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Os Cnidários ou Celenterados

Professor de Matemática Antonio Carlos Carneiro Barroso
Colégio Estadual Dinah Gonçalves
email accbarroso@hotmail.com
Os Cnidários ou Celenterados



A palavra celenterado deriva do grego Koilos, que significa 'compartimento', 'cavidade', e entheron, que diz respeito a 'intestino'. A palavra cnidário deriva do grego knidos e significa 'urticante', 'que queima'.



A organização do corpo dos celenterados



Os celenterados podem apresentar-se sob duas formas: pólipos ou medusas.

Pólipos. Têm o corpo cilíndrico e vivem geralmente fixos, por exemplo, numa rocha. Na sua extremidade livre, apresentam tentáculos em volta da boca.

Medusas. Têm o corpo em forma que lembra um guarda-chuva. Seus tentáculos se distribuem ao longo da margem do corpo, no centro do qual fica a boca. Nadam livremente, embora geralmente de maneira limitada, ou são carregadas pelas correntes de água.

O corpo dos celenterados possui uma única abertura - a boca. Essa abertura fica em contato com uma cavidade denominada cavidade digestória.

A parede do corpo é revestida externamente pela epiderme. Algumas células epidérmicas apresentam-se modificadas: são os cnidócitos. Observe o esquema:

Cada cnidócito possui uma cápsula - o nematocisto - que abriga em seu interior um tubo filamentoso enovelado, portador de um líquido urticante. O nematocisto contém ainda um cílio sensorial que atua como um "gatilho": ao ser tocado, o nematocisto "dispara" o filamento urticante e injeta o veneno no corpo de presas ou de predadores, por exemplo, podendo causar-lhes sérios ferimentos e até mesmo a morte. Para tanto, é necessária a ação conjunta de muitos cnidócitos. Assim, os cnidócitos servem para a captura de alimentos ou para a defesa do animal.

Quando uma presa é capturada, ela é levada até a boca do animal e chega até a cavidade digestória. Nessa cavidade, o alimento é parcialmente digerido e depois absorvido por determinadas células, no interior das quais a digestão se completa. Por isso se diz que a digestão nos celenterados é extracelular (na cavidade digestória) e também intracelular (no interior de células). Os resíduos não aproveitados são eliminados através da boca.
As principais classes de celenterados

Os celenterados dividem-se em três classes principais:

* hidrozoários, representados pelas hidras e caravelas;
* cifozoários, representados pelas águas-vivas;
* antozoários, representados pelas actínias ou anêmonas-do-mar e pelos corais.

Hidras


São hidrozoários com o corpo em forma de pólipo. Vivem em água doce, preferencialmente em águas frias e limpas, presas por uma extremidades a uma rocha ou a vegetação aquática.

Têm cor verde, parda ou cinza. Algumas hidras podem se locomover dando "cambalhotas".









Caravelas

São colônias formadas principalmente por vários pólipos transparentes que como um todo, ficam flutuando sobre a água dos oceanos. Na colônia, grupos diferentes de pólipos desempenham funções diferentes. Uns promovem a digestão dos alimentos, alguns a reprodução, outros a proteção de toda a colônia, por exemplo.


Caravela, organismo colonial. Vivem em alto-mar e possui longos tentáculos de até 20 metros ou mais. As substâncias urticantes que fabrica podem causar sérias queimaduras em seres humanos.






Águas-vivas

Têm o corpo em forma de medusa. Seu tamanho varia muito de uma espécie para a outra. Algumas podem ter alguns milímetros de diâmetro, enquanto outras têm mais de dois metros de diâmetro. Certas águas-vivas do gênero Cyanea, que vivem no oceano Ártico, possuem tentáculos de até 30 metros de comprimento.



Actínias ou anêmonas-do-mar

Têm o corpo em forma de pólipos. Possuem cores e tamanhos variados, medindo desde alguns milímetros até um metro ou mais de diâmetro. São encontradas fixas a um suporte: uma rocha, um pedaço de madeira ou carapaças de outros animais.



Curiosidade

O peixe-palhaço ou anfitrião passa todo o tempo perto das anêmonas-do-mar. Ele se esconde do perigo e dorme no meio dos tentáculos venenosos da anêmona. Às vezes, chega mesmo a roubar alimento da boca de sua protetora, embora também traga comida para um lugar onde ela alcance. Este pequeno peixe, ao contrário de outros, está a salvo dos ferrões da anêmona.

O motivo pelo qual o peixe-palhaço não sofre os efeitos das células urticantes da anêmona ainda não é bem conhecido. Alguns cientistas acreditam que o muco que recobre o peixe protege-o contra o veneno. Entretanto, somente os peixes-palhaços sadios estão protegidos. Os doentes são mortos pela anêmona.






O peixe-palhaço ou anfitrião é encontrado nos oceanos Atlântico e Pacífico. É pequeno, ágil e de colorido brilhante. A fêmea põe seus ovos na base de uma anêmona-do-mar.



Corais



Os corais organizam-se me colônias de pequenos pólipos que fabricam um exoesqueleto ou esqueleto externo calcário. Assim como acontece com as caravelas, nas colônias de corais verifica-se a divisão de trabalho entre os seus integrantes, com alguns grupos capturando alimentos, outros promovendo a reprodução, e assim por diante.

Os corais apresentam as mais variadas cores, como vermelho, branco, rosa, laranja ou amarelo. Por isso são bastante utilizados na decoração de aquários e até na fabricação de jóias. Vivem, em geral, em águas com temperaturas médias anuais entre 20 e 25ºC e a profundidade de aproximadamente 35 metros. Entretanto, já foram encontrados alguns corais vivendo em grandes profundidades.

Quando morrem, seus esqueletos permanecem intactos e servem de suporte para outros pólipos da colônia, formando, assim, os recifes de corais. Em muitos casos, esses recifes oferecem perigo as embarcações, constituindo verdadeiras armadilhas submarinas.
A reprodução dos celenterados



A reprodução dos celenterados pode ser assexuada ou sexuada. Em muitas espécies ocorre alternância de fases sexuada e assexuada.

Assexuada. A reprodução assexuada ocorre geralmente por brotamento. Nesse caso, formam-se brotos em determinadas regiões do corpo do animal; cada broto se desenvolve e origina um novo indivíduo. Esse novo animal, pode se manter unido ao indivíduo que o originou, formando colônias, ou se destacar e apresentar vida independente.


Hidra apresentando um broto, que se destacará do organismo adulto, cairá no substrato e formará um novo indivíduo.

Sexuada. Nesse caso, os gametas masculinos (espermatozóides) são liberados na água e nadam em busca de gametas femininos (óvulos). Dependendo da espécie, o óvulo também pode ser liberado na água ou permanecer aderido na superfície do corpo do animal em que foi produzido. Após a fecundação do óvulo, o zigoto formado se desenvolve formando um embrião. Em algumas espécies, o embrião origina diretamente um novo organismo semelhante aos pais. Em outras, o embrião origina uma larva móvel, ela nada e acaba se fixando em algum lugar, onde se transforma num novo indivíduo semelhante aos pais.






Alternância de fases assexuada e sexuada

Em muitas espécies de celenterados, a reprodução envolve a alternância de uma fase assexuada com outra sexuada. Destacaremos, para exemplificar, o que ocorre entre águas-vivas.

Na reprodução da água-viva, a fase sexuada acontece na forma de medusa, a fase mais desenvolvida do ciclo; a assexuada ocorre na forma de pólipo, que é reduzida. Observe o esquema:

Depois que os espermatozóides fecundam o óvulo, forma-se o zigoto, que se desenvolve e origina um embrião. Do desenvolvimento do embrião, forma-se uma larva que dará origem a um pequeno pólipo.

O pólipo cresce e reproduz-se assexuadamente; nesse processo seu corpo forma vários fragmentos que se destacam dele. Cada fragmento pode originar uma medusa jovem, que se desenvolve originando um indivíduo adulto.


Reprodução sexuada da hidra. Observe que o embrião se desenvolve inicialmente no corpo feminino; depois de algum tempo ele se destaca da mãe e origina uma nova hidra.
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