A chegada de Dom Pedro II ao poder foi viabilizada pelo Golpe da Maioridade.
Defendendo a manutenção de um sistema político fortemente centralizado, os conservadores não tiveram só que enfrentar as críticas e a oposição de seus oponentes liberais. A partir de 1834, observamos que uma série de rebeliões expunha a delicadeza da recém-formada nação brasileira. Em diferentes regiões do país, grupos descontentes com a economia ou a estrutura política autoritária desafiavam a autoridade dos conservadores e ameaçavam a unidade do território brasileiro.
Interessados em ter maior participação política, os membros do partido liberal começaram a liderar um movimento reivindicando a antecipação da maioridade de Dom Pedro II. Mesmo jovem, o futuro imperador era popular e detinha a positiva imagem de um jovem estudioso que se preparava longamente para assumir o controle da nação. Dada essa situação, os liberais começaram a defender a aprovação de um projeto de lei que antecipasse o desenvolver do Segundo Reinado.
No ano de 1840, a mobilização dos liberais ganhou maior força com a organização do chamado Clube da Maioridade, que passou a difundir de modo mais incisivo a chegada de D. Pedro II ao trono. Não suportando as pressões e as revoltas que tomavam conta do país, os próprios partidários da ala conservadora se mostravam simpáticos à execução dessa manobra política. De tal modo, no dia 23 de julho de 1840, com apenas 14 anos de idade, D. Pedro II assumiu o Poder Executivo do país com aprovação da assembleia.
Em termos práticos, essa mudança não estabeleceu transformações significativas no cenário político brasileiro de até então. Conservando os pilares fundamentais da Constituição de 1824, D. Pedro II estabeleceu a organização de artifícios que distribuíram o poder político da época entre liberais e conservadores. Vale lembrar que, mesmo compondo diferentes partidos, liberais e conservadores tinham uma mesma origem social abastada e partilhavam de vários interesses em comum.
Por Rainer Sousa
Mestre em História
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