textos de autores negros, o que a professora mostra aos alunos?
QUESTÃO 02 (Descritor: distinguir um fato da opinião relativa a esse fato)
a)    O que você acha da atitude do presidente Lula em assinar uma lei que obriga as escolas a trabalhar com a cultura afro-brasileira?
b)    Você acredita que este trabalho vai diminuir o preconceito?
TEXTO 02
Brasil com jeito de África
·         Você conhece um pouco da cultura africana?
·         Quais são as influências deste povo, na nossa vida?
·         Veja se você consegue lembrar-se de uma comida, uma palavra, uma música e uma religião que tenha origem africana.
Para saber um pouco mais, leia os textos abaixo.
Especial para a Folhinha
Estudar a vida dos povos africanos no Brasil é importante para as crianças entenderem como eles contribuíram para a cultura brasileira. As tradições que vieram da África deram aos brasileiros um jeito particular de ser, um tipo de beleza, religião, arte e futebol.
Por mais de três séculos, príncipes e súditos foram capturados nas terras africanas para o trabalho escravo nas plantações de cana-de-açúcar, nas minas  e nos cafezais dos senhores europeus que viviam no Brasil.
Não se sabe ao certo o número de africanos que chegaram aqui. As estimativas variam de 12 milhões a 50 milhões. Nagô, Jeje, Mina, Benin, de origem sudanesa, Angola, Cabinda, Congo e Benguela, de origem banto, são algumas tribos africanas que foram trazidas para o Brasil.
Alguns reinos africanos foram destruídos pelo tráfico. E outros reinos eram ricos e sábios. Exemplos são Djenne e Timbuctu, importantes centros culturais do século 16 que ficavam na atual Líbia.
No Brasil, documentos que registravam as origens desses povos foram queimados logo após a abolição da escravatura (1888). A idéia era apagar a história negra do país. (Colaborou o antrópologo Eduardo Logum-Uá)
Elizabeth Hoisel é antropóloga e co-autora de “Ogum” – O Rei de Muitas Faces” (Companhia das Letras)
Religião
Orixás simbolizam natureza
As tradições trazidas da África criaram formas diferentes de religião, como o candomblé, a umbanda, a macumba, o xangô, cujas características variam conforme o lugar do Brasil. Os orixás são os santos africanos. Eles são mais conhecidos pelos nomes oirubás: Ogum (deus da guerra), Oxóssi (caçador dos montes), Oxumarê (arco-íris), Ossain (rei das folhas), Xangô (dono dos raios), Logum Edé (menino que todo velho respeita), Oxum (deusa das águas e do amor), Iansã (deusa das tempestades), Iemanjá (mãe da água), Oxalá (pai criador), Ifá (saber divino) e outros. Os orixás simbolizam certas forças da natureza e possuem o axé, que é o poder de energia pura. Os iniciados nessa religião recebem a força do orixá e trazem a alegria para a comunidade.
Zumbi era guerreiro
As religiões dos povos da África conseguiram se manter graças aos quilombos. Os africanos e brasileiros escravizados se refugiavam nas matas. Formavam quilombos, que eram agrupamentos parecidos com alguns reinos da África. O quilombo de Palmares, em Alagoas, tinha Zumbi como líder dos guerreiros. Ele resistiu a muitos ataques e tornou-se símbolo da liberdade. Em 20 de novembro, data da morte dele, virou o Dia da Consciência Negra e é hoje feriado escolar.
Dono da força
Para os afro-brasileiros, não existe o diabo como na religião cristã. Exu não é o diabo. Ele representa o movimento entre a morte e a vida. É o mensageiro entre os orixás e os homens. Ele foi a primeira forma criada no mundo por Olorum, o deus supremo.
Língua
A língua mais falada no candomblé no Brasil é o iorubá. Exemplos de palavras da língua falada no Brasil são fé, acarajé, jabá (carne-seca) e axé. Mas há mais palavras de origem banto em português: cafuné, dengo, calango, macaco, canjica, samba, inhaca, jiló, ginga, moleque, xodó, zangado, zum-zum-zum. Isso porque na época da colonização os grupos eram mais numerosos no Brasil.
Moda
Nos anos 70, chegou ao Brasil o movimento black dos Estados Unidos e o cabelo black-power grande e solto influenciou o comportamento dos brasileiros. Também nessa época, no Carnaval, os cabelos ficavam soltos ou arrumados em lindos trançados com búzios e contas coloridas. Os blocos afro-carnavalescos cantavam a beleza negra.
Música
Blues, rap e samba
A música dos africanos criada nos Estados Unidos ficou conhecida no mundo inteiro e influenciou muitos gêneros musicais: blues, jazz, soul, rock, funk e rap. No Brasil foi criado o samba, inspirado nos ritmos dos rituais religiosos. O samba foi inventado principalmente nos morros do Rio de Janeiro e na Bahia e nas festas populares do país.
QUESTÃO 03 (Descritor: localizar informações explícitas em um texto)
a)    Por que no Brasil não encontramos documentos que registrem a origem dos povos escravizados?
b)    Por que o Brasil apresenta tanta diversidade da cultura africana?
c)    No Brasil ainda existem grupos que praticam a religião africana. Por que isso acontece?
QUESTÃO 04 (Descritor: localizar informações explícitas em um texto)
Escreva fatos que demonstrem que o branco, apesar do preconceito, usa da cultura africana e, nestes momentos, não questiona a cor.
Na moda è
Na música è
-

ESTUDO LINGUÍSTICO: PALAVRAS DE ORIGEM AFRICANA

 

INTRODUÇÃO

    A Língua Portuguesa, no Brasil, passa por vários processos de transformação em decorrência às influências advindas de outros países (colonização, invasões de pessoas de diferentes países; como também recebeu de braços abertos refugiados em busca de uma vida melhor - japoneses e italianos, por exemplo). E uma das nossas maiores influências é a Língua e a Cultura Africana.

A variedade das línguas africanas que  emprestaram (ou emprestam) palavras para o português brasileiro, consolidou  um “africanismo” latente no nosso léxico. Portanto, é importante que os alunos identifiquem as interferências no campo semântico, na morfologia, sintaxe e fonética, ocorridas na Língua Portuguesa do Brasil devido à influência africana.

Objetivos:

1) Estudar as palavras africanas incorporadas por nossa língua em várias áreas culturais.
2) Conhecer o significado dessas palavras.
            3) Estudar a grafia das palavras.
Situação Desencadeadora:
1)    Apresentar a música "Moqueca de Idalina", de Nei Lopes, como  referência para iniciar uma análise das palavras desconhecidas.
ou
2) Texto “Culturas africanas influenciaram nosso idioma” de Heidi Strecker

 

Preparação das atividades:

1)    Audição da música, do qual o trecho transcrito a seguir será a base para as atividades:

2)   Leitura do texto;

 

Atividades:

1) A turma poderá ser dividida em três ou quatro grupos, com o objetivo de cada um deles analisar o trecho da música/texto  apresentada(o). É importante que o professor conheça a música a ser analisada.
2) O professor deverá distribuir o trecho da música que contém as palavras africanas (moqueca, dendê, quindim), sem identificá-las, buscando aguçar a curiosidade dos alunos e a capacidade de percepção.
3) Cada grupo tentará identificar cada palavra que julgue ser de origem africana e seu significado.
4) Identificadas as palavras na música, pedir que cada grupo faça listas com o maior número de palavras de origem africana. É importante que o professor possua um bom dicionário para verificar a etimologia das palavras.
ANEXOS
             
VOCÁBULOS AFRO-BRASILEIROS
       Angu
Massa de farinha de milho (fubá), de mandioca, de arroz, com água e sal,  escaldada ao       O angu no início do Brasil colônia era preparado com miúdos de     carne. Podia ser feito com farinha de milho (fubá) ou farinha de mandioca,
  Batuque
Batuque é uma Religião Afro brasileira de culto aos Orixás encontrada principalmente no estado do Rio Grande do Sul, Brasil, de onde se estendeu para os países vizinhos tais como Uruguai e Argentina.
O batuque ( batuku ou batuk em crioulo cabo-verdiano) é um gênero musical e de dança de Cabo Verde .
  Cachimbo
O cachimbo é um instrumento para fumar composto de fornilho e piteira. Usa-se para fumar principalmente tabaco, que sofre um processo especial para a preparação do fumo para o uso em cachimbo.
  Quitute
Iguaria delicada; acepipe; petisco.
  Senzala
A Senzala era um grande alojamento que se destinava à moradia dos escravos dos engenhos e das fazendas no Brasil.
  Pipoca
Pipoca é um prato feito a partir de uma variedade especial de milho, que estoura quando aquecido, ao aquecermos os grãos de milho de maneira rápida, a umidade interna é convertida em vapor. Num determinado ponto, a pressão estoura a casca externa, transformando a parte interna numa massa pouco consistente de amidos e fibras, maior do que o grão original.
  Caçula
Caçula é o filho mais novo.
  Cafuné
Cafuné é um carinho feito mexendo nos cabelos com as pontas dos dedos
  Cochilar
Momento de sonolência breve!
  Macaco
O macaco, no sentido lato, é a designação comum a todas as espécies de símios ou primatas antropoides, aplicada no Brasil, restritivamente, aos cebídeos (ou macacos do Novo Mundo) em geral.
  Bagunça
A bagunça é estado de desordem.
  Fubá
O fubá é a farinha fina feita com milho moído, muito empregado na culinária.
  Dendê
O dendezeiro (Elaeais guineensis Jaquim) é uma palmeira originária da costa oriental da África (Golfo da Guiné), sendo encontrada em povoamentos subespontâneos desde o Senegal até Angola.
  Samba
O samba é um gênero musical, de onde deriva um tipo de dança, de raízes africanas, surgido no Brasil e tido como o ritmo nacional por excelência.




Culturas africanas influenciaram nosso idioma


Heidi Strecker*

"O português que falamos no Brasil tem muitas palavras de origem africana, você sabia? Isso acontece porque - principalmente durante o período colonial - os negros foram trazidos da África como escravos, para trabalhar na lavoura.
Os africanos trouxeram consigo sua religião - o candomblé - e sua cultura, que inclui as comidas, a música, o modo de ver a vida e muitos dos seus mitos e lendas. Trouxeram ainda - é claro - as línguas e dialetos que falavam.
Os povos bantos, que habitavam o litoral da África, falavam diversas línguas (como o quicongo, o quimbundo e o umbundo). Muitos vocábulos que nós usamos frequentemente vieram desses idiomas. Quer exemplos? "Bagunça", "curinga", "moleque", "dengo", "gangorra", "cachimbo", "fubá", "macaco", "quitanda"...
Outras palavras do português falado no Brasil também têm raízes africanas. Muitas delas vêm de diferentes povos do continente, como os jejes e os nagôs (que falavam línguas como o fon e o ioruba). Palavras como "acarajé", "gogó", "jabá" e muitas outras passaram a fazer parte do nosso vocabulário, foram incorporados à nossa cultura. Em geral, trata-se de nomes ligados à religião, à família, a brincadeiras, à música e à vida cotidiana.
Dizem que a língua banta tem uma estrutura parecida com o português, devido ao uso de muitas vogais e sílabas nasais ou abertas. Deve ser verdade, observe os sons da palavra "moleque" e de "gangorra". Parece também que o jeito malemolente (isto é, devagar e cheio de ginga) de falar facilitou a integração entre o banto e o português.
A verdade é que hoje a gente usa tantas palavras africanas que nem repara em sua origem. Quer ver? O que seria do Brasil sem o "samba"? E tem mais: "cachaça", "dendê", "fuxico", "berimbau", "quitute", cuíca", "cangaço", "quiabo", "senzala", "corcunda", "batucada", "zabumba", "bafafá" e "axé". Para quem não sabe, "bafafá" significa confusão. E "axé" é uma saudação com votos de paz e felicidade.”


*Heidi Strecker é filósofa e educadora.

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Para obter o valor numérico de uma expressão algébrica, você deve proceder do seguinte modo: 1º Substituir as letras por números reais dados. 2º Efetuar as operações indicadas, devendo obedecer à seguinte ordem: a) Potenciação b) Divisão e multiplicação c) Adição e subtração IMPORTANTE! Convém utilizar parênteses quando substituímos letras por números negativos Exemplo 1 Calcular o valor numérica de 2x + 3a para x = 5 e a = -4 2.x+ 3.a 2 . 5 + 3 . (-4) 10 + (-12) -2 Exemplo 2 Calcular o valor numérico de x² - 7x +y para x = 5 e y = -1 x² - 7x + y 5² - 7 . 5 + (-1) 25 – 35 -1 -10 – 1 -11 Exemplo 3 Calcular o valor numérico de : 2 a + m / a + m ( para a = -1 e m = 3) 2. (-1) + 3 / (-1) + 3 -2 + 3 / -1 +3 ½ Exemplo 4 Calcular o valor numérico de 7 + a – b (para a= 2/3 e b= -1/2 ) 7 + a – b 7 + 2/3 – (-1/2) 7 + 2/3 + 1 / 2 42/6 + 4/6 + 3/6 49/6 EXERCICIOS 1) Calcule o valor numérico das expressões: a) x – y (para x =5 e y = -4) (R:

OPERAÇÕES COM RADICAIS

RADICAIS SEMELHANTES Radicais semelhantes são os que têm o mesmo índice e o mesmo radicando Exemplos de radicais semelhantes a) 7√5 e -2√5 b) 5³√2 e 4³√2 Exemplos de radicais não semelhantes a) 5√6 e 2√3 b) 4³√7 e 5√7 ADIÇÃO E SUBTRAÇÃO 1º CASO : Os radicais não são semelhantes Devemos proceder do seguinte modo: a) Extrair as raízes (exatas ou aproximadas) b) Somar ou subtrair os resultados Exemplos 1) √16 + √9 = 4 + 3 = 7 2) √49 - √25 = 7 – 5 = 2 3) √2 + √3 = 1,41 + 1,73 = 3,14 Neste último exemplo, o resultado obtido é aproximado, pois √2 e √3 são números irracionais (representação decimal infinita e não periódica) EXERCÍCIOS 1) Calcule a) √9 + √4 = 5 b) √25 - √16 = 1 c) √49 + √16 = 11 d) √100 - √36 = 4 e) √4 - √1 = 1 f) √25 - ³√8 = 3 g) ³√27 + ⁴√16 = 5 h) ³√125 - ³√8 = 3 i) √25 - √4 + √16 = 7 j) √49 + √25 - ³√64 = 8 2º CASO : Os radicais são semelhantes. Para adicionar ou subtrair radicais semelhantes, procedemos como na redução de