TEXTO 01
O negro faz parte de nossa cultura.
Saber sobre ele, significa conhecer um pouco mais do nosso Brasil. Além
disso, durante anos eles estiveram em inferioridade em nossa sociedade. Já
está na hora de mudança! Algumas escolas já começaram o trabalho de
conscientização da cultura africana. Será que este trabalho pode ajudar a
valorização dos negros em nossa sociedade?
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Da
Legislação
Eles bateram o martelo. A partir de 2003, todas as
escolas, públicas e particulares, devem ensinar a cultura e história afro-brasileiras
nas aulas. Isso agora é lei (número 10.639) e foi assinada pelo presidente Luiz
Inácio Lula da Silva no último dia 10 de janeiro de 2003.
Alguns de vocês devem se
perguntar. “Mas já não aprendi sobre os negros na escola?” Sim, a maioria das
escolas fala sobre os escravos, os quilombos, a capoeira. E o que vem antes
disso?
Contos africanos
ESTUDO LINGUÍSTICO: PALAVRAS DE ORIGEM AFRICANA
INTRODUÇÃO
A Língua Portuguesa, no Brasil, passa por vários processos de transformação em decorrência às influências advindas de outros países (colonização, invasões de pessoas de diferentes países; como também recebeu de braços abertos refugiados em busca de uma vida melhor - japoneses e italianos, por exemplo). E uma das nossas maiores influências é a Língua e a Cultura Africana.
A variedade das línguas africanas que emprestaram (ou emprestam) palavras para o português brasileiro, consolidou um “africanismo” latente no nosso léxico. Portanto, é importante que os alunos identifiquem as interferências no campo semântico, na morfologia, sintaxe e fonética, ocorridas na Língua Portuguesa do Brasil devido à influência africana.
Objetivos:
1)
Estudar as palavras africanas incorporadas por nossa língua em várias áreas
culturais.
2)
Conhecer o significado dessas palavras.
3) Estudar a grafia das palavras.Situação Desencadeadora:
1)
Apresentar
a música "Moqueca de Idalina", de Nei Lopes, como referência para iniciar uma análise das
palavras desconhecidas.
ou
2)
Texto “Culturas
africanas influenciaram nosso idioma” de Heidi
Strecker
Preparação das atividades:
1)
Audição
da música, do qual o trecho transcrito a seguir será a base para as atividades:
2) Leitura do texto;
Atividades:
1) A turma
poderá ser dividida em três ou quatro grupos, com o objetivo de cada um deles
analisar o trecho da música/texto
apresentada(o). É importante que o professor conheça a música a ser
analisada.
2) O professor deverá
distribuir o trecho da música que contém as palavras africanas (moqueca, dendê,
quindim), sem identificá-las, buscando aguçar a curiosidade dos alunos e a
capacidade de percepção.3) Cada grupo tentará identificar cada palavra que julgue ser de origem africana e seu significado.
4) Identificadas as palavras na música, pedir que cada grupo faça listas com o maior número de palavras de origem africana. É importante que o professor possua um bom dicionário para verificar a etimologia das palavras.
ANEXOS
VOCÁBULOS
AFRO-BRASILEIROS
Angu
Massa de farinha de milho (fubá), de
mandioca, de arroz, com água e sal,
escaldada ao O angu no
início do Brasil colônia era preparado com miúdos de carne. Podia ser feito com farinha de
milho (fubá) ou farinha de mandioca,
Batuque
Batuque
é uma Religião Afro brasileira de culto aos Orixás encontrada principalmente no
estado do Rio Grande do Sul, Brasil, de onde se estendeu para os países
vizinhos tais como Uruguai e Argentina.
O
batuque ( batuku ou batuk em crioulo cabo-verdiano) é um gênero musical e de
dança de Cabo Verde .
Cachimbo
O
cachimbo é um instrumento para fumar composto de fornilho e piteira. Usa-se
para fumar principalmente tabaco, que sofre um processo especial para a
preparação do fumo para o uso em cachimbo.
Quitute
Iguaria
delicada; acepipe; petisco.
Senzala
A
Senzala era um grande alojamento que se destinava à moradia dos escravos dos
engenhos e das fazendas no Brasil.
Pipoca
Pipoca
é um prato feito a partir de uma variedade especial de milho, que estoura
quando aquecido, ao aquecermos os grãos de milho de maneira rápida, a umidade
interna é convertida em vapor. Num determinado ponto, a pressão estoura a casca
externa, transformando a parte interna numa massa pouco consistente de amidos e
fibras, maior do que o grão original.
Caçula
Caçula
é o filho mais novo.
Cafuné
Cafuné
é um carinho feito mexendo nos cabelos com as pontas dos dedos
Cochilar
Momento
de sonolência breve!
Macaco
O
macaco, no sentido lato, é a designação comum a todas as espécies de símios ou
primatas antropoides, aplicada no Brasil, restritivamente, aos cebídeos (ou
macacos do Novo Mundo) em geral.
Bagunça
A
bagunça é estado de desordem.
Fubá
O
fubá é a farinha fina feita com milho moído, muito empregado na culinária.
Dendê
O
dendezeiro (Elaeais guineensis Jaquim) é uma palmeira originária da costa
oriental da África (Golfo da Guiné), sendo encontrada em povoamentos
subespontâneos desde o Senegal até Angola.
Samba
O
samba é um gênero musical, de onde deriva um tipo de dança, de raízes africanas,
surgido no Brasil e tido como o ritmo nacional por excelência.
Culturas africanas influenciaram nosso idioma
Heidi
Strecker*
"O português que falamos no Brasil tem muitas palavras de origem africana, você sabia? Isso acontece porque - principalmente durante o período colonial - os negros foram trazidos da África como escravos, para trabalhar na lavoura.
Os africanos trouxeram consigo
sua religião - o candomblé - e sua cultura, que inclui as comidas, a música, o
modo de ver a vida e muitos dos seus mitos e lendas. Trouxeram ainda - é claro
- as línguas e dialetos que falavam.
Os povos bantos, que habitavam o
litoral da África, falavam diversas línguas (como o quicongo, o quimbundo e o
umbundo). Muitos vocábulos que nós usamos frequentemente vieram desses idiomas.
Quer exemplos? "Bagunça", "curinga", "moleque",
"dengo", "gangorra", "cachimbo",
"fubá", "macaco", "quitanda"...
Outras palavras do português
falado no Brasil também têm raízes africanas. Muitas delas vêm de diferentes
povos do continente, como os jejes e os nagôs (que falavam línguas como o fon e
o ioruba). Palavras como "acarajé", "gogó",
"jabá" e muitas outras passaram a fazer parte do nosso vocabulário,
foram incorporados à nossa cultura. Em geral, trata-se de nomes ligados à
religião, à família, a brincadeiras, à música e à vida cotidiana.
Dizem que a língua banta tem uma
estrutura parecida com o português, devido ao uso de muitas vogais e sílabas
nasais ou abertas. Deve ser verdade, observe os sons da palavra
"moleque" e de "gangorra". Parece também que o jeito
malemolente (isto é, devagar e cheio de ginga) de falar facilitou a integração
entre o banto e o português.
A verdade é que hoje a gente usa tantas palavras
africanas que nem repara em sua origem. Quer ver? O que seria do Brasil sem o
"samba"? E tem mais: "cachaça", "dendê",
"fuxico", "berimbau", "quitute", cuíca",
"cangaço", "quiabo", "senzala",
"corcunda", "batucada", "zabumba",
"bafafá" e "axé". Para quem não sabe, "bafafá"
significa confusão. E "axé" é uma saudação com votos de paz e
felicidade.”
*Heidi
Strecker é filósofa e educadora.
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