quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

Febre amarela Transmissão, sitomas, prevenção e tratamento


Colégio Estadual Dinah Gonçalves
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O mosquito Haemagogus janthinomis, o principal transmissor da febre amarela na América do Sul
A febre amarela, doença infecciosa aguda, é causada por um arbovírus do gênero flavivírus, da família Flaviviridae - o mesmo gênero dos vírus responsáveis pela dengue. Acredita-se que esse vírus tem a sua origem na América Central.

Na época das grandes navegações, nos séculos 15 e 16, o vírus da febre amarela embarcou com os exploradores e se disseminou pelo mundo.

Mosquitos na selva
O vírus da febre amarela sobrevive, no ambiente selvagem, nos organismos de mosquitos - dos gêneros Haemagogus e Sabethes - e de primatas, como macacos e sagüis. Quando um desses mosquitos pica um animal contaminado, o inseto é infectado e se torna um vetor permanente.

Ao injetar uma substância anticoagulante, antes de sugar o sangue de primatas silvestres saudáveis, esses mosquitos transmitem o arbovírus da febre amarela para suas vítimas.

Uma vez na corrente sanguínea de um primata, como o macaco-barrigudo - Lagothrix lagotricha, o vírus se instala nas células de seu organismo e se multiplica, até que as mesmas se rompam, liberando novos vírus.

O vetor nas cidades
A febre amarela ficaria restrita ao ambiente selvagem, como florestas tropicais, subtropicais e ao cerrado, não fosse por dois fatores.

Primeiro, o ser humano, da ordem dos primatas, pode ser infectado. E segundo, no meio urbano e nos ambientes rurais, prolifera uma espécie de mosquito capaz de transmitir a febre amarela, o Aedes aegypti - que também dissemina a dengue.

A febre amarela não é contagiosa, isso é, os primatas não transmitem essa doença. Os mosquitos vetores é que se encarregam de espalhar o vírus, dos macacos para o ser humano, ou vice-versa.

Prevenção
Existe vacina contra a febre amarela e ela deve ser tomada 30 dias antes de se viajar para ambientes selvagens ou rurais. A maior parte das pessoas se previne na véspera da partida e, nesses casos, a vacina não tem efeito.

"O organismo leva um tempo para criar anticorpos contra o arbovírus", explica Stefan Cunha Ujvari, médico infectologista. A vacina deve ser renovada a cada dez anos.

Atualmente, o único laboratório nacional produtor dessa vacina é o Bio-Manguinhos, unidade da Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro.

Sintomas da febre amarela
Os sintomas da dengue e da febre amarela são parecidos, no início. De três a seis dias após a picada, chamado período de incubação, em ambas as doenças o enfermo apresenta febre alta, mal-estar, dor de cabeça, dores nos músculos, náuseas e diarréia.

Em casos graves de febre amarela, o doente pode apresentar icterícia, anúria (comprometimento dos rins), hepatite e problemas cardíacos que, sem tratamento médico, podem levar à morte. Mas isso ocorre em 15% dos casos.

A icterícia se caracteriza pela cor amarelada da pele do doente, daí o nome da enfermidade, "febre amarela". Junto com a malária, a difteria, e o tifo, ela deu ao Rio de Janeiro o apelido de "túmulo dos estrangeiros". Lá, em menos de dez anos, entre 1897 e 1906, 4 mil imigrantes morreram da doença.

Oswaldo Cruz
Graças ao médico e sanitarista Oswaldo Gonçalves Cruz, a febre amarela foi erradicada do Rio de Janeiro, em 1907. Ele implantou medidas sanitárias, como brigadas para eliminar focos do inseto e impediu a manutenção de águas estagnadas, onde as larvas dos mosquitos se desenvolvem.

Esse cientista foi o primeiro a afirmar que a febre amarela poderia ser transmitida por mosquitos. Suas medidas e descobertas científicas salvaram milhares de vidas.

A lista de contribuições desse pesquisador para a saúde é enorme e pode ser conferida no site da Fundação Oswaldo Cruz.

*Mariana Aprile é estudante de biologia na Universidade Presbiteriana Mackenzie e aluna de Iniciação Científica do Mackpesquisa

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